Para entender e reviver um pouco da história de Chico
Xavier, a Fundação Cultural Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG),
cidade natal do médium, criou, em julho de 2005, o roteiro Caminhos de
Luz Chico Xavier. O presidente do conselho da entidade, Jhon Harley
Madureira Marques, 48, afirma que é um roteiro para preservar e
divulgar os lugares realmente significativos na terra natal do médium.
A primeira indicação para visitação é a Fazenda Modelo, onde Chico
Xavier foi empregado, oficialmente, em 1935, permanecendo em sua função
de escriturário (funcionário público do Ministério da Agricultura) até
1958. Uma parceria entre a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
a Prefeitura de Pedro Leopoldo, a FEB (Federação Espírita Brasileira) e
a União Espírita Mineira está promovendo a recuperação da sede da
fazenda, transformada em um Espaço Cultural sobre a vida e a obra de
Chico Xavier.
No dia da visita da reportagem do GCN Comunicação à fazenda,
funcionários trabalhavam em ritmo acelerado para que toda a reforma
seja concluída ainda este mês. A sala, onde Chico também psicografava,
já está pronta e decorada. Sem inaugurar o espaço, a fazenda já recebe
mensalmente mais de 2,5 mil visitantes, segundo Juarez Bretas Armond,
57, assistente da administração do local. “A grande maioria vem por
causa da história de Chico Xavier mesmo. Querem ver onde ele trabalhou,
onde ele psicografou”.
O segundo ponto é a casa de Chico Xavier, onde, antes de se transferir
para Uberaba em janeiro de 1959, Chico morou por 10 anos. O empresário
Geraldo Lemos Filho, de Belo Horizonte, comprou o imóvel há quatro anos
e o transformou em um espaço para visitação pública que abriga todas as
obras psicografadas e muitas biográficas.
Hélcio Marques, 59, é zelador do local. Espírita, dá passes em
seguidores da doutrina, conduz os visitantes, explica a vida e a obra
de Chico. “Veja bem essas camas, cada uma com a cabeceira virada para
um lado (mas de frente uma a outra), para que ele pudesse conversar com
a visita que estivesse dormindo no quarto dele”, afirma, explicando que
o medium gostava muito de receber parentes em sua casa.
A vizinha do imóvel Terezinha Lerroy da Silva, 76, visitava a casa na
tarde de uma quarta-feira e resumiu o que diz ser o pensamento de muita
gente por ali. “Para mim, Chico significa Deus. Nada se compara a ele”,
afirmou. Com entusiasmo, pediu três minutos e foi até a sua casa buscar
um livro autografado pelo médium para mostrar à reportagem. “Ele sempre
passava, me via na janela e chamava ‘Tereeeeza’. Um dia me chamou e me
presenteou com este livro”, afirma.
O roteiro aponta ainda outros locais para visitação, como a Praça
“Chico Xavier”, onde há um busto em homenagem ao médium; o Açude do
Capão, que Chico costumava visitar, aos domingos, para reflexão e onde,
em 1931, ele viu Emmanuel (seu espírito guia) pela primeira vez; a
Escola Estadual “São José” - de 1919 a 1923, Chico estudou na escola,
então chamada de “Grupo Escolar de Pedro Leopoldo”; a Mostra Permanente
Unimed, onde está parte do arquivo do memorialista da cidade Geraldo
Leão, 74. São documentos, fotos, cartas e objetos pessoais de Chico
Xavier. “Para mim, a principal contribuição de Chico Xavier para a
cidade de Pedro Leopoldo foi justamente ele ter nascido aqui”, afirma o
próprio Geraldo Leão. Há ainda os centros espíritas fundados pelo
médium.