Temos a satisfação de ouvir nesta entrevista a nossa confreira Julieta Marques, escritora e oradora espírita residente em Portugal. Conhecedora do movimento espírita brasileiro, teve oportunidade de conhecer de perto obras importantes e seus respectivos dirigentes. Nesta oportunidade, ela nos conta um pouco dessas suas experiências e também da história do Espiritismo em Portugal.
Pode-nos falar um pouco de si?
Nasci na vila da Chamusca, na província do Ribatejo. Sou a filha primogênita, pois que tenho mais dois irmãos. Quando eu nasci, grassava o 2º conflito mundial na Europa e as dificuldades eram imensas. Meu pai, por razões políticas, ficou sem trabalho durante oito anos. Fazia apenas trabalho sazonal e sobrevivemos com o ordenado de minha mãe, até que foi praticamente deportado para África, Angola, para onde um ano após seguiu o resto da família.
Como foi seu primeiro contato com o Espiritismo? E quando se tornou espírita?
Quando minha mãe desencarnou, tinha eu 15 anos. Tive o primeiro contato, mas a violência da dor que eu sentia não me motivou a entender o que era o Espiritismo. Só 7 anos depois é que, de regresso a Portugal, na cidade de Lagos, tive então o meu verdadeiro encontro com a Doutrina Espírita.
Qual foi a sua trajetória no movimento espírita português?
Quando cheguei à casa espirita, era muito jovem, 22 anos, e quase todos os elementos trabalhadores estavam na casa dos 50 anos. Não se estudava, todo trabalho se assentava na prática mediúnica e isso não me satisfazia. Quando os médiuns desencarnaram, a direção deliberou encerrar a casa, mas eu me opus. Então fizeram-me uma proposta, que eu aceitei: começar a organizar grupos de estudo. A direção sorriu e entregou-me a chave da casa. Foi duro, mas consegui vencer e mostrar quão importante é o estudo. E a casa cresceu em trabalho, trabalhadores e até em espaço físico, graças a Deus.
Que cargos e que encargos teve e tem neste momento?
Durante 38 anos fui presidente da Associação Espírita de Lagos. Há 5 anos pedi minha demissão por razões de saúde. Hoje ocupo o lugar de vice-presidente, por dois anos.
Que dificuldades enfrentou como dirigente do centro espírita?
A incompreensão dos mais velhos, que não entendiam que Espiritismo sem estudo não é nada e que a prática mediúnica por si só não é Doutrina Espírita.
Que espíritas portugueses destaca na história do movimento nacional?
Dra. Maria Amélia Cardia, Joaquim Freire, António Vilela, General Passaláqua, D. Maria O’Neill e tantos outros que ora não recordo o nome.
Sentiu a perseguição aos espíritas durante o regime ditatorial?
Não posso dizer que senti na pele, mas senti na alma, pois que não havia como nos comunicar depois que a Federação e todas as casas espíritas foram convocadas a suspender suas atividades, o que nos deixava num grande vazio.
Como viveu esses momentos?
Com a esperança de que um dia tudo fosse diferente e continuando a fazer o que era possível dentro das dificuldades impostas.
Houve episódios curiosos?
Sim, houve. Por exemplo: quando Divaldo Franco veio a Portugal no ano de 1967, alugamos uma sala para o efeito e fizemos a publicidade boca a boca. Na hora da palestra, colocamos uma pessoa à porta para no caso da Guarda Nacional Republicana aparecer podermos disfarçar a situação, pois que só tínhamos autorização de reunir 15 pessoas e ali na sala estávamos em 60. Mas tudo correu bem e em ordem, sem sobressaltos.
E quando a Guarda Nacional Republicana foi buscar Francisco Rafael, médium e trabalhador na vossa casa espírita?
