Contou-me, em fraternal conversa, o estimado amigo João Batista França, dedicado companheiro nas tarefas espíritas aqui em Uberaba, a respeito dos ensinamentos que colhera em seus encontros com o nosso inolvidável Chico Xavier. Na década de 70, o caro irmão tinha seus 14 anos de idade. O seu emprego era o de vendedor de jornais. Aqui em nossa cidade existia ainda o famoso Jornal Lavoura e Comércio, diário e com uma grande tiragem.
Era costume, assim, de manhã, quando saía o citadino noticioso, inúmeros jovens percorrerem o centro e os bairros de Uberaba vendendo o jornal. Saiam gritando:
─ Olha o jornal!!!... Tem terremoto!!!... – e citavam outras manchetes.
E o nosso amigo França era um deles. Contou-me ele que uma vez, um menino, seu companheiro de trabalho, lhe disse:
"─ Encontrei o Chico Xavier ali perto dos Correios. Você não precisa ir lá. Ele já comprou, de mim, o jornal.
Acontece que eu adorava ver o Chico e logo corri ao encalço dele. Quando o vi, o cumprimentei. Recebi dele um abraço. Para minha surpresa, ele comprou, também, o jornal das minhas mãos. Ele sempre queria ver a gente feliz."
"De outra vez..." – continuou o amigo em suas lembranças saudosas - "chovia, e já era tarde, quase na hora de encerrar o trabalho. Eu tinha vendido só um jornal. Estava triste. Quando menos esperava, parou ao meu lado um táxi. O Chico dentro do automóvel. Fiquei muito feliz ao vê-lo e ele me perguntou:
─ Meu filho, quantos jornais você ainda tem em suas mãos?
Era muita emoção! Eu quase não dava conta de contar os jornais. Foi preciso ajuda do taxista!!! Contamos trinta e dois. Ele me deu o dinheiro fazendo o pagamento de todos e se retirou.
─ Sabe, Cezar, foi um dos dias mais felizes da minha vida! Quanta bondade daquele representante de Jesus! Tenho ainda na memória o perfume suave que emanava do dinheiro que suas mãos nos entregavam. Dele recebi muitas lições de bondade e amor, que têm me ajudado nas lutas acirradas da vida."
Meus amigos, está aí mais uma bela lição dada pelo nosso querido Francisco Cândido Xavier – recolhida ontem durante a “peregrinação” da nossa Casa Espírita de Agostinho.
Que o Senhor nos proteja hoje e sempre!
Cezar Carneiro
Uberaba, 4 de janeiro de 2014.