Homenagem a Chico Xavier: Fábio Sousa entrevista Geraldo Lemos Neto |
Geraldo Lemos Neto é um dos maiores divulgadores da obra e da vida de Chico Xavier na atualidade. Coordena, junto a outros cupinchas, a Editora Vinha de Luz, que trouxe à baila diversas psicografias inéditas do médium pedroleopoldense. Nossas entrevistas em homenagem àquele que foi um dos maiores seres humanos da história iniciam com um bate-papo onde o Geraldinho fala de revelações intrigantes que Chico lhe fez, dos ensinamentos que hauriu com esta convivência e da pessoa do nosso querido Francisco. Confiram! FABIO SOUSA: Geraldinho, como você conheceu Chico Xavier? GERALDO LEMOS NETO: Pelo lado materno, sou integrante de uma família espírita natural da cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a mesma cidade natal de Chico Xavier. Alguns integrantes da família Machado já eram espíritas antes mesmo de Chico Xavier, no início do século XX, como meus tios avós José Flaviano Machado, o Zeca Machado, e Adélia Machado de Figueiredo. Minha avó Carmen Machado dos Santos foi colega de grupo escolar de Chico Xavier em sua meninice. Outros tios avós muito queridos conviveram de perto com o desabrochar da mediunidade de Chico Xavier nos seus primeiros tempos como João Machado Sobrinho, Nair Machado Paschoal e Walter Machado. Temos cartas de Chico Xavier em que ele afirma que minha bisavó Georgina Cândida Machado era a melhor amiga de sua mãe, Maria de São João de Deus. Quando publicamos a biografia CHICO XAVIER: MANDATO DE AMOR pela União Espírita Mineira, em 1992, Chico nos revelou que a casa onde ele nasceu era uma casa geminada, onde metade pertencia ao seus pais e a outra aos meus tios bisavós Eliseu e Cilia Correa. Então como, ia dizendo sou de uma família muito próxima a Chico Xavier desde muito tempo e os seus casos, contados em reuniões familiares, sempre me comoveram muito. Então, comecei a escrever-lhe cartas de agradecimento nas quais apenas assinava “um amigo”, sem me preocupar em registrar o remetente, por imaginá-lo uma pessoa muito ocupada. Em Outubro de 1981, chamado por minha tia avó Nair Machado Paschoal, fui a São Paulo colaborar como voluntário num evento no Centro Espírita União, onde Chico lançaria 2 novos livros de sua psicografia. Participei ao lado dela naquela noite inesquecível, trabalhando na arrumação dos livros que Chico autografaria, das 20 horas da noite até as 7:30 horas do dia seguinte, portanto quase 12 horas de serviços ininterruptos. Me impressionou assistir a figura de Chico Xavier com carinho extremo recebendo milhares de visitantes, conversando com eles, estimulando-os em nome de Jesus e ofertando-lhes rosas e livros. Quando já não mais havia ninguém na fila, às 7:30 horas chegou a nossa vez de abraçá-lo. Fiquei estupefato quando Chico chamou-me de Geraldinho (conforme todos em família me chamam) e revelou que gostava muito de receber as minhas cartinhas, que muito o alegravam, mas que não entendia o porquê de duas coisas: do fato de eu não as assinar e da razão de não colocar o endereço do remetente para que ele pudesse me responder. Não pude dizer coisa alguma já que as lágrimas me rolavam pelas faces. Em seguida Chico ofertou-me um buquê de rosas e me convidou a visitá-lo em Uberaba. Não preciso dizer que 15 dias depois lá estava eu em Uberaba para conhecer o seu trabalho extraordinário de assistência e consolação em nome da Doutrina Espírita. A partir daí desenvolvemos uma amizade que para mim foi um verdadeiro tesouro em minha vida. Aconteceu ainda que me casei em 1986 com a irmã de Vivaldo da Cunha Borges, Eliana, que morava junto com Chico em Uberaba e fazia a diagramação de todos os seus livros. Passei então a ir mais frequentemente a Uberaba, hospedando-me com Chico, com quem pude desfrutar de longas conversas nas madrugadas. Nunca me esquecerei do amado amigo, com quem aprendi a amar Jesus e a raciocinar que a Doutrina Espírita, sendo a Doutrina do Cristo Redivivo, veio de Jesus para o coração do povo sofredor e aflito, sobrecarregado e sedento de novas luzes.