Aí a situação deixou-nos em suspense, pois que a Guarda entrou na casa espírita armada de espingarda em punho e não informaram por que vinham buscar nosso irmão. Ele foi e nós ficamos orando para que tudo se resolvesse bem. Aguardamos até à uma hora da madrugada. De manhã fui à casa dele e perguntei à irmã com quem ele vivia que se tinha passado. O problema era que o sargento tinha um filho que estava com uma terrível obsessão e alguém sugeriu ao senhor que mandasse buscar o médium espírita que, talvez, resolvesse o caso. Foi isso e nada mais, mas valeu a pena, pois conquistamos um amigo e admirador da Doutrina.
Por que é que a vossa casa espírita foi a única a não ser encerrada pela ditadura?
Naquela ocasião, a província do Algarve era totalmente esquecida do governo e até do país. Era como se ainda fôssemos mouros/árabe,s então tudo era esquecido. Naturalmente que deve ter havido intervenção espiritual! A Associação Espírita de Lagos mantinha seu trabalho apostolar e social desde o início do século XX, pois que tudo começou no ano de 1913. Toda a cidade conhecia a instituição, mas quis Deus que assim fosse. O documento que deveria ter seguido pelo correio ficou esquecido na secretária do secretário do Ministro e no fundo duma rima de papéis!
Quais as personalidades internacionais mais marcantes no início da divulgação da Doutrina Espírita em Portugal?
Não podemos deixar de dizer que a vinda de Divaldo Pereira Franco no ano de 1967 marcou bem forte o movimento. Outros se lhe seguiram, como Henrique Rodrigues, Francisco Thiessen, Newton Boechat, Maria Júlia Prieto Peres, Ariston Santana Teles, Marilusa Vasconcellos, e outros se seguiram até hoje. O intercâmbio não cessa, o que é muito bom para todos.
Como foi preparar essa primeira ida de Divaldo Franco a Portugal, em 1967?
Foi simples, ele veio a convite de Eduardo de Matos, que nos contatou, e a alegria da visita era imensa e tudo aconteceu de forma natural e com muita expectativa também, pois que ninguém sabia quem era a visita, só se sabia que era espírita e médium, nada mais.
Os espíritas portugueses souberam da viagem de Chico Xavier e Waldo Vieira a Portugal em 1965?
Soubemos depois de já ter passado. Não esqueçamos que era ainda o tempo da ditadura e tudo era muito em segredo que acontecia, infelizmente.
Que convite/desafio lhe fez a ex-presidente da FEP, D. Maria Raquel Duarte Santos, na primavera de 1978?
Depois da Revolução dos cravos, em 1974, surgiu a nova Constituição, com a liberdade religiosa. Aí nossa presidente solicitou-me que convocasse os espiritas da região. Mas convocar como, senão sabia quem eram e onde estavam? Pedi então que me fornecesse o endereço dos assinantes da Revista Estudos Psíquicos, que ainda circulava, e mediante essa informação fiz a convocatória. Foi um êxito, uma alegria sem tamanho, quando entrei na sala alugada para o efeito eu vi diante de mim uma pequena multidão sorrindo e expectaste! Tudo começou aí de novo, num tempo novo.
Como se formou a União Espírita do Algarve?
A União Espírita do Algarve nasceu desse entusiasmo e pela necessidade que tinha de não mais nos sentirmos isolados uns dos outros. Durou essa União mais de uma década, bem ativa e atuante no movimento com seminários, simpósios, encontros fraternos, até que uma nova direção a atirou para a desmotivação e hoje nada mais resta a não ser um grande desencanto.
Participou no programa de rádio "Em defesa da vida"? Qual a importância dessa iniciativa? Que temas e problemas abordaram?
Não participei do programa, eu criei o programa, foi o primeiro programa de rádio em Portugal. Era o tempo das rádios livres e eu entrei nessa e até hoje temos nosso tempo de antena aos sábados, durante uma hora. Os temas são sempre relacionados à Doutrina Espírita e temas da atualidade analisados sob a óptica espírita, isso desde o ano de 1986.
