Esboço do perfil de Jesus Cristo |
Por Weimar Muniz de Oliveira Quantas vezes me surpreendo, absorto, na impossível e ilusória tentativa de desvendar a grandeza e a sublimidade do maior protetor e amigo da humanidade terrestre, Jesus, o Cristo. Ciente de sua indescritível posição espiritual,
por mais que rebusco em nosso latino idioma, “Última flor do Lácio, inculta e
bela (...)”[1],
não encontro palavras adequadas para qualificá-lo, por mais brilhantes, suaves
e melífluas sejam! Eu sei que tu compões a “(...) comunidade dos espíritos puros e eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias”![2] Eu sei, querido Mestre, que és o nosso governador planetário, e que foste o seu arquiteto há 4,5 bilhões de anos e que, desde então, o modelas e pastoreias o teu rebanho de mais de 20 bilhões de almas, corpóreas e incorpóreas! Eu sei, Senhor, que antes que o mundo fosse tu eras!
Sei, também, Mestre, que vieste ao mundo para trazer, ensinar e exemplificar um novo e definitivo paradigma, único propício à transformação e à redenção da humanidade terrena, a começar por teu nascimento numa manjedoura, quando poderia ter sido num palácio!
2 – Quantas hosanas, Mestre, se ergueram em teu louvor! Quantas obras d´arte! Na escultura, na arquitetura, na pintura, na literatura e na música universal, Senhor? Nesta última, a quinta essência das artes, quantos insígnes compositores te homenagearam, Mestre? Ora é Ludwig Van Beethoven, com “Missa Solemnis”; ora é Amadeus Mozart, com a “Grande Missa” (“Great Mass”); ora, Antônio Vivaldi, com “Gloria, Gloria”; ora, Georg Friedrich Haendel, com a “Aleluia”, do “Messias”; ora é Jean Sebastian Bach, com a “Alegria dos Homens”; ora, Georg Philipp Telemann, com “A Paixão segundo S. Mateus”! E assim por diante. Nas artes plásticas, na pintura e na escultura, ora é Leonard Da Vinci, com “A Última Ceia” e “O Batismo de Cristo”; ora é Michelangelo Buonarroti, com a “Capela Cistina” e “Jesus e seus Discípulos”; ora, Antônio Francisco Lisboa (o “Aleijadinho”), com o “Cristo carregando a Cruz” e o “Profeta Daniel”, ambos expostos no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos/MG, etc. Nos lamentos da poesia, ora é João de Deus, poeta português, ora Cruz e Souza e Fagundes Varela, vates brasileiros! Ora é William Shakespeare; ora, Dante Alighieri; ora é Victor Hugo; ora, Luiz de Camões, entre outros, todos eles para alçar-te a dimensão! Na ciência, na religião e nos demais setores do conhecimento, ora é Albert Einstein; ora é Léon Hippolyte Denizard Rivail; ora, Mahatma Gandhi; ora, Albert Schweizer, para citarmos apenas alguns dos mais recentes, todos eles, Senhor, para exaltar-te a grandeza!
3 – E este relato não teria fim, Senhor! E no que tange aos
Evangelhos, quantas obras em teu nome, Mestre? Nenhuma biblioteca do
planeta comportaria todos os títulos que sobre o teu nome e teus feitos até
hoje se escreveram! E quem sou eu, Senhor, para fixar-te o retrato? Trata-se, aqui, tão-somente de um leve e obscuro esboço! Já que da quinta essência da arte sou apenas ouvinte e admirador, não tendo como aqui reproduzir uma cantata em teu louvor, não obstante a inegável irmandade rítmica entre ambas – música e poesia –, permite-me, Mestre, servir-me, em frente, da doçura da sempiterna musa, em dois rútilos sonetos, um brasileiro e o outro lusitano.
O Senhor vem
Auta de Souza[3]
E eis que Ele chega sempre de mansinho. Haja sol, faça frio ou tempestade, Veste o manto do amor e da verdade, E percorre o silêncio do caminho.
Vem ao nosso amargoso torvelinho, Traz às sombras da vida a claridade, E os próprios sofrimentos da impiedade São as bênçãos de luz do seu carinho.
Como o sol que dá vida sem alarde, Vem o Senhor que nunca chega tarde E protege a miséria mais sombria.
Ele chega. E o amor se perpetua... É por isso que o homem continua Ressurgindo da treva a cada dia.
Mão divina
Antero do Quental[4]
A luz da mão divina sempre desce Misericordiosa e compassiva Sobre as dores da pobre alma cativa, Que está nas sendas lúcidas da prece.
Se a amargura das lágrimas se aviva, Se o tormento da vida recrudesce, Aguardai a abundância da outra messe De venturas, que é da alma rediviva.
Confiando, esperai a Providência Com os sentimentos puros, diamantinos, Lendo os artigos ríspidos da Lei!
Os filhos da piedade e da paciência Encontrarão nos páramos divinos A paz e as luzes que eu não alcancei.
4 – Para encerrar, com a intenção de, palidamente, também homenagear o nosso divino governador planetário, Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus, permito-me transcrever reflexão de meu livro “Perdidos no tempo”:[5]
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Se não fosse tua doutrina que consola, que ensina...
Não fosse teu Evangelho desde o infante ao mais velho...
Se tu não fosses, Senhor, o que seria do amor?
Se tua doutrina não fosse, não fosse teu Evangelho, que seria do moço e do velho?
O que seria do amor se tu não fosses, Senhor?...
Enviado por Giovani Guimarães | Vinha de Luz Editora | Weimar Muniz de Oliveira | Goiânia | GO | Imagem in: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/StJohnsAshfield_StainedGlass_GoodShepherd-frame_crop.jpg 14/08/2015 |
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