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Notícia

1° de maio - Núcleo Espírita Chico Xavier de Niterói homenageia Eurípedes Barsanulfo




"Escrever sobre a vida de Eurípedes seria quase o mesmo que fazer a biografia de Jesus." – Chico Xavier


Nasceu em Sacramento, MG, em 01/05/1880. Desencarnou em Sacramento, em 1/11/1918, com pouco mais de 38 anos de idade. Filho de Hermógenes de Araújo “Seu Mogico” e de Jerônima Pereira de Almeida, “D. Meca”. Terceiro filho de numerosa família mineira de 15 irmãos. Fisicamente franzino, teve uma infância muito pobre. Sua mãe era o centro de sua atenção e por sofrer insidiosa enfermidade com crises periódicas constituía sua maior preocupação, apesar da pouca idade.

Ingressou no Colégio Miranda que lá se instalara sob a orientação do prof. João Darwil de Miranda e do prof. Inácio Gomes de Mello. Tornou-se brilhante aluno e foi promovido a instrutor de turmas e, finalmente, professor. Em 1901, Seu Mogico é procurado pelo prof. Darwil e diz que nada mais tinha a ensinar ao jovem.

A infância e a juventude foram de pessoa religiosa e cumpridora de suas obrigações para com o catolicismo, que seguia com devoção. Ainda jovem, ajudou a fundar o Grêmio Dramático Sacramentano, onde figurou como ator, local em que eram apresentadas diversas peças clássicas. Tornou-se amigo de Ormênio Gomes, que, vindo a residir em Sacramento, levou para lá preciosa biblioteca de livros homeopáticos, a qual teve acesso e absorveu vasta informação.

Aos 21 anos, lançou a Gazeta de Sacramento e como jornalista tinha a esperança de ajudar o povo culturalmente e abrir um espaço aos interessados nas letras e informações. Aos 22 anos, com ilustres figuras da cidade, fundou, em 31 de janeiro de 1902 o Liceu Sacramentano, onde se tornou professor de diversas matérias, entre elas Francês e Geografia.

Após muita relutância, aceitou e se tornou vereador em 1903, ocupando, então, quatro postos, com grande carga de trabalho: jornalista, professor, vereador e secretário da Irmandade de São Vicente de Paulo. Foi vereador até 1910, quando renunciou a uma prorrogação de mandato por discordar do autoritarismo do então presidente do Estado de Minas Gerais. Sua vida se manteve nesse ritmo até os 25 anos de idade, em 1905, quando a espiritualidade marcava seu encontro com a Doutrina Espírita. Em visita ao padre Maia, recebe a Bíblia para ler, com algumas recomendações.

Antes de sua conversão ao Espiritismo, alguns parentes seus realizavam sessões mediúnicas em Santa Maria, a 14 km de Sacramento. As reuniões eram realizadas na casa do Sr. Mariano Ferreira da Cunha (tio de Eurípedes). Ali, em 28 de agosto de 1900, foi fundado o Centro Espírita Fé e Amor. Vários médiuns notáveis trabalhavam a serviço do povo, com passes e remédios homeopáticos, por meio de receitas, psicografia, etc. Eurípedes sabia disso, mas dava pouca importância.

Recebe de presente o livro "Depois da morte, de Léon Denis, ao qual Eurípedes deu uma rápida olhada e logo se interessou. Eurípedes preocupava-se muito com o bem-estar dos familiares que residiam em Santa Maria, devido aos fenômenos de efeitos físicos que ali ocorriam. Ganhando o livro do tio, leu-o mais demoradamente e consolidou sua impressão. Conceitos sobre a vida e a morte, a reencarnação, o destino do ser humano após a morte, tudo isso abalou sua alma estudiosa e sequiosa de conhecimentos. Recebe o convite para visitar Santa Maria. Volta para devolver a Bíblia ao padre seu amigo e lhe interroga sobre as bem-aventuranças, deixando-o intrigado.

Em Santa Maria, Eurípedes assiste à primeira sessão mediúnica e por intermédio de um humilde médium, Aristides, ouve uma mensagem em francês, esclarecendo-o sobre o Sermão da Montanha, de Jesus, identificando-se o espírito como João Evangelista.

Na segunda sessão mediúnica, por meio do seu tio Mariano, em transe, ouve as primeiras e inesquecíveis palavras do Dr. Bezerra de Menezes, que o saúda alegremente. A seguir, noutra incorporação, ouve, Eurípedes, surpreso, uma comunicação do seu espírito protetor, São Vicente de Paulo, que lhe faz revelações de seu passado espiritual e da nova missão que deveria desempenhar.

