Do G1 Triângulo Mineiro
"Parnaso de além-túmulo" foi o primeiro livro psicografado. (Foto: Reprodução/TV Integração)
Chico deixou mais de 400 livros psicografados, inclusive em mais de 15
idiomas, e a vida o trabalho do médium viraram sucessos de bilheteria.
“Parnaso de além- túmulo é o primeiro livro da obra extraordinária de
Francisco Cândido Xavier como médium psicógrafo, lançado em 1932.
Assustou o mundo atual, no seu mais alto grau, mas não teve jeito deles
duvidarem da obra”, contou o ourives Cezar Carneiro.
Parnaso de além-túmulo foi o primeiro dos 466 livros psicografados pelo
médium, que dizia que nenhuma obra lhe pertencia, e publicados 39
depois que ele morreu. Cezar tem praticamente todos os exemplares. Entre
os títulos "Religião dos espíritos" o primeiro escrito pelo médium
depois de se mudar de Pedro Leopoldo para Uberaba. O ávido leitor
conviveu com o líder espírita, o que despertou a vontade de virar
escritor sob a inspiração do amigo. "Eu me tornei espírita em 63, na
Comunhão Espírita Cristã. Me aproximei do Chico, da obra. Me dava uma
vontade de anotar as lições e aí comecei a escrever”.
De lá para cá já foram três obras sobre o médium. A última é "Valiosos
ensinamentos com Chico Xavier". Nos livros, relatos da convivência com o
homem que levava multidões até à casa dele, mas que na intimidade
poucos tiveram a oportunidade de conhecer. Inclusive o Chico cheio de
bom humor ao falar da partida. “Temos a convicção de que se dependesse da
vontade dele permaneceria mais tempo entre nós, como dissera pouco tempo
antes de desencarnar: "Você pode escrever no meu túmulo, aqui jaz Chico
Xavier, muito a contragosto". Essa era a vontade de Chico de permanecer
conosco”, contou Cezar.
Chico Xavier psicografou mais de 400 livros. (Foto: Reprodução/TV Integração)
Outros seriam inspirados a falar sobre ele pela literatura, como o
médium Carlos Baccelli. "Tive a oportunidade de escrever várias obras
biografando Chico Xavier. Uma delas, 100 anos de Chico Xavier,
fenômeno humano e mediúnico, disse Carlos. O filho adotivo já publicou
três livros sobre o pai. O quarto está para ser lançado durante as
homenagens aos 10 anos da morte do líder espírita, "Lágrimas de Chico".
“Chico tinha lágrimas de alegria, mas também ficava triste, era humano,
só que muito mais sensível. A obra é um pouco dos meus diários, do que
nós conversávamos durante as noites”, explicou Eurípedes.
As obras de Chico Xavier sempre foram um fenômeno literário e
continuam, pois as vendas não param. Mas depois da morte o médium, mais
uma vez, se tornaria líder, desta vez, de bilheteria. Quando "Chico
Xavier - o filme", obra baseada no livro do escritor Marcel Souto Maior
chegou às telonas, levou 3,5 milhões de espectadores aos cinemas de todo
o país. Uberaba esteve entre as locações do longametragem. Movimentação
no Grupo Espírita da Prece com direito a figurantes da cidade vestidos a
caráter. "Nosso Lar", filme baseado no livro psicografado por Chico,
levou quase cinco milhões de pessoas aos cinemas. Foi o maior sucesso de
público na história do cinema brasileiro e também a produção mais cara
até hoje: R$ 20 milhões.
Filmes sobre Chico Xavier levaram multidões ao cinema (Foto: Reprodução/TV Integração)
Outra obra com boa bilheteria foi "As mães de Chico Xavier" e mais meio
milhão de pessoas assistiu. Para o cineasta Guilherme Tensol, o sucesso
das produções tem explicação. “Você já tem um público formado, que são
os espíritas, e as outras pessoas que querem assistir para ver se o
filme tem mérito cinematográfico, independentemente da questão
doutrinária. Se você juntar esses dois você consegue bilheterias bem
significativas e o cinema transcendental consegue isso”.
E novas histórias do chamado cinema transcendental vêm por aí. “Paulo
Figueiredo é roteirista e diretor do "E a vida continua", também baseado
num livro espírita. A previsão de lançamento é em agosto e o Lima
Duarte faz uma participação”, contou.
“São filmes nacionais que levam tanta gente para as salas de cinema e
tomara que isso continue com mais qualidade, mais público, nos
emocionando e trazendo informação ao mesmo tempo”, finalizou Guilherme.