Geraldo Lemos Neto: amigo de Chico Xavier
A morte é e continua sendo um dos maiores mistérios da humanidade. A dor da perda de um ente querido faz as pessoas apelarem para vários caminhos e a psicografia foi a forma de ajuda a esse problema mais popularizada por Chico Xavier. Seguindo os princípios da Doutrina Espírita, o médium dizia receber mensagens de pessoas mortas, ou desencarnadas, como preferia dizer, para seus parentes e amigos. E, em alguns casos, não se tratava de apenas uma carta, mas sim de várias. No caso de William Machado de Figueiredo, que faleceu em 1941, foram exatamente 33, a maioria destinada à sua mãe, Adélia Machado de Figueiredo. Amiga próxima de Chico Xavier, ela usou as cartas psicografadas como força para continuar vivendo após a perda do filho."Minha tia-avó teve uma vida muito difícil. Ela teve que criar os filhos sozinha, porque seu marido morreu e as cartas que ela recebia de William através de Chico foram o bastão que ela usou para seguir vivendo e enfrentando a dor. Lembro que ele tinha o costume de colher flores no túmulo de William e mandar cartas para minha tia-avó com palavras de conforto e uma flor junto", conta Geraldo Lemos Neto, dono da Casa de Chico Xavier, centro cultural localizado na residência onde o médium viveu durante alguns anos em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais.Após a morte da sua tia-avó, em 1982, Geraldo decidiu fazer um livro com uma coletânea de todas as cartas que recebem de William. Como Adélia viveu apoiada nessas mensagens, ele decidiu dar à obra o nome de "Bastão de Arrimo". Lançada em 1984, ela reúne todas as 33 cartas e deve ganhar uma reedição neste ano por conta do centenário do médium.Emoção em caravanasFrequentador da "Casa da Prece", centro espírita onde Chico Xavier atendia em Uberaba, Geraldo lembra que multidões compareciam ao local quando o médium participava das sessões de psicografia. Sempre em busca de amparo, as famílias se amontoavam dentro e fora do centro espírita, aguardando um alento, por menor que fosse, de um ente querido morto."A casa era muito pequena, mas apareciam ônibus de todos os lugares do Brasil. A maioria das pessoas acabava ficando do lado de fora, recebíamos em média umas 500 por sessão. Lembro da emoção de quem recebia uma carta daquelas, da maneira como olhavam para o Chico Xavier", explica Geraldo."Lembro que, na maioria das vezes, as cartas eram para pessoas que estavam do lado de fora do centro. As cartas do Chico sempre tinham um remetente e um destinatário. Então íamos gritando o nome pela multidão, ‘carta de cicrano para fulano’, até acharmos para quem era a mensagem. Era impressionante ver a emoção daquelas pessoas", lembra. In: http://www.sidneyrezende.com/noticia/80401+100+anos+de+chico+xavier+amigo+do+medium+fala+sobre+ajuda+da+psicografia
06/04/2010
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