O retorno a Sacramento marca mudanças na vida de Eurípedes: possuído de nova fé, tem que enfrentar o Padre Maia e a própria família, católica praticante. Mas, com toda serenidade, afasta-se da Irmandade Vicentina, suportando toda a pressão, e ao comunicar o fato à sua mãe, ela cai em nova crise. Nesse momento, Eurípedes percebe que a doença de sua genitora era obsessão, pois vê o espírito que a perturba. Em companhia de seu tio Sinhô (Mariano da Cunha), evoca tal espírito e ao afastá-lo de sua mãe consegue a cura tão pretendida de uma doença antiga.


Inicia Eurípedes suas pregações públicas no bairro da Zagaia, na periferia de Sacramento, falando aos pobres e enfermos (como outrora fizera nos primórdios do Cristianismo). Sua voz crescia e o povo o ouvia, comovido, a boa nova do Espiritismo. A igreja se esvazia, provocando a ira dos padres e beatos. Sofre várias tentativas de assassinato.

Na noite de 27 de janeiro de 1905, funda em sua residência o Grupo Espírita Esperança e Caridade, onde se realizaria grande trabalho de doutrinação e esclarecimento de espíritos endurecidos, ocorrendo cura para muitas pessoas perturbadas.

Amplia Eurípedes o trabalho de sua farmácia, passando a atender intensivamente e gratuitamente a população local e pessoas vindas de outras regiões. Pela mediunidade, recebe de Dr. Bezerra de Menezes o receituário, promovendo o completo restabelecimento de muitos doentes. Sob a supervisão do mesmo Bezerra, realiza as primeiras cirurgias, sem assepsia prévia ou anestesia, e tudo isso é uma resposta à campanha difamatória da igreja local. Foi o primeiro médium curador a usar esse procedimento no Brasil.

Forçado a sair do Liceu Sacramentano, por causa da campanha da igreja, seus amigos o abandonam, os móveis do colégio são retirados e o prédio requerido pelo proprietário.

Em março de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornaria, com o tempo, modelar instituição de ensino, oferecendo aos estudantes pobres de Sacramento e região uma nova possibilidade de estudo. O ensino ia do primário ao colegial, oferecendo metodologia moderna e eficiente. Visitado e inspecionado por autoridades de ensino, ganhou elogios e citações favoráveis. Eurípedes revelava-se um grande educador. Adotou o método de Pestalozzi, como grande novidade para aquele tempo (primeiro colégio espírita do mundo).

Cartas do Brasil inteiro, solicitando receituário e remédios, chegam a Sacramento e Eurípedes completa o ciclo de sua mediunidade com psicografia, psicofonia, vidência, clauriaudiência, bicorporeidade, transporte e cura.

Eurípedes sofre intensa campanha dos padres contra o seu trabalho e suas ideias espíritas o levam a enfrentar em praça pública um debate com o famoso padre jesuíta Yague, de Campinas, SP. Esse debate foi assistido por mais de 2000 pessoas e Eurípedes vence seu oponente.

Em abril de 1917, chega a Sacramento o Cel. Azarias Arantes, de Igarapava, que, acometido de grave enfermidade, foi completamente curado pelo Dr. Bezerra através de Eurípedes. Antes desse caso, já havia curado a Sra. Maria Modesto, fundadora do sanatório espírita de Uberaba, MG. A repercussão dessa cura e todas as outras levaram algumas pessoas a promoverem contra o médium indecoroso processo penal.

Eurípedes é processado por exercício ilegal da Medicina, fato que causa grande apreensão e sofrimento aos espíritas de Sacramento. Mas, depois de um ano de idas e vindas, não encontrando juiz que o quisesse julgar, o tal processo foi arquivado e o réu, “impronunciado”.

A epidemia da gripe espanhola que assolou o mundo em 1918 chega à cidade de Sacramento, conforme previsão feita pelo próprio Eurípedes. Instalada a pandemia, Eurípedes desdobra-se dia e noite à cabeceira dos enfermos, ajudando centenas de famílias pobres. Esgotado fisicamente, contrai a gripe. Acometido de febre insidiosa, que o leva ao leito, Eurípedes percebe que havia chegado o término de sua missão aqui na Terra. No dia 1 de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de parentes e amigos, Eurípedes retorna à pátria espiritual, legando à posteridade o exemplo de uma vida dedicada integralmente à vivência do amor e à prática da caridade.

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Referências bibliográficas:
NOVELINO, Corina. Eurípedes, o homem e a missão. Araras: IDE, 1979.
NOVELINO, Corina. A grande espera. Pelo espírito Eurípedes Barsanulfo. Araras: IDE,1991.
RIZZINI, Jorge. Eurípedes Barsanulfo:
o apóstolo da caridade. 3. ed. São Bernardo do Campo: Editora Espírita Correio Fraterno do ABC, 1981.




Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Núcleo Espírita Chico Xavier
07/05/2014
 


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