Como conseguiu o respeito de entidades oficiais e o apoio das autarquias de Lagos para as iniciativas espíritas?
Sempre agindo de forma correta e organizada. Sempre que fazíamos um evento lá, ia um cartão com o convite e a programação. Pelo Natal o cartão de boas festas e nunca nada fazíamos sem a autorização devida.
Quais os principais objetivos da Associação Espírita de Lagos (AEL)?
A divulgação da Doutrina pela palavra e pelo exemplo de quantos nela se esforçam por manter a linha de diferença, pois que devemos primar pela diferença no comportamento ético-moral e também pelo trabalho assistencial que sempre fizemos.
Que tipo de tarefas de assistência social é que a AEL desenvolve?
Distribuição da cesta básica e visita aos idosos.
Acha que as instituições espíritas devem ter tarefas de assistência social?
Sem esse trabalho a casa espirita morre, pois que lhe falta o sustento do amor ao próximo.
Qual a sua importância, sobretudo em períodos de crise como atravessa Portugal?
Alimentar a esperança nas pessoas de que tudo passa. Outras crises já aconteceram e vamos sobreviver também a esta. Confiança no porvir! Jesus está ao leme desta nau, confiemos.
Quais as atividades doutrinárias que destaca na AEL?
Estudos da codificação e livros complementares, educação e estudo da mediunidade e educação infanto-juvenil.
A AEL tem alguma publicação regular?
Não tem neste momento, nem se justifica, mas já teve, quando não havia ainda jornal espíritas publicados em Portugal, que temos dois.
Acha importante a música na casa espírita?
A música é a linguagem dos anjos, não esqueçamos de que a música está no ar. Desde as águas, ao vento, aos pássaros, tudo emite som, até o ribombar do trovão à chuva, e que os anjos cantaram anunciando o nascimento do Menino. É muito importante sim!!!
Que obras publicou? O que a motivou a publicá-las?
Publiquei três livrinhos dedicados à garotada, com histórias verdadeiras. A primeira vivida com uma gaivota, depois as vidas de Divaldo Franco e de nosso Chico Xavier.
O que a motivou a publicá-las?
Estes são os heróis que a nossa meninada precisa conhecer.
Sentiu-se inspirada?
Penso que sim, nada acontece sem a permissão de Deus.
Pensa publicar mais obras?
Estou escrevendo minha experiência como espírita, com os espíritos e com os espíritas.
Do tríplice aspecto da Doutrina, há algum que a sensibilize mais?
Os três são importantes e não posso dissociá-los, mas o Evangelho é o que mais me seduz.
Conhece o movimento espírita brasileiro?
Pouco, o suficiente para perceber a dinâmica que imprime e como a Doutrina se expande. Com alguns desvios, mas é natural, não nos choquemos por isso.
Que vivências tem dessas suas viagens?
As mais gratificantes, desde os amigos que conquistei, aos exemplos dignificantes de solidariedade e fraternidade. Tudo era belo para mim, por isso estou grata ao Altíssimo pela bênção das viagens que tenho feito.
Esteve com Chico Xavier?
Estive com nosso Chico por três vezes, e de todas guardo gratas lembranças.
Recebeu uma comunicação de Bezerra de Menezes?
Na primeira visita que fiz a Chico, ele perguntou-me se eu não queria receber uma mensagem e eu respondi que para mim não, que podia eu pedir naquela hora, eu, tinha tudo, nada me faltava, e estava ali diante daquele homem todo amor! Só uma mensagem, se houvesse oportunidade, para a nossa casa espírita e aí veio a mensagem que guardo religiosamente. Mais tarde veio uma segunda, também para nossa casa.
Conheceu Deolindo Amorim?
