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Notícia

 Uma rosa para Chico Xavier


FEE a família Xavier?

Cidália Xavier de Carvalho - Papai, João Cândido Xavier, que  se casou com Cidália, minha mãe,  já tinha nove filhos do primeiro casamento, com dona Maria de São João de Deus, entre eles o Chico. Mamãe teve seis filhos: André, o mais velho, depois, Lucília, Neuza, eu, Dóris (Doralice) e João,  o caçula. Vivos somos eu e o André, que mora em São Paulo. Mamãe era um sonho. O Chico, que tinha apanhado muito depois da morte da sua mãe, encontrou nela o carinho que precisava. A história é bonita. Ficamos sabendo que logo depois do casamento com papai, mamãe colocou um banco e enfileirou todas as canequinhas para servir o café e o bolo para  cada um dos filhos, que recebia com todo amor e carinho. Ela era muito calma, muito meiga. Papai já tinha um temperamento meio nervoso, principalmente em relação ao Chico, porque ele ficava até tarde nos trabalhos de psicografia e de atendimento. Era quando ele falava: “Esse povo não dá sossego pro Chico. Será que não vê que ele precisa dormir para acordar cedo e ir  trabalhar?”  
 
FE - João frequentava os trabalhos espíritas?

Cidália - Ele não freqüentava, mas o filhos todos iam ao centro espírita. José, que dos homens era o mais velho e muito alegre,   foi o braço direito de Chico Xavier. Quando ele desencarnou o Chico ficou  numa tristeza  enorme porque sempre trabalharam juntos.
 
FE Como era o Chico no dia-a-dia?
Cidália - Ele era maravilhoso, brincalhão, trabalhador, lindo! Não era vaidoso, mas sempre gostava de andar bem arrumado. Tinha um paletó xadrez, que amava! Nunca me esqueço que à noite, quando a gente se preparava para dormir, ele marcava um horário para ser chamado de manhã porque tinha de ir para o serviço. E assim a gente fazia. Se era para chamar às 7 horas, a gente o chamava pontualmente. Ai ele dava uma acordadinha e falava para nós: “Me dá mais cinco minutinhos?” Passados os cinco minutos, a gente o acordava de novo e ai não tinha jeito: “Já passáramos cinco minutos, então vou levantar”, dizia.
 
FE - Chico assumiu muitos encargos com a morte de D. Cidália, sua mãe?

Cidália - O Chico foi, ao mesmo tempo, irmão, pai e mãe. Com a morte de mamãe ele assumiu muitas responsabilidades e, embora moço, soube distribuir atenção e zelar por todos nós. Lembro-me de que eu trabalhava com minha irmã Neuza na fábrica até meia-noite e ele ficava nos esperando enquanto fazia as suas psicografias. Quando a gente chegava, ele parava de psicografar e nos perguntava como tinha sido o dia de trabalho, se tudo tinha corrido bem, queria saber das novidades, das pessoas. Às vezes, a gente falava que fulano estava gostando de cicrana, que outro estava namorando beltrana. Ele ficava contente e dizia: “É verdade? Que coisa boa!”  No meu caso, lembro-me de que ele dava os conselhos: “Olha, Dália, você precisa encontrar um moço bom, mais velho que você, que seja responsável e que lhe faça feliz”. Ao conhecer o Chiquinho, que era chefe na fábrica, fui falar com ele e disse: “Acho que estou gostando do Chiquinho, ele parece ser muito bom,  mas estou achando-o meio idoso, mais velho que eu.” E  Chico respondeu: “Ah, esse vai ser muito bom para você!” E realmente foi.
 
FE - Do que o Chico mais gostava?

Cidália -  As pessoas às vezes pensam que o Chico era tão diferente dos outros!...  Ele era uma pessoa normal. Chico gostava de cinema, de televisão, de teatro e muito de música. Achava interessante o povo sair para as ruas cantando em serenatas.
 
FE - Na música, o que ele apreciava?

Cidália - Ele gostava demais de músicas clássicas. O Geraldo Leão, nosso grande amigo aqui de Pedro Leopoldo, fez muitas fitas para ele. Uma do Waldo de Los Rios o Chico gostou demais. Era muito linda, ele tinha mesmo razão. Mas o Chico gostava dos cantores também. Amava ouvir Roberto Carlos, Vanusa e muitos outros. Quando Elis Regina morreu, ele ficou arrasado. Uma música que o marcou muito foi Hi-Lilli Hi-Lo. Eu tenho tantas coisas dele que em um dia, dois dias, não dá pra contar! 
 
FE - O Chico continua recebendo muitas homenagens.

Cidália -  Fizeram um memorial na região do açude através da Câmara e da Prefeitura, quando era prefeito o sr. Ademir Gonçalves. Mas o povo quebrou tudo. Deus permita que as homenagens alegrem o Chico. Ele era uma pessoa muito simples e humilde. A gente precisa se fazer uma pergunta quando vai fazer alguma coisa para ele: será que o Chico ficará contente? Será que isso o deixará alegre? Temos de fazer as coisas pensando em dar alegrias para ele.
 
FE  Neste ano, em abril,  teremos aqui, em Pedro Leopoldo, novo Encontro dos Amigos de Chico Xavier.

Cidália - Deus permita que isso aconteça. Temos o interesse do Geraldinho, que é uma pessoa muito especial. Ele é o nosso sucesso. Apesar de não ter tido muito contato com ele, digo que é uma pessoa maravilhosa. O Chico dedicava a ele a  maior consideração.  Se a minha saúde estiver boa, irei ao Encontro para retribuir aos amigos as alegrias que proporcionam ao Chico.
 
FE - Uma mensagem para os espíritas.

Cidália - Quem sou eu para dar mensagem aos espíritas... Diria apenas que fico muito feliz por amarem o Chico da forma como amam, dentro dos princípios da Doutrina Espírita.


Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz - Serviço Editorial | Ismael Gobbo
02/04/2010
 


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