GERALDO LEMOS NETO E CHICO XAVIER, NA CASA DO MÉDIUM FABIO SOUSA: O que mais marca em você a respeito do Chico? GERALDO LEMOS NETO: Todas as pessoas que foram ligadas ao coração de Chico Xavier nas cidades de Pedro Leopoldo, Belo Horizonte, Uberaba ou São Paulo atestam que com cada uma delas Chico partilhou o seu amor, a sua bondade natural, a sua alegria espontânea, a sua solidariedade incondicional. Todos são unânimes em afirmar isto, que o amor ao trabalho, a dedicação ao Evangelho de Jesus e à Doutrina Espírita foram suas características mais marcantes, e em especial a sua caridade aliada a uma disciplina impecável para com o serviço da consolação e da esperança. Chico Xavier espalhava alegria por onde passava, com seus casos e anedotas, a rir-se de si mesmo. Ao mesmo tempo era de se ver sua seriedade quando os nossos postulados espíritas cristãos estavam em jogo. Firmeza de caráter e coerência de sentimentos com a luz da razão esclarecida! Para nós, um verdadeiro Apóstolo do Cristo em tempos modernos. FABIO SOUSA: Que características de Chico Xavier você vê como difíceis de se encontrar hoje em dia? GERALDO LEMOS NETO: A humildade! FABIO SOUSA: Chico Xavier revelou a você que a Terra está passando por um período decisivo que termina em julho de 2019. Pode nos explicar melhor a respeito disso? GERALDO LEMOS NETO: Peço licença ao prezado amigo para citar o teor da própria entrevista publicada pela Folha Espírita de São Paulo, dirigida pela nossa cara amiga Dra. Marlene Nobre, onde expus o teor das revelações de Chico Xavier a respeito do tema tão palpitante. Eis a sua íntegra: http://www.vinhadeluz.com.br/site/noticia.php?id=760 (COLEM O LINK E VEJAM QUE INTERESSANTE!!!)
GERALDO LEMOS NETO E CHICO XAVIER, NA CASA DO MÉDIUM FABIO SOUSA: Quer dizer que se todos orarmos pelo bem da Terra, formando uma corrente energética do bem em uníssono, poderemos evitar que uma catástrofe ocorra em nosso orbe? GERALDO LEMOS NETO: Sim, mas não somente na oração, e principalmente também na ação do bem, trabalhando incansavelmente cada qual de nós em benefício da fraternidade, do amor ao próximo, da solidariedade, formando assim uma corrente de amor, que nos dará forças renovadas e sintonia superior com os planos da vida imortal, capazes de fazer com que vençamos a ignorância e o mal que ainda reside dentro de nós! FABIO SOUSA: Por que é tão difícil para algumas pessoas aceitar a obviedade de que Chico Xavier e Allan Kardec são o mesmo espírito? GERALDO LEMOS NETO: Não sei dizer, mas quando medito a respeito, chego à conclusão de que é por puro preconceito. Afinal, à semelhança dos hebreus que esperavam o salvador de maneira triunfante para vencer o domínio dos romanos, muitos intelectuais espíritas esperavam Allan Kardec reencarnado nas cátedras ilustres do mundo, a expor a sua vasta cultura e a influir nas academias e universidades, e ele voltou quase inculto, pobre, numa família católica romana, mulato, doente, sem nenhum pendor para a academia ou a política do mundo, e com a sua humildade e o seu amor aos semelhantes nos mostrou que o caminho do Espiritismo é estar próximo dos corações dos sofredores e aflitos de toda ordem... Como ele nos dizia “Espiritismo é Jesus de novo para o coração do povo e o que estiver fora disso é conversa fiada!”, e ria-se dele mesmo...
GERALDO LEMOS NETO COM CHICO XAVIER, NA CASA DO MÉDIUM FABIO SOUSA: Às vezes penso como seria bom se todos vocês, que conviveram de perto com Chico Xavier, se reunissem e fizessem um livro contando as conversas com detalhes sobre os assuntos gerais, a fim de que não aconteça como ocorre com grandes luminares que viveram no planeta: quando desencarnam, os ensinos íntimos ficam esquecidos para a posteridade... Você já pensou em reunir os amigos do Chico para fazer isso? Ainda tem muita coisa que vocês conversaram com o Chico que vão nos revelar? GERALDO LEMOS NETO: Mas creio eu, estimado Fabio, que todos nós que convivemos ou estivemos próximos a Chico Xavier de alguma forma estamos fazendo isso. Veja você que no acervo da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo já catalogamos 211 obras biográficas ou que se referem à vida e obra de Chico Xavier, de diversos autores e amigos do valoroso médium, cada qual contando seus casos à sua maneira, dentro do que pôde apreender para transmitir aos nossos confrades. Além disso, temos também a reunião anual dos amigos de Chico Xavier e sua obra, que agora está correndo o Brasil, cujo objetivo é este mesmo: não deixar no esquecimento a chama dos exemplos de renúncia, esclarecimentos e amor que Chico Xavier nos legou. FABIO SOUSA: A convivência com Chico Xavier numa frase: GERALDO LEMOS NETO: Sentir-se nos planos do amor e da alegria imortais, mantendo ainda os pés no chão da terra! FABIO SOUSA: A mediunidade de Chico Xavier num pensamento: GERALDO LEMOS NETO: Amor sem fronteiras! FABIO SOUSA: Muito obrigado pela gentileza de me
conceder esta entrevista, Geraldinho! Paz! In: http://escritorfabiosousa.com/post.php?id=177#.UWNWXhkyDmw08/04/2013 |
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