Conheci Deolindo Amorim, alma nobre e gentil. Junto dele sentia-me muito bem, conversando naquele seu jeito tão peculiar e com o olhar tão franco. Sabia bem estar em sua presença, sempre escutando, pois que tenho por hábito junto dos sábios escutar e pouco falar. Só assim tenho aprendido alguma coisa.
E nos encontros de amigos de Chico Xavier no Brasil? O que tem sido mais gratificante?
Nos encontros dos amigos de Chico Xavier o que se torna notório é o trabalho da organização para que tudo decorra como nosso Chico merece, e ele merece tudo e muito mais! Não podemos deixar cair no esquecimento essa figura, que fez parte de nosso tempo, de nosso século e de nosso milênio e que deixou uma obra ímpar para a posteridade, para que todos possamos caminhar com mais segurança rumo à Eternidade.
Como avalia o 5º Encontro dos Amigos de Chico Xavier realizado neste setembro, em Votuporanga?
O 5º Encontro dos Amigos de Chico Xavier realizado em Votuporanga foi mais uma manifestação de respeito e carinho a Chico Xavier, que jamais deverá ser esquecido, não só por sua obra psicográfica, mas pelo exemplo de amor ao próximo. Nele participei a convite da organização e pude observar como tudo decorreu na simplicidade, alegria e disciplina, dentro do programa estabelecido. A casa lotada demonstra, assim como a presença dos oradores que tão bem se expressaram sobre a nobre figura do homenageado, bem como o interesse, o carinho e o respeito que Chico Xavier merece de todos nós. Que todos os outros encontros que se possam realizar timbrem pela tônica desses dois elementos que tão bem identificam Chico Xavier: simplicidade e alegria.
Considera que a vida e a obra de Chico Xavier são devidamente conhecidas na Europa?
Está, nesta hora, havendo uma grande movimentação sobre as obras e quanto a quem foi Chico Xavier. Hoje não se ouve mais dizer que ele era apenas mais um médium. Hoje o nome de Chico é falado com respeito e admiração. O povo, enfim, acordou para descobrir esse manancial de luz, que é Chico Xavier.
Que outros momentos destaca da sua presença no movimento espírita internacional?
Nos congressos mundiais, num congresso em Aracaju, num outro em São Paulo e no Achamento do Brasil, em Salvador.
Quais os eventos (congressos, seminários) em que participou que mais e melhor recorda?
Conforme o que acima disse, cada vez que sou convidada a participar de um evento dessa natureza sinto-me revigorar para continuar para mais e melhor servir à Doutrina Espírita.
De que forma portugueses famosos no Brasil, como João de Deus, Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Júlio Diniz e Camilo Castelo Branco voltaram ao convívio na Terra através de médiuns espíritas brasileiros?
Naturalmente não encontraram condições para exteriorizar seu saber em médiuns portugueses, por isso recorreram ao Brasil e lá encontraram Yvone Pereira e Chico Xavier e muito bem, melhor não podia ser!!!
Ainda sente alguma discriminação em relação aos espíritas na sociedade portuguesa atual?
Não, nesta hora já tudo está bem. Graças a Deus, esse tempo já passou.
E desinformação? Os “mídia” portugueses falam de Espiritismo sem preconceitos?
Sempre existe alguma, de quando me vez, mas logo os responsáveis pela ADEP saem a terreiro para defenderem a nossa posição de espíritas e do Espiritismo.
Que sentimento nutre em relação a João Xavier de Almeida, ex-presidente da FEP?
Um carinho e um respeito muito grande como amigo de muitos anos e como exemplo de espírita.
Como acha que está o movimento espírita em Portugal?
Crescendo e tentando acertar-se nas diretrizes deixadas pelos espíritos da falange do Espírito da Verdade.
Que evolução nota? Quais os principais problemas com que se depara?
Evolução é pouca, muito embora os esforços que uns quantos estão fazendo, mas acredito que em breves anos tudo estará bem melhor.
O que é que a AEL tem feito para melhorar a situação?
