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Notícia

Chico Xavier - Mandato de amor | No "Biriba"




"(...)

Nosso querido amigo há muito claudicava. Doía-lhe um pé. Dr. José Rocha, médico vizinho e amigo, já lhe ministrara medicamentos sem, contudo, minorar seu sofrimento. Dr. Rômulo, um admirável gerador magnético, já lhe havia aplicado assistência fluidoterápica. Eu, de minha parte, também colaborara, dentro de minhas limitações. Tudo de pouca valia! As dores persistiam, fazendo Chico manquitolar horrivelmente.

Os funcionários da Fazenda Modelo retomavam às suas casas servindo-se de uma charrete — o “Charretão” — puxada por dois belos cavalos da raça Percheron. O veículo adentrava a cidade por uma rua onde localizava-se, então, o meretrício.

Uma tarde, Chico e seus companheiros, ao passarem pelo “Biriba” — designação vulgar dada ao logradouro — foram abordados por uma das moças que habitavam o lugar. E dirigindo-se a Chico, disse:

— Venha até minha casa. Preciso lhe falar.

Gracejos, motejos, risadas e comentários infelizes fizeram-se ouvir. Chico desceu do carro, com dificuldade, acompanhando a moça até sua residência.

Todas as meretrizes que lá viviam receberam-no com profundo respeito, oferecendo-lhe uma cadeira, na qual Chico assentou-se.

A moça que o abordara trouxe uma pequena bacia, com água limpa. Humildemente, pediu-lhe permissão para descalçá-lo dos sapatos, colocando seu pé doente dentro da bacia. Segurando raminhos de flores do campo, a moça rezou e todas as outras a acompanharam, contritas. Ela molhava os raminhos e os batia, delicadamente, no pé de Chico, repetidamente, por várias vezes. Em seguida, enxugou-o, beijou-o e o calçou novamente.

Dois dias depois, chorando de emoção, Chico contou-nos o que presenciara na casa de encontros. Através de sua vidência, registrou que o líquido da bacia foi ficando escuro e lodoso, à medida que a mulher banhava-lhe o pé, fazendo com que a dor se esvaísse lentamente.

Para todos os presentes, a água manteve-se inalterada, límpida, nada mudara.

Chico nunca mais sentiu tal dor. A pobre meretriz, no ato humilde, no gesto simples, na bacia insignificante e nos raminhos de mato, mais que nós outros, colocara em sua oração algo sublime e operador de maravilhas: o amor!


(...)"

________________________

Do livro "Chico Xavier - Mandato de amor" | Organizado por Geraldo Lemos Neto | Editora UEM - União Espírita Mineira


Enviado por Luiz Vêncio | Via Facebook | 3 de janeiro de 2013
14/01/2013
 


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