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Notícia

Sinais dos tempos | Períodos de transição na humanidade


Sinais dos tempos
Allan Kardec
A Gênese, Capítulo XVIII, item 1

Os tempos marcados por Deus são chegados, nos dizem de todas as partes, onde grandes acontecimentos vão se cumprir para a regeneração da humanidade. Em que sentido é necessário entender essas palavras proféticas? Para os incrédulos, elas não têm nenhuma importância; a seus olhos isso não é senão a expressão de uma crença pueril, sem fundamento; para a maioria dos crentes, elas têm alguma coisa de mística e sobrenatural que lhes parece ser o precursor do transtorno das leis da natureza. Essas duas interpretações são igualmente errôneas: a primeira, naquilo que implica a negação da Providência; a segunda, naquilo que suas palavras não anunciam a perturbação das leis da natureza, mas o seu cumprimento.


Períodos de transição na humanidade
Lamennais
Revista Espírita - junho de 1863

Os séculos de transição na história da humanidade assemelham-se a vastas planícies semeadas de monumentos, misturados confusamente, sem harmonia. E a harmonia mais pura, mais justa, está no detalhe e não no conjunto. Os séculos abandonados pela fé e pela esperança são páginas sombrias em que a humanidade, trabalhada pela dúvida, se mina surdamente em civilizações refinadas para chegar a uma reação que, as mais das vezes, as arrastava para as substituir por outras civilizações. Os pesquisadores do pensamento, mais que os cientistas, em nossa época e num ecletismo racional, aprofundam esses misteriosos encadeamentos da história, essas trevas, essa uniformidade, lançados como nevoeiros e nuvens espessas sobre civilizações ainda pouco férteis e vivazes. Estranho destino dos povos! É quase ao nascer do Cristianismo, é nas cidades mais opulentas, sede dos maiores bispados do Oriente e do Ocidente, que começam as devastações da decadência. É em meio à própria civilização, ao esplendor inteligente das artes, das ciências, da literatura e dos sublimes ensinamentos do Cristo, que começa a confusão de ideias e as dissensões religiosas; é no próprio berço da igreja romana, orgulhosa e enobrecida com o sangue dos mártires, que a heresia gerada pelos dogmas supersticiosos e pelas hierarquias eclesiásticas desliza como serpe eminente para morder o coração da humanidade e lhe infiltrar nas veias, em meio às desordens políticas e sociais, o mais terrível e o mais profundo de todos os flagelos: a dúvida.

Desta vez a queda é imensa. A apatia religiosa dos padres, unida aos herisarcas fanáticos, tira toda a força à política, todo amor ao país, e a igreja do Cristo torna-se humana, mas não mais humanitária. Creio inútil aqui apoiar-se sobre relações apavorantes dessa época como a nossa. Vivendo simultaneamente com as tradições do Cristianismo e com a esperança do futuro, as mesmas comoções sacodem a nossa velha civilização, as mesmas ideias se dividem, e a mesma dúvida atormenta a humanidade, sinais precursores da renovação social e moral que se prepara. Ah, orai, espíritas! Vossa época atormentada e blasfema é uma rude época, que os espíritos vêm instruir e encorajar.



Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Antônio Roberto Fontana | Braz José Marques
10/05/2012
 


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