Nosso papel é o dar exemplo pelo trabalho digno e organizado, sem vaidades, nem querermos sobrepor seja a quem for. Cada um tem seu papel a realizar, desde que o faça bem-feito tudo bem, o que nem sempre acontece…
Sente que há união entre os dirigentes e trabalhadores espíritas?
É muito subjetiva a pergunta e a resposta não é fácil. Olhando o panorama nacional digo que não. Eu, por exemplo, sou persona non grata em algumas casas espíritas, especialmente na nossa região. No restante do país sou requisitada constantemente. Muitos dirigentes estão de costas voltadas uns para com os outros. Não entendo, mas deve haver uma causa. Seria bom conhecê-la, talvez aí então o entendimento acontecesse.
Que novos projetos tem a AEL a breve prazo?
A programação para o seu centenário, pois que este acontece no próximo ano e pensamos ter uma programação por todo o ano. Começamos logo por receber Carlos Baccelli no mês de janeiro, o que é muito gratificante para nós. Depois, bem depois, ainda não está feito o programa, na totalidade.
Como perspectiva o futuro do movimento nacional e internacional?
Crescendo e muito, e temos que os preparar, pois nova propostas estão chegando. Novas descobertas, que nos exigem muita acuidade para perceber tudo, sem os excessos da pureza doutrinária que deixa muita fumaça pelo caminho…
O que sentiu quando foi à Ucrânia e Rússia?
Alegria imensa, pois que iria ter oportunidade de conhecer pessoalmente a Dra. Barbara Ivanova, com quem me correspondia havia já alguns anos.
Acha que Portugal terá um papel importante na divulgação da Doutrina na Europa e em África?
Naturalmente que o trabalho que nossa irmã Amélia Cazalma está fazendo juntamente com seu marido e grupo de trabalho vai trazer uma nova luz para nossos irmãos africanos. Bem como o trabalho que em Maputo nossa irmã Irene está fazendo, embora em menos escala. Mas está lá e isso é importante, aquele pontinho de luz kardecista.
Que testemunhos teve em Angola e Moçambique?
Em Moçambique, o duma vontade enorme de crescer e fazer mais, esse era o objectivo de nossa irmã Ângela, mas o anjo da morte veio buscá-la e ficou em seu lugar a Irene. Deus lhe dê a força e a coragem para levar por diante a jornada de divulgar a Doutrina Espírita.
É verdade que muitos “espíritas” ingleses não adotam a reencarnação e a lei de causa e efeito? Por que será?
Talvez preconceito, mas não adianta não aceitarem, eles vão mesmo reencarnar, não lhes adiantará nada a sua negação. A Lei sobrepõe-se à vontade dos homens.
Se tivesse que escolher 5 livros espíritas (ou não espíritas), quais levaria consigo?
Os livros da codificação, depois a série André Luiz, depois o livro A vida viaja na luz e por último Chico Xavier - Páginas de uma vida.
Que livros espíritas está a ler?
Exatamente estes, que frisei.
Acha que devemos ler livros contra a Doutrina?
Eu o faço, pois que preciso saber quais as bases do autor para se opor a ela.
Quais os palestrantes que mais a cativam?
Aqui em Portugal, Reinaldo Barros, Nuno Cruz, Fernando Santos, Maria Júlia Ramalho. Óbvio que não conheço todos, mas dos que conheço estes são nota dez! Brasileiros não conheço tantos assim, mas dentre eles destaco Haroldo Dutra Dias, Alberto Almeida, André Peixinho, Clóvis Nunes, Divaldinho Mattos, entre outros.
As suas considerações finais, por gentileza. Alguma mensagem que queira dirigir.
Apenas e só que façamos a vontade do Pai que está nos Céus, que nos amemos e que façamos por merecer a máxima MEUS DISCIPULOS SE CONHECERÃO POR MUITO SE AMAREM. Meus votos de muita paz para todos e meu abraço fraterno. Cumprimentos gratos.