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Notícia

Período para florescer...




O mês de abril é fecundo em datas importantes, como a do descobrimento do Brasil (22), em 1500, e a do mártir da Inconfidência Mineira, no dia 21. Para os espíritas, também é marcante: é o marco temporal da codificação espírita, em 18 de abril, quando do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, em 1857, por Allan Kardec.

Em Araçatuba, 21 de abril é a data em que a Doutrina Espírita nasceu oficialmente, com a fundação da União Espírita Paz e Caridade (Abrigo Ismael). Óbvio que não devemos idolatrar datas, no entanto, devemos utilizá-las para lembrar fatos, ocasiões e pessoas que contribuíram para a formação de nosso país, Estado ou cidade.

Em nosso caso, este mês remete ao descobrimento e formação do Brasil. Não apenas pelos aspectos geográfico e político, vale destacar as lutas da Inconfidência Mineira, o forte brado do Hino da Independência: “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós...”

A nosso ver, algo mais importante é a liberdade de consciência, papel que desenvolveu a doutrina iniciada por Kardec no século 19. Importantes representantes no Brasil – daquele e do século passado – deram continuidade. Dr. Adolfo Bezerra de Menezes é um deles, que desencarnou em 11 de abril de 1900. Fervoroso defensor do ser humano, ele tentou essa atuação na política, mas a efetivou, de forma plena, na religião, como um dos mais ardorosos seguidores do Cristo nas terras do Cruzeiro.

O Espiritismo abre o caminho para a religião pautar-se, ou ainda, apoiar-se na ciência para tratar as “coisas” do espírito, da mesma forma que se referem à matéria, mostrando que as leis físicas são muito mais profundas do que nós, a humanidade, acreditava até então. Citações da obra lançada em abril de 1857 seriam comprovadas nas décadas futuras pela ciência.

Neste abençoado mês, reencarna, nas Gerais, um espírito luminoso, que deu a nós exemplos de amor à humanidade, digno de um apóstolo de Jesus. Chegava à Terra, em 2 de abril de 1910, Francisco Cândido Xavier. O nascimento dele é narrado assim, em prosa, por José Issa Filho, escritor e poeta católico, no seu livro “Coisas do reino de Pedro Leopoldo”:

“(...) No fim do mês de março de 1910 começaram a aparecer garças naquela campina, as quais foram misturando-se com os lírios (…). No dia 2 de abril de 1910, o branco dos lírios e das garças cobriu toda a campina. E foi na manhã desse dia, bem cedo, que as garças embranqueceram vários trechos do azul do nosso céu, voando aos bandos, sem a menor pressa, num ritual de graça e leveza, com as penas refletindo à luz do sol e espalhando o suave perfume dos lírios da Fazenda Modelo pelo povoado de Pedro Leopoldo (…). À tarde, as garças voltaram a voar sobre o povoado, levando nas suas penas o perfume dos lírios. E só retornaram ao ponto de onde saíram quando o sol começou a esconder-se no horizonte (…). No dia seguinte, as garças, aos poucos, como chegaram, começaram a deixar aquela várzea. E só ficaram ali umas poucas delas, e uns poucos lírios. Ainda hoje podemos ver naquela região um pequeno número, com certeza descendente das garças que sobrevoaram a cidade no dia 2 de abril de 1910, dia em que Chico Xavier nasceu (…). Os lírios de Pedro Leopoldo nunca floriram com tanta vontade como naqueles dias (…)”

Viveu uma vida sem facilidades, em todos os sentidos. Há diversas biografias que tratam da personalidade desse homem, mas é difícil para qualquer um de nós entender a sua extrema simplicidade, o desapego. Mesmo buscando não ser, foi percebido, e recebeu incontáveis títulos...

Em 2000, por exemplo, Chico Xavier foi eleito "Mineiro do Século XX", seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso popular realizado pela Rede Globo Minas, tendo vencido com 704.030 votos.

Em outubro de 2012, no programa “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”, transmitido pelo SBT, Chico foi o eleito, por voto popular. Na semifinal do programa, ele disputou com Ayrton Senna e venceu com 63,8% dos votos. Na final, a disputa foi com Santos Dumont e Princesa Isabel, vencendo com 71,4% dos votos.

Pensemos nas datas do mês de abril. Temos motivos para comemorar e refletir: descobrimento do Brasil, luta pela liberdade, encontro com a consciência, exemplos de vivência cristã. E início do outono, período para florescer...


Hélio de Matos Corrêa Júnior - Analista de TI (Tecnologia da Informação) e dirigente na Instituição Nosso Lar, em Araçatuba. Descreve esta Face Espírita para publicação exclusiva na Folha da Região.



Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Hélio de Matos Corrêa Jr.
02/04/2015
 


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