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Notícia

Jhon Harley relembra Chico Xavier em livro



“Chico Xavier foi um homem simples, generoso e bom”, diz Harley

O REGIONAL – Quando você começou a se dedicar à doutrina espírita?

Jhon – Em 1980 comecei a participar das atividades do Grupo Espírita Scheilla na cidade de Pedro Leopoldo. Em 1981 organizamos um grupo de jovens nessa instituição e começamos a promover atividades sociais em nossa cidade. Portanto, são 34 anos envolvido com o movimento espírita da nossa região.

O REGIONAL – Como o trabalho de Chico Xavier chegou até você?

Jhon – Sou de uma família católica, mas nasci e cresci em Pedro Leopoldo ouvindo falar muito em Chico Xavier. Em 1981 tive o prazer de conhecê-lo na casa de sua irmã Cidália Xavier. Evidentemente que essa amizade interferiu na minha forma de pensar e de agir sobre mim mesmo e sobre o mundo.

O REGIONAL – Quando você decidiu acompanhar o trabalho e ficar perto dele?

Jhon – O aspecto que mais me chamou a atenção em Chico Xavier não foi a sua mediunidade, as suas extraordinárias faculdades psíquicas e mediúnicas, mas a sua humanidade. Chico Xavier foi um homem simples, generoso e bom. Sem dizer nada ele nos convencia a todos através dos seus exemplos.

O REGIONAL – Chico reunia uma legião de admiradores, mas também lidava com acusações de outras pessoas. Como ele lidava com isso? E você viu isso de perto quando passou a conviver próximo a ele?

Jhon – Digo sempre que uma das maiores virtudes de Chico Xavier foi o respeito pelas diferenças. Ele conseguia perceber o outro da forma que ele era e não da forma que nós gostaríamos que fosse. Ele conseguia perceber o tempo de cada um. 

O REGIONAL – Quando a fama de Chico Xavier começou a ser conhecida em todas as regiões e passou a chamar a atenção da imprensa, como os jornalistas se comportavam com o Chico?

Jhon – Em minha opinião, Chico Xavier passou a ter reconhecimento público somente a partir do Programa Pinga-Fogo, em 1971, da antiga e extinta TV Tupi. Somente com os seus 61 anos, e depois de muitos testemunhos, passaram a considerá-lo um homem de bem. Falar em Chico Xavier hoje é falar em compaixão, ética, generosidade e amor.

O REGIONAL – Em seu livro “O voo da garça”, em que conta a vida e a obra de Chico Xavier, você cita uma psicografia de Eça de Queirós, quando Chico ainda era rapaz, e o escritor o descreveu profundamente. Essa carta mudou a vida dele? Em que sentido?

Jhon – O poeta português Eça de Queirós descreve Chico Xavier em uma carta psicografada pelo próprio Chico, retratando parte das suas lutas e sofrimentos. A infância e adolescência de Chico foram muito difíceis na cidade de Pedro Leopoldo. Imagina aquele jovem com suas visões e sua mediunidade em uma pequena cidade do interior mineiro ainda regida por muitos preconceitos? 

O REGIONAL – A humildade de Chico e o amor dele para com os excluídos, pobres e doentes eram as principais características dele. Nos 21 anos em que você conviveu com ele, o que aprendeu e o que passar para a sociedade de hoje?

Jhon – Uma de minhas alunas, indignada com o resultado da pesquisa promovida pela TELEMAR e pela Rede Globo Minas me perguntou o que Chico Xavier teria feito para ser considerado o “Mineiro do Século” (foram 704.030 votos), já que ele não teria “inventado” ou feito nada de especial. Confesso que olhei para ela com certa indignação. Ameacei responder, mas a partir desse questionamento comecei a pensar mais profundamente qual teria sido sua “grande invenção”? Talvez a demonstração concreta de ser humanamente possível colaborar na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais feliz. Na perspectiva histórica que a pesquisa se desenvolve compreendo que não é um simples gesto de uma pessoa qualquer que pode magicamente transformar a forma de organização social em que vivemos, mas não posso deixar de afirmar que a coerência entre o falar e o agir, associado ao seu poder de mobilização, pode gerar uma ação coletiva de proporções inimagináveis. Para mim, Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier, foi uma dessas pessoas.  

O REGIONAL – Em 30 junho de 2002, Chico Xavier faleceu, época também que marcou o pentacampeonato da Seleção Brasileira de Futebol, e ele sabia que quando se desligasse deste mundo o país estaria em uma grande comemoração. Ele estava preparado para se desligar do mundo? Temos que ter medo da morte ou de alguma forma saberemos quando ela virá?

Jhon – Defendo a tese de que no fundo, além do instinto de conservação inato em todos os seres humanos, não poderemos ter certeza absoluta de que a vida continua para não perdermos a vontade de viver o presente. Creio que em um mundo como o nosso a dúvida é ainda muito necessária. Entretanto, diz um ditado popular que “tal vida tal morte”. Significa dizer que “céu” ou “inferno” está na consciência de cada um. Chico Xavier não tinha nada o que temer, pois foi um legítimo representante do Cristo entre os homens. Quem plantou amor vai colher amor, não é mesmo?

O REGIONAL – Por que escrever a biografia de Chico Xavier?

Jhon – Na grande maioria das obras pesquisadas fala-se muito mais sobre o Chico Xavier na cidade de Uberaba do que de sua terra natal. No livro falo do Chico em Pedro Leopoldo entre os anos de 1910 a 1959. Nada contra a cidade de Uberaba, pois foi nessa cidade as melhores lembranças dessa convivência. O livro representa também o olhar de um pedroleopoldense sobre outro pedroleopoldense, recuperando informações históricas importantes e que foram equivocadamente reproduzidas, além de destacar aspectos de sua humanidade. Através dessa pesquisa, passei a admirá-lo ainda mais, porque dentro do contexto social que vivemos existem outras pessoas com as mesmas características de humanidade, mas que não conseguiram dar tanto sentido à vida como ele conseguiu.

O REGIONAL – Qual o legado deixado por Chico?

Jhon – Seu maior legado foi vivenciar integralmente a máxima do Evangelho de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

O REGIONAL – Hoje você dá continuidade ao trabalho de Chico em Pedro Leopoldo na Aliança Municipal Espírita de Pedro Leopoldo. Quais os trabalhos feitos por lá?

Jhon – Hoje continuo trabalhando no Grupo Espírita Scheilla, além da Casa de Chico Xavier e da Fundação Cultural Chico Xavier. Na Fundação instituímos o roteiro “Caminhos de Luz Chico Xavier” com o objetivo de preservar os lugares historicamente mais importantes quando ele esteve vivendo em Pedro Leopoldo. A Casa de Chico Xavier foi sua última residência em Pedro Leopoldo e funciona em horário comercial contendo todas as obras psicografadas e quase todas as biografadas. No domingo, às 18:00 horas, realizamos um culto do Evangelho no lar nos moldes que ele realizava quando vivia nessa casa. Vale a pena conhecer.






Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | In: http://www.oregional.com.br/2014/07/jhon-harley-relembra-chico-xavier-em-livro_310691
17/07/2014
 


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