Infelizmente, na Terra,
Vivendo sem ideal,
Muita gente faz da vida
Um baile de Carnaval.
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Quando termina a folia
No corpo em que se demora,
É que o espírito lamenta
O tempo jogado fora.
*
Para despir de si mesmo
Disfarce usado com gosto,
Há, no mundo, quem precise
Arrancar o próprio rosto.
*
Sou poeta, sou cantor...
Respeito samba no pé.
Porém, o que disso passa
É o descalabro da fé.
*
Não me venham com sofismas,
Pois vou dizer o que acho:
Carnaval, de rico ou pobre,
É uma festa de esculacho!
*
O que deixa o Carnaval
Por dividendos de paz,
É pior que as falcatruas
Nas contas da Petrobras.
*
Coitados de nossos pais,
De mãe Eva e pai Adão.
Até hoje são culpados
Da nossa devassidão.
Eurícledes Formiga
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Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita Pedro e Paulo, na manhã do sábado 14 de fevereiro de 2015, em Uberaba – MG.