Vinha de Luz
seja bem-vindo à nossa loja virtual!

REGISTRE-SE | LOGIN ( esqueci minha senha )

Notícia

Mediunidade de Xavier vira dissertação


ANA ELIZABETH DINIZ
Especial para O TEMPO



Desde pequeno, Alexandre Caroli era curioso sobre temas relacionados à mediunidade. Quando cursava letras, em Campinas, ganhou de presente um exemplar da obra "Parnaso de Além-Túmulo", o primeiro livro publicado pelo médium Francisco Cândido Xavier, popularmente chamado de Chico Xavier.

E esse foi o impulso de que ele precisava para transformar a curiosidade na dissertação para o mestrado pela Universidade de Campinas (Unicamp). "Esse livro foi, aos poucos, me instigando. Queria entender como teriam sido produzidos todos aqueles poemas, que são atribuídos a poetas mortos", disse Caroli.

"Alguns dos textos são de poetas consagrados da língua portuguesa, outros são pouco conhecidos ou mesmo anônimos. Escrever convincentemente poemas à maneira deste ou daquele autor demanda não apenas talento especial, mas muita leitura e técnica. No entanto, no prefácio do livro, Chico Xavier dizia que os versos eram psicografados e que ele não havia despendido esforços intelectuais para escrevê-los", relembra.

O estudante ficou surpreso quando soube que, embora tão lida e comentada no Brasil, ha
via raríssimos estudos sobre literatura mediúnica nas universidades. "Decidi, então, arriscar uma pesquisa a respeito, que foi defendida em 2001. Tive a orientação do professor Haquira Osakabe e financiamento público", diz.

"Parnaso de Além-Túmulo" é um livro de poemas atribuído por Chico Xavier a 56 poetas brasileiros e portugueses. "Com apoio de importantes estudos críticos a respeito de cinco desses poetas - Antero de Quental, Augusto dos Anjos, Cruz e Sousa, Guerra Junqueiro e João de Deus -, constatei, em grande medida, características dos versos mediúnicos que vão ao encontro das descritas pelos críticos. Isso sugere que quem elaborou os poemas, inéditos, tinha a habilidade de compô-los e conhecia muito bem a poética de cada um desses autores", diz o pesquisador.

Por outro lado, prossegue Caroli, "existem inovações, principalmente porque o livro defende princípios espíritas, aos quais muitos dos poetas eram alheios. Além disso, como se sabe, os autores se apresentam sob uma perspectiva de quem já atravessou as fronteiras da morte, o que implica outras diferenças", completa.

Comprovação. O pesquisador afirma que, quanto à adequação às vozes poéticas conhecidas, os poemas atribuídos ao escritor português Guerra Junqueiro são um bom exemplo. Na obra de Chico Xavier, explica Caroli, em apenas seis poemas, o autor dos textos psicografados consegue sintetizar os traços estilísticos que foram explicitados no rigoroso livro do crítico português Amorim de Carvalho, "Guerra Junqueiro e a Sua Obra Poética", publicado dez anos depois dos referidos poemas.

Acesso

Digital. As obras "A Poesia Transcendente de Parnaso de Além-túmulo" (2001) e "O Caso Humberto de Campos: Autoria Literária e Mediunidade" (2008) podem ser lidas na biblioteca digital da Unicamp.

Humberto de Campos
Pesquisador estudou escritor
Alexandre Caroli estudou, ainda, sobre livros que Chico Xavier atribuiu ao jornalista e escritor Humberto de Campos. Tamanha intimidade com a obra do médium deu a ele a convicção de que seu legado foi importantíssimo, seja na obra que produziu, seja na conduta que teve ao longo de sua vida. "Creio que as próximas gerações vão poder avaliar melhor esse legado, visto que é lento o processo de assimilação e interpretação de sua obra, a qual representa um novo marco para os estudos sobre a mediunidade", explica Caroli.

Renúncia. O pesquisador da Unicamp considera que, como indivíduo, Chico abriu mão de sua vida particular para dedicar-se ao próximo com o objetivo de consolar, ajudar e instruir com grande força pacificadora.

"Como médium, (Chico Xavier) deixou uma obra que desafia a compreensão da ciência. Uma amiga linguista que também estudou parte de sua obra me disse: ‘Como explicar a sua habilidade em construir uma espécie de banco de dados para cada entidade que se comunicava, uma espécie de registro discursivo que podia ser retomado a cada comunicação, garantindo a eficiência da prática mediúnica?’", conclui Caroli. (AED)


Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Alexandre Caroli Rocha | In: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=205486%2cOTE&busca=chico%20xavier&pagina=1
25/06/2012
 


Wan BrasilAC Portal
VINHA DE LUZ - SERVIÇO EDITORIAL LTDA.
Av. Álvares Cabral, 1777 - Sala 2006 - Santo Agostinho 30170-001 – Belo Horizonte – MG
Telefone: (31) 2531-3200 | 2531-3300 | 3517-1573 - CNPJ: 02.424.852/0001-31