"(...) Deslumbrada, num período esplendoroso de sua evolução, e sentindo-se no limiar de transformações radicais em todos os setores de sua atividade, a sociedade humana escuta a voz dos seus gênios e dos seus apóstolos, desejando eliminar as fronteiras de todos os matizes que separam os seus membros, fundindo-se nesse abraço de unidade que ela começa a compreender. 8 Mas, a política representa o passado multimilenário. Os governos se concentram à base da força e o antagonismo que impera entre todos os elementos da atualidade apresenta um espetáculo interessantíssimo. Todos os pactos de paz são mentirosos. Haverá maior contradição que a de um instituto de paz, que deve ser pura e espontânea, guardado por exércitos armados até os dentes?
9 Em todos os sistemas políticos dos tempos modernos predominam, apenas, os pruridos da hegemonia internacional. Em virtude de semelhantes disparates, a guerra é inevitável. Não haverá confabulações diplomáticas que a eliminem, por enquanto, do caminho dos homens. E a guerra de agora será mais dolorosa e terrível. Todas as conquistas da ciência serão mobilizadas a seu serviço. A bacteriologia, a eletricidade, a mecânica, a química, todos os elementos serão requeridos pelo polvo insaciável.
10 Deus criou a paz, o amor, a fraternidade, mas os homens criaram os seus próprios destinos. Confundidos no labirinto de suas maldades, só têm podido iluminar os caminhos da vida com os fachos incendiados da morte.
Na atualidade, a guerra das pátrias representa a guerra dos sentimentos; porque uma era nova, de fraternidade cristã, desabrochará nos horizontes do mundo. Todos os espíritos falam nessa renovação e ela aparecerá, clareando o dia novo da humanidade.
11 Nessa época de ouro espiritual, que talvez não venha longe, o mundo entenderá a mensagem de paz do Divino Cordeiro. Uma brisa suave de conforto e de alívio descerá do Céu sobre as frontes atormentadas das criaturas. Terminará o dilúvio de expiações em que o homem há séculos está envolvido, e um pássaro simbólico trará novamente a oliva da esperança.
12 E o Brasil que, embora com sacrifícios ingentes, vem colaborando na disseminação da mensagem da imortalidade e da esperança, nessa era nova entoará, com as nações irmanadas, o hino da paz, compreendendo, pela evolução moral dos seus filhos, a beleza maravilhosa da Pátria Universal. (...)"
Humberto de Campos (Irmão X)