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Notícia

O mendigo e o rei – Posições



Há longo, longo tempo, compareceram ao Tribunal Divino dois homens recém-chegados da Terra.
Um trazia o sinal da muleta em que se apoiara.
O outro mostrava as marcas da coroa que lhe havia adornado a cabeça.
Fariam prova de humildade para voltarem ao mundo ou seguirem além.
Postos, um a um, na balança, o primeiro acusou enorme peso. Era ainda presa fácil de lutas inferiores, parecendo balão cativo.
O segundo, no entanto, revelava grande leveza. Poderia viajar em demanda dos cimos.
Inconformado, contudo, disse o primeiro:
– Onde a justiça divina? Fui mendigo paupérrimo, enquanto ele...
E indicando o outro:
– Enquanto ele era rei... Passei fome, ao passo que muita vez o vi no banquete lauto. Esmolava na rua, avistando-o na carruagem. Conheci a nudez, reparando-o sob manto dourado, quando seguia em triunfo... Vivi entre os últimos, ao passo que ele sempre aparecia como o primeiro entre os primeiros...
O outro baixou a cabeça, humilhado, em silêncio...
Mas o amigo sereno, que representava o Senhor, falou persuasivo:
– Viste-o na mesa farta, mas não lhe percebeste os sacrifícios ao comer por obrigação. Notaste-o de carro, entretanto, não lhe observaste o coração agoniado de dor ante os problemas dos súditos a que devia assistência. Fitaste-o sob dourado manto nos dias de júbilo popular, todavia, não lhe contemplaste as chagas de sofrimento moral diante das questões insolúveis... Conheceste-o entre os maiorais da Terra, entretanto, não sabes quantos punhais de hipocrisia e de ingratidão trazia cravados no peito, embora fosse obrigado a sorrir. Além disso, na posição de soberano, podia ferir e não prejudicou, desertar e não desertou. Na situação de mendigo, não foste lançado a semelhantes problemas da tentação...
Diante do companheiro triste, o ex-monarca recebeu passaporte para ascensão sublime.
Sozinho e em lágrimas, perguntou, então, o ex-mendigo:
– E agora?
O ministro angélico abraçou-o, sensibilizado, e informou:
– Agora, renascerás na Terra e serás também rei.

 Irmão X
– Do livro "Contos desta e doutra vida | Francisco Cândido Xavier | FEB

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A história do mendigo e do rei faz-nos pensar seriamente, ainda mais que hoje ostentamos o nome de um "césar". Compulsando o riquíssimo livro “Sementeira de luz” (VINHA DE LUZ, 2006), do benfeitor da Vida Maior Neio Lúcio, psicografado por Chico Xavier na Fazenda Modelo em Pedro Leopoldo, no período de 1935 a 1949, encontramos notícias de Nero, aquele "césar" terrível que incendiou Roma.

Então, leiamos o “Sementeira de luz”:


           (...) Confidencialmente, porém, meu filho, e já que nos encontramos em “fala familiar”, posso lhe dizer que você tem visitado Nero,1 que hoje procura transformar as fogueiras do circo em fornos de serviço, onde o pão e o trabalho, a luz e a educação construtivos se façam para todos. É um belo espírito, consagrado ao amor das antiguidades clássicas, embora conserve os traços vivos dos gozos pessoais, taxados à conta de indispensáveis na experiência humana. Todavia, é também um amigo que penetra presentemente em fase muito aguda de sofrimentos morais, porque precisava vencer os companheiros mal-avisados de outro tempo, a fim de possibilitar a continuação do próprio trabalho, de ordem coletiva. Cercam-no verdadeiros cipoais, que lhe põem à prova a capacidade  espiritual. Pedimos a Deus que conceda a ele forças para não trair os compromissos firmados no Além. Aliás, semelhantes auxílios só lhe poderão atingir o círculo pessoal de maneira muito indireta e em absoluto silêncio verbal. Segundo observa você, a vida continua e os dramas não terminam com a mudança dos atos chamados “existência” e “morte”. É necessário muito tempo para que a alma se liberte. Muito tempo e muito serviço próprio.  (...)"

Arthur Joviano – 25/10/1944


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1 Nota da organizadora: refere-se ao Dr. Louis Ensch, nascido em Luxemburgo, em 1885. Ensch diplomou-se pela Escola Politécnica de Aix-La-Chapelle, em 1920. Começou sua carreira como contramestre na Fábrica de Aço da Usina de Burbach, da Arbed, chegando a engenheiro-chefe dos altos-fornos e tornando-se um respeitado siderurgista na Europa. Chegou ao Brasil em novembro de 1927 para encerrar as atividades da usina da Belgo-Mineira em Sabará / Minas Gerais, e para fomentar novos negócios na região, com a implantação, em 1935, de uma nova usina em João Monlevade. Nessa cidade mineira, Dr. Louis Ensch proporcionou a construção de 1,8 mil residências, abriu ruas e implantou sistemas de saneamento básico (água, energia elétrica, esgoto sanitário, pavimentação), além do Hospital Margarida e de várias escolas. Trabalhou na Belgo-Mineira durante 26 anos e ocupou o cargo de diretor-geral. Desencarnou em 9 de setembro de 1953, em seu país natal, mas foi sepultado, segundo seu desejo, em João Monlevade, próximo à usina que ele construiu.





Caros amigos, em nossa evolução se faz necessário que passemos por experiências múltiplas. Numa hora rei, noutra mendigo. Assim os séculos vão passando, e pouco a pouco, com a bênção das vidas sucessivas, vamos caminhando até encontrarmos aquele Senhor que afirmou: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM".
             
Abraços,

Cezar Carneiro – Uberaba, 30 de setembro de 2014.    
 

Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Cezar Carneiro de Souza | Uberaba
23/10/2014
 


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