Médium: uma pessoa interexistente |
Depoimento do médium Francisco Cândido Xavier, em 10 de abril de 1988 "(...) Há muitos anos, o professor Herculano Pires me dizia ser todo médium uma pessoa interexistente. Eu não compreendia muito bem o que ele queria exatamente dizer com isso e pedia-lhe maiores explicações. O professor tentava explicar-me, dizendo que o médium, ao mesmo tempo, vive duas realidades de vida distintas. Mas, mesmo assim, ficava eu por entender o que tentava me transmitir. Passados alguns anos, quando o professor já havia desencarnado, compareci, como de costume, a uma reunião no Grupo Espírita da Prece, aqui em Uberaba. A reunião transcorria normalmente e comecei a receber, pela psicografia, uma mensagem de um rapaz recém-desencarnado, dirigida à sua mãe, que se encontrava aflita. Durante a mencionada recepção da mensagem, enquanto minha mão escrevia, um espírito amigo aproximou-se e disse: — "Chico, nós precisamos de você neste mesmo instante em uma reunião no plano espiritual, ligada por laços de afinidade ao Grupo Espírita da Prece. Você faça o favor de me acompanhar até lá!" Com a devida permissão de Emmanuel resolvi, então, seguir o amigo em espírito. Andamos muito até chegarmos a um salão muito amplo. Lá dentro ocorria uma reunião e todos estavam em silêncio e prece. Com grande alegria, identifiquei a figura do professor Herculano Pires, presidindo o encontro. Cumprimentamo-nos rapidamente pelo pensamento e soube que deveria substituir um médium que havia faltado ao serviço. Uma mãe em estado de sofrimento esperava obter notícias de seu filho. Ambos já estavam desencarnados, mas a respeitável senhora desesperava-se por não ter ainda se encontrado com o filho querido, desencarnado 10 anos antes dela. O estado íntimo de angústia dessa mãe impedia-lhe a visão do filho dileto, que se encontrava em condição espiritual um pouco melhor. Assim, enquanto meu corpo físico psicografava uma mensagem de um rapaz no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, meu corpo espiritual também recebia uma mensagem de outro rapaz, com outro tema, na reunião do plano espiritual, completamente diversa da primeira. Quando tudo terminou, o professor veio falar comigo: — "Você entendeu agora, Chico, o que é ser interexistente?" Só então eu pude compreender o que ele quis me dizer. Nesse instante, lembrei-me de que minha abnegada mãe, D. Maria de São João de Deus, em uma de suas aparições, havia me asseverado com gravidade: — "Chico, a mediunidade é uma enxada bendita de trabalho quando sabemos aceitá-la com Jesus." E fiquei, então, a meditar sobre o assunto. (...)" ________________________ Do livro "Chico Xavier - Mandato de amor" | Organizado por Geraldo Lemos Neto | 4. ed. | União Espírita Mineira | 1997 | p. 99-100
Para saber mais sobre a obra, clique aqui. Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Via Facebook17/06/2013 |
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