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Notícia

A universalidade do pedroleopoldense Chico Xavier



“Sair de Pedro Leopoldo, para mim, foi muito difícil (...).
Encontrei em Uberaba muitos amigos generosos – amo esta cidade,
mas, falando sinceramente,
em Pedro Leopoldo vivi os meus melhores dias...
Pedro Leopoldo é minha mãe;
Uberaba é como se fosse minha tia, mas uma tia muito querida!...”.
(Chico Xavier)


Francisco de Paula Cândido, Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier, ou simplesmente Chico, nasceu no interior do Estado de Minas Gerais, na cidade de Pedro Leopoldo, em 2 de abril de 1910, filho do operário e vendedor de bilhetes de loteria João Cândido Xavier e da também operária e lavadeira Maria de São João de Deus. Foi um ser humano profundamente generoso, de hábitos simples, que dava valor às pequenas coisas. Um típico mineiro, que adorava uma boa prosa e ficava profundamente constrangido com elogios.

Chico Xavier teve uma infância difícil, quase miserável, cheia de muitas lutas e dificuldades. Trabalhou como vendedor de hortaliças, aprendiz de tecelagem na então Companhia Fabril Cachoeira Grande, balconista e ajudante de cozinha no bar de Claudovino Rocha (Dove), caixeiro na "venda" do seu padrinho José Felizardo Sobrinho (Juca Bicheiro), e, finalmente, como funcionário público na Inspetoria Regional da Divisão de Fomento da Produção Animal do Ministério da Agricultura, mais conhecida como Fazenda Modelo.

Iniciou suas atividades mediúnicas em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo, aos dezessete anos de idade, e permaneceu em nossa cidade até os seus 49 anos, ou seja, mais da metade de sua vida, mudando, posteriormente, para a cidade de Uberaba. Morreu aos 92 anos e durante 75 anos de sua vida se dedicou, inteiramente, em exemplificar os ensinamentos de Jesus.

De 1932 a 2013, já foram editadas quase 480 obras recebidas pela sua faculdade mediúnica, publicadas em diferentes idiomas e gêneros literários, fato que alinha Chico Xavier entre os autores brasileiros mais lidos, com mais de 50 milhões de exemplares, embora tenha cursado somente o curso primário no antigo Grupo Escolar de Pedro Leopoldo, hoje Escola Estadual São José. Nunca sobreviveu à custa das publicações dos livros, pois todos os direitos autorais foram doados a instituições assistenciais em todo o Brasil. Vivia de sua modesta aposentadoria.

Em 1981, por ato do governador Francelino Pereira, foi agraciado com a mais alta comenda do Estado de Minas Gerais: a da Inconfidência. No mesmo ano, o seu nome foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em razão de sua extrema dedicação aos sofredores de todos os matizes, bem como sobre a influência de sua vida e obra no soerguimento de múltiplas instituições de caráter social em todo o país.
    
Em agosto de 1995, a Câmara Municipal de Pedro Leopoldo, através da Resolução n.º 309, instituiu no município a Comenda Chico Xavier (aproveito aqui para perguntar aos nossos vereadores por que a entrega dessa comenda foi interrompida?) e em dezembro de 1999 o Governo do Estado de Minas Gerais, através da Lei Estadual n.º 13.394, instituiu a Comenda da Paz Chico Xavier, ambas destinadas a homenagear pessoas físicas e jurídicas que tenham se destacado na promoção da paz, da ética e da cidadania.

O seu trabalho, no mundo acadêmico, tem sido objeto do maior interesse, pois no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes, quando utilizamos as palavras-chave Espiritismo, espírita, Kardec e Chico Xavier, encontramos um total de 60 trabalhos científicos, distribuídos em 9 teses de doutorado e 51 dissertações de mestrado, realizados em programas de pós-graduação credenciados e reconhecidos em nosso país.
    
Este é o nosso filho mais ilustre: o homem Francisco Cândido Xavier, mundialmente conhecido como Chico Xavier. Foi um dos maiores expoente da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, eleito em 2002, pela população do Estado de Minas Gerais, o “Mineiro do Século”, com 704.030 votos, através de uma promoção da Telemar e da Rede Globo Minas. Respeitado e admirado por milhões de pessoas em todo o país e mesmo fora de nossas fronteiras.

Em 2012, em razão dessa identificação com a alma dos brasileiros, através de um programa conduzido pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), foi eleito, por votação popular, como o “Maior brasileiro de todos os tempos”.

O seu exemplo comoveu e até hoje serve de inspiração para aqueles que acreditam que,somente através da solidariedade e do respeito pelas diferenças podemos construir uma sociedade mais justa e mais feliz. Uma unanimidade nacional no campo da assistência e do trabalho social.

Como forma de reconhecimento, gratidão, e para preservar a memória desse homem ilustre, difundir seus ensinamentos e propiciar mais informações àqueles que queiram conhecer e estudar sua obra, foi constituída na cidade de Pedro Leopoldo, no dia 2 de abril de 2004, a Fundação Cultural Chico Xavier, uma organização da sociedade civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e duração por tempo indeterminado, e não tem como objetivo divinizar a figura humana de Chico Xavier, mas oportunizar um espaço público, no qual as pessoas poderão ter acesso, pelo viés da cultura, ao acervo bibliográfico psicografado pelo médium, além da realização de ações, projetos e programas relacionados à sua vida, criação de programas sociais de ajuda às comunidades carentes, além da participação em iniciativas em defesa da paz, da cidadania e dos direitos humanos.

