Notícia

"(...) Juntamente da prezada companheira, fomos visitar a viúva de Zeca Machado.

Deveria estar fazendo uma grande falta aos seus co-irmãos de lutas no meio espírita pedroleopoldense.

Sabíamos que Zeca Machado, diariamente, às 18 horas, fazia, numa das grandes salas de sua casa, o culto do evangelho. Distribuía, assim, a infinidades de irmãos necessitados, o pão da vida e a água viva da verdade, contidos nas páginas santas do livro divino.

E, em silêncio, perguntávamos a nós mesmos: será que o culto acabou ou está na iminência de acabar por falta do seu sincero e abnegado iniciador e man­tenedor?!

Fomos recebidos, emocionada e fraternalmente, pela digna viúva de Zeca Machado. Mostrou-se satisfei­ta com nossa presença, com o nosso gesto, tanto mais quanto sempre que ali estávamos, em Pedro Leopoldo, jamais deixáramos de assistir ao culto do saudoso ami­go e irmão.

Contou-nos, emocionada, o feliz desencarne do marido, que se deu, como um prêmio de Jesus, justamente na hora do culto, com a casa cheia de irmãos.

No leito, sentindo-se mal e certo do seu desencar­ne, pediu que o culto, na sala dos fundos da casa, fosse iniciado. E foi quando o mesmo terminou e todos dele se despediam, que Zeca Machado se libertou do corpo, serenamente, com um sorriso de triunfo, por haver dei­xado, como testemunho de sua passagem, dentro do seu lar, um poço da água viva, um templo para ser ofi­ciada, diariamente, a grande mensagem de Jesus!

Por fim, particularizou-nos a abnegada viúva de Zeca Machado:

— O culto sentiu muito com sua ausência. Dimi­nuiu muito a assistência. Fiquei, em certo momento, apreensiva com seu fracasso, com o seu término. Mas, de repente, os ausentes começaram a vir de novo, e até, para surpresa minha, uma irmã em quem Zeca colocava muito empenho em vê-la, assídua, nas reuniões, por notar que era uma ovelha transviada e que deseja­va salvar-se... E numa manhã, depois de faltar a várias reuniões, apareceu-me aqui para me dizer que sonhara com o espírito de meu marido e que este lhe dissera tantas coisas boas, que acordara chorando e com a intenção de jamais faltar às reuniões... Satisfeita com isso, fui recebendo, noutras manhãs, visitas de irmãos outros que me afirmavam haver sonhado com Zeca Machado e que desejavam colaborar comigo na tarefa da assistência aos pobres e doentes, mantidos pelo culto. Fiquei contente mas intrigada com tantos catequi­zados pelos sonhos de Zeca, e somente mais tarde, quando o Chico Xavier me visitou, é que traduzi todo o MILAGRE...

O Chico nada sabia do que se passava e foi me dizendo:

— Em Uberaba, no Centro, num momento de con­centração, vi o espírito do Zeca. Estava lindo e quase lhe INVEJEI o estado espiritual. Abraçou-me e contou-me o seguinte: seu primeiro cuidado ao despertar do invólucro carnal foi pensar na sua família, no LUIZ GONZAGA e no CULTO DO EVANGELHO do seu lar. Sentia que sua falta, e não seu valor, poderia concorrer para desarmonizar a família, diminuir a frequência do centro e acabar com o culto... E foi quando lhe apareceu o espírito querido de Bezerra, que o consolou, afirman­do-lhe:

— Vou possibilitar, por vontade de Jesus, que você, pelos sonhos, continue sua tarefa. Pelos sonhos, você vai falar com seus familiares, inclusive com sua esposa, com os companheiros em pontos-chave dos serviços que deixou, e tudo vai acabar bem. Vai sentir uma modalidade nova de servir a Jesus, através dos sonhos. (O grifo é nosso)

— Chorei de contentamento. O Chico, sem saber, traduzia para mim a razão de ser das vitórias obtidas e por que tudo se encaminhava para fortalecer mais o culto e aumentar mais e mais a sua frequência. Vive­mos mais unidos no instituto familiar, mais ardorosos na realização do culto e dando ao LUIZ GONZAGA toda a nossa colaboração, sentindo que o mesmo segue sua missão valiosa para a qual foi fundado. Graças a Deus!

Saímos da casa tão apaziguada da viúva do sau­doso e querido Zeca Machado com a alma repleta de bênçãos, de lições estimuladoras, de revelações das graças do amor de Deus! (...)"