"Chico [Xavier] sempre se preocupou em esconder a própria grandeza: não fazia e não permitia que alguém fizesse a sua propaganda; durante os passes que ele transmitia nos doentes, do seu corpo e, particularmente, de suas mãos exalava cheiro de éter ou de perfume... Impressionantes os fenômenos que aconteciam à sua volta; eu mesmo, por diversas vezes, testemunhei a explosão de luzes à sua volta. De madrugada, tarde da noite, quando saíamos do [Centro Espírita] Luiz Gonzaga, ele, antes de ir para casa, fazia questão de visitar alguns amigos acamados e, quando não tinha nada para lhes levar, talava uma singela flor do campo com que proporcionava alegria a cada um deles... A sua facilidade para psicografar era impressionante; num simples pedaço de papel, onde houvesse necessidade, apoiando-o na perna, ele grafava as mais lindas páginas de além-túmulo. Trovas e sonetos lhe brotavam das mãos com a mesma espontaneidade que as estrelas aparecem no firmamento. Aos seus olhos, tínhamos a impressão de que éramos transparentes - ele nos enxergava por dentro, o corpo e a alma, e, não raro, nos respondia a determinada pergunta antes que tivéssemos tempo de formulá-la; ele nos adivinhava os pensamentos, mas guardava silêncio para as nossas imperfeições..."
Zeca Machado