Por isso mesmo, em respeito à memória de Chico Xavier e a todos aqueles que o admiram e querem se inspirar na sua vida, a Fundação inaugurou no dia 2 de julho de 2007 o roteiro Caminhos de Luz Chico Xavier. Um esforço para recuperar e preservar os locais mais marcantes e significativos deixados em sua cidade natal, como o Centro Espírita Meimei, o Centro Espírita Luiz Gonzaga, a Fazenda Modelo, o Açude do Capão, a Casa de Chico Xavier, a Praça Chico Xavier e o Memorial Geraldo Leão em parceria com a Unimed.

Aproveito para destacar o apoio incomensurável da Unimed nos primeiros passos da Fundação Cultural Chico Xavier, principalmente através dos médicos Dr. Sérgio Coube Bogado Júnior e Dr. Luiz Carlos Lopes Moreira, além dos esforços da Dra. Simone Maria Bellezzia, Gilmar Alves Costa, Geraldo Lemos Neto (atual presidente da Fundação) e muitos outros anônimos companheiros.

É importante ressaltar que depois da desencarnação de Chico Xavier, em 30 de junho de 2002, notou-se um grande movimento para conhecer as origens desse benfeitor da humanidade. A Casa de Chico Xavier, lugar onde ele viveu entre os anos de 1948 a 1959, depois da sua inauguração, em 2 de abril de 2006, como parte do roteiro Caminhos de Luz, tem sido visitada por diversas caravanas do país.

Dentro ainda do roteiro Caminhos de Luz Chico Xavier está sendo construído, com recursos advindos do Governo Federal, e em parceria com a Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo, o Memorial Chico Xavier no Açude do Capão, local do primeiro encontro entre Chico Xavier e o seu benfeitor espiritual Emmanuel, no ano de 1931. Vale destacar que a Fundação Cultural Chico Xavier não tem nenhuma responsabilidade sobre a obra. Em 2012, a diretoria da Fundação assinou um protocolo de intenções com a Prefeitura (na gestão de Marcelo Gonçalves) para assumir a direção do Memorial quando este estivesse totalmente construído. Em 2013, em um esforço coletivo, estivemos reunidos com a atual prefeita Heloísa Helena e alguns de seus assessores com o único objetivo de encontrar soluções para transpor os obstáculos para a finalização das obras do Memorial.  

De uma maneira geral, quando falamos em Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Francisco de Assis e Nelson Mandela estamos querendo dizer que tais seres humanos, ultrapassando os limites das suas convicções sociais, políticas e religiosas, deram tanto sentido às suas humanidades que se transformaram em referências universais e atemporais no campo da paz, da ética e da cidadania. E neste momento de tanta intransigência mundial, a Fundação, destacando o aspecto cultural, reconhece que Chico Xavier, filho de Pedro Leopoldo e cidadão do mundo, também representa respeito às diferenças, perseverança no bem coletivo e amor ao próximo.

“Não que eu queira compará-lo a Jesus, longe de mim tal loucura!
Quero apenas aproximá-lo do mendigo que repartiu sua minguada comida com a mãe amargurada e o filho doente.
E sentado na pedra da lareira lhes falou dessa esperança dos tristes e sofredores,
esse Rabi que apareceu na Galileia. E isso era de Chico Xavier:
repartir o que possuía com os pobres e sofredores, e levar aos seus corações as palavras de Jesus.
Sempre lembrando que o céu o trouxe, que o céu o levou;
mas não levou com ele a esperança dos tristes e sofredores...”
(Extraído do livro "Retalhos de saudade", de José Issa Filho, p. 155).




Jhon Harley Madureira Marques
Integrante da Fundação Cultural Chico Xavier e da Casa de Chico Xavier




Grupo Escolar de Pedro Leopoldo, onde Chico estudou de 1919 a 1923.
 (Acervo: Arquivo Geraldo Leão)




Alguns integrantes da família Xavier em 1929, entre elas Cidália Batista Xavier, a segunda mãe de Chico Xavier.
Adultos, da esquerda para a direita: Nelson Pena (cunhado), Carmozina Xavier Pena (irmã), Chico Xavier, João Cândido Xavier (pai),
no colo João Cândido Filho (irmão), Cidália Batista Xavier (madastra), no colo Doralice Xavier (irmã), Geralda Xavier (irmã),
Jacy Pena (cunhado), Maria da Conceição Xavier Pena (irmã). Crianças, da esquerda para a direita: Neuza Xavier (irmã),
Mauro Pena (sobrinho, filho de Nelson e Carmozina), Dorita (ajudante da casa da família Xavier, no colo criança não identificada),
Nelma Pena (sobrinha, filha de Nelson e Carmozina), Lucília Xavier (irmã), Cidália Xavier (irmã), André Luiz Xavier (irmão).
(Acervo: Casa de Chico Xavier.  Fotografia cedida por Eleutério Nunes de Souza Netto (Lelo), de São Bernardo do Campo | SP.)





O jovem Chico Xavier.
(Acervo: Casa de Chico Xavier)




Chico Xavier caminhando pelas ruas de Pedro Leopoldo.
(Do livro Chico Xavier — Um doce olhar para o além, p. 23)




Chico Xavier na Fazenda  Modelo nos anos 50.



Chico Xavier e Jhon Harley em 1990, em Uberaba.



Da esquerda para a direita: Jhon Harley com o poeta José Issa Filho, Geraldo Lemos Neto,
presidente da Fundação Cultural Chico Xavier e da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo,
e Geraldo Leão, do Arquivo Geraldo Leão.
Foto feita no Arquivo Geraldo Leão, em Pedro Leopoldo, em 2010.




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Fotografias constantes do livro "O voo da garça - Chico Xavier em Pedro Leopoldo | 1910-1959" | Jhon Harley | 3. ed. | Vinha de Luz Editora | 2013.






Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Jhon Harley Madureira Marques
20/01/2014
 


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