Falava-se a respeito de elétrons e de mésons, de radioatividade e de força atômica. Chico discorria com proficiência e saber, ali na rua deserta de Pedro Leopoldo, após o término da reunião.
Estando em Belo Horizonte, fomos visitar o amigo e um irmão que não acreditava no Espiritismo resolveu inesperadamente nos acompanhar. Foi por delicadeza, mas combatia o Chico por todas as formas verbais conhecidas, porém decentes. Discutíamos com ele, no entanto, permanecia insensível às nossas palavras. Viu o Chico e gostou, e de tal maneira que não o abandonou mais. Travou-lhe do braço e seguiu conosco na rua afora para levar o Chico em casa.
No trajeto, conversava-se e discutia-se ciência pura em linguagem leve:
– Como é que você, Chico, – dizia o Afonso – pode saber tudo isso se não aprendeu nada, se não tem curso superior?
– Bem, no começo eu era ignorante mesmo, só tinha o grupo escolar, mas, meu filho, depois de 30 anos em companhia de um professor igual a Emmanuel, você acha que eu seria um aluno muito burro se não aprendesse nada?!?
– Sim, isso é verdade!!! – confirmamos todos.
– Pois foi o que aconteceu. Trinta anos!!! E até português Emmanuel me ensinou, Afonso! Até gramática! Você não imagina a paciência de Emmanuel!...
Todos rimos da sinceridade e da simplicidade dele. Astronomia, Física nuclear, Psicologia e outras ciências vinham à baila. Apenas Chico insistia em dizer: "eletrão" e "mesão", o que muito nos divertia!
As revelações se sucediam e ele entrou no campo espiritual dizendo como viviam os espíritos, as formas horrendas que muitas vezes apresentavam e as relações com o conhecimento científico. Nós queríamos saber mais:
– Por que, então, os espíritos não revelam tudo isso à humanidade? – dizia o Afonso, com ar de incredulidade. – Ajudariam os homens a evoluir mais depressa e acelerariam o progresso!
Chico ficou sério e disse, segurando no braço dele com humildade:
– Olhe, se os espíritos revelassem aos homens um só grama da verdade, estourariam todos os cérebros humanos. Não suportariam a carga!
Ouve um silêncio geral.
– Como? – perguntei. – Um só grama da verdade daria para explodir a mente dos homens?
– Diz Emmanuel que sim! A verdade deve ser dosada. Nem sempre se pode dizer toda a verdade. As criaturas não aguentariam.
– Mas e a palavra do Cristo: "Só a verdade vos libertará"?
– Mas ele não disse em quanto tempo. Deveremos absorvê-la lentamente e aguardar os milênios!…
Fiquei ouvindo no silêncio da noite a gargalhada do Chico, que ia embora e dizia:
– Vamos, gente, vamos dormir! O assunto é eterno e amanhã precisamos de trabalhar! R. A. Ranieri – O santo dos nossos dias, Editora Eco
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Amigos, quanta verdade ouvimos do dileto portavoz da Espiritualidade Maior, que é Francisco Cândido Xavier. Louvemos a Doutrina Espírita Cristã, que é aquele "Consolador" anunciado e enviado por nosso Senhor Jesus Cristo!! Que Deus nos ampare sempre!!!
Cezar Carneiro Abaeté, 27 de março de 2014
Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Cezar Carneiro de Souza
08/04/2014
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