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Notícia

Chico Xavier e as cartas psicografadas - Entrevista com Carlos A. Baccelli




Chico Xavier no Grupo Espírita da Prece em Uberaba, Minas Gerais


1) Baccelli, para o senhor, comprovar, de forma acadêmica, a veracidade de cartas psicografadas por Chico Xavier é necessário:

 

R – Para mim, particularmente, não, porque, em verdade, tive, durante quase 30 anos, oportunidades de verificar in loco tal comprovação pelos próprios familiares destinatários das referidas cartas psicografadas. Aliás, o maior atestado de sua autenticidade era fornecido pela reação positiva dos familiares aos quais as mensagens psicografadas por Chico Xavier eram dirigidas, nas sessões públicas de psicografia que ele realizava. Os depoimentos, que muitas vezes eram dados espontaneamente pelos familiares dos espíritos que se comunicavam, excedem qualquer forma de comprovação acadêmica, que, a meu ver, está chegando tardiamente, porque quando Chico estava encarnado, poucos foram aqueles que tomaram a iniciativa de estudar o fenômeno que ele próprio era.

 
 
2) À luz do Espiritismo, para o senhor, quais indícios ou informações contidas nessas mensagens já são, por si só, provas da autoria de pessoas falecidas que se comunicaram com os seus entes através de Chico Xavier?

 R – Simples! Chico, por exemplo, psicografava, em média, 7 a 10 cartas por reunião. Acresce que, quando dispunha de mais saúde, as reuniões eram realizadas 3 vezes durante a semana – às segundas-feiras, às sextas e aos sábados. Teríamos, então, calculando por baixo, cerca de 20 e poucas mensagens por semana!!! O que nos dá um total de quase 100 cartas por mês, contendo, cada uma delas, um mundo de informações – nomes, apelidos, datas, citações, enfim, as mais variadas... Ora, numa época em que, praticamente, não existia Internet, em que Chico Xavier pouco saía de sua casa, aonde será que ele iria buscar tantas e tantas informações, inclusive, com muitas cartas sendo assinadas pelos remetentes com a própria caligrafia?!?

3) Esse estudo da UFJF traz algum benefício à memória de Chico Xavier, quanto à autenticidade dessas cartas? 

R – A memória de Chico Xavier, (vocês nos perdoem), não carece de comprovações de sua mediunidade para ser preservada e reverenciada, porque o homem Chico Xavier era muito maior que o médium Chico Xavier – possuindo, no mínimo, o mesmo tamanho! Chico, como pessoa humana e servo fiel de Jesus Cristo, não carece de tais benefícios à sua memória! Agora, sem dúvida, para os mais céticos, o estudo é sempre válido!



4) Esse estudo da UFJF é positivo para a psicografia em geral?

R – Creio que sim; não obstante, a UFJF deve estar preparada para não sair por aí à procura de outro Chico Xavier, porque, positivamente, ela não irá encontrar. Francisco Cândido Xavier foi e, durante muito tempo, continuará sendo um fenômeno único. No mundo inteiro, não há sensitivo que se compare a Chico Xavier!

 

5) Porventura uma pesquisa acadêmica será suficiente para provar aos céticos a autenticidade de cartas psicografadas?

 R – Os céticos, em geral, são como Tomé: continuarão sempre na exigência de mais comprovações. Agora, que uma coisa fique bem clara: o Espiritismo, como Doutrina, não está preocupado com isso. A fé é conquista individual! Para satisfazer os incrédulos, o Céu não promoverá manifestações retumbantes, inclinando-se aos caprichos pessoais deste ou daquele, como se acreditar em Deus fosse um favor que fizéssemos a Ele!...

 

6) Para o senhor, o que realmente importa quando entrega uma carta psicografada a uma família que busque consolo na fé da existência da vida após a morte?

 R – A sensação de meu dever mediúnico cumprido! Crer ou não crer na carta psicografada não é comigo! Se eu não tivesse a mínima confiança pessoal na autenticidade de uma mensagem psicografada por meu intermédio, eu não conseguiria escrever uma linha sequer! Cumpro com o meu papel e fico feliz quando alguém se conforta com uma página de além-túmulo que os espíritos tenham tido oportunidade de psicografar por minha mão. Não obstante, percebo que caso eu não fosse um instrumento tão imperfeito, os espíritos teriam logrado muito mais – e essa constatação me deixa um tanto quanto frustrado.

7) Qual a sua mensagem sobre as cartas psicografadas e o seu real significado na Doutrina Espírita?

R – As cartas familiares psicografadas não passam de simples tijolo no edifício doutrinário do Espiritismo. O que, em geral, elas significam é fomentar a crença na imortalidade, combatendo o materialismo que grassa desastroso em nossos dias do ponto de vista moral, conduzindo o mundo para um suicídio coletivo. Cada carta, encerra, pois, uma mensagem muito maior do que as suas laudas possam conter.


8) Sob outro aspecto, como o senhor define Chico Xavier?

 R – Um dos maiores fenômenos humanos da história da humanidade e, sem dúvida, o maior fenômeno mediúnico de todos os tempos, dentro e fora da Doutrina Espírita. 

 

9) Aos 17 anos, o senhor se interessou pela Doutrina Espírita, em buscar  respostas ao seu dom. Desde então dedica-se à religião e à caridade. Em 2007, quando o entrevistei, o senhor já havia publicado 105 livros, sendo 15 biografias de Chico Xavier. O senhor publicou mais livros de lá para cá? Quais são?

R – Sim, tiveram publicação. No entanto, o que importa não é a quantidade, mas a qualidade. Felizmente, os livros de minha despretensiosa lavra mediúnica têm sido muito úteis mesmo a mim, nas reflexões que efetuo a respeito da vida além da morte do corpo carnal. Se estão sendo úteis a outros, sinceramente não sei. 

 

10) Qual a sua mensagem religiosa para os que creem na Doutrina e também aos que não creem?

 R – Acredito que outra mensagem maior não existiria do que aquela de Jesus Cristo, que, aliás, Chico Xavier sempre fazia questão de repetir: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Fora do amor de Jesus o mundo não tem saída – caminhará, a passos largos, para a bancarrota espiritual! E ninguém precisa ser profeta ou médium para dizer isso!




Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Leepp
20/01/2015
 


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