O paraíso perdido - 1/19 - Gustave Doré (1833-1883) Quando Sírius, da Constelação do Grande Cão, atingiu a posição de sistema de orbes regenerado, muitos espíritos orgulhosos e rebeldes que lá habitavam foram transferidos para Capela, da Constelação de Cocheiro, que era, na ocasião, um sistema de mundos de provas e expiações. (...)Quando Capela alcançou o estágio de orbes de regeneração, os espíritos indesejáveis foram banidos para a Terra, onde a magnanimidade do Cristo os recebeu e amparou. Alguns dos seus grandes líderes, já redimidos, renunciaram, por amor a eles, à glória e à felicidade do regresso a Sírius, e desceram, à sua frente, aos vales de dor da Terra primitiva, na condição de Grandes Guardiães. O maior de todos, o neto de Abrão, aquele Jacó que se transformaria em Israel, pai das doze tribos que se derivam dos seus doze filhos. Sempre atuante e sempre fiel, ele voltaria depois, como Moisés e como Elias, para tornar novamente ao mundo na figura sublime do Batista.
Jacó --> Moisés --> Elias --> João Batista
Abraão --> Salomão --> Simão Pedro
Issac --> Daniel --> João (o Evangelista)
José (o chanceler do Egito) --> Davi --> Paulo de Tarso
(...) Mas o amor sublime de excelsos espíritos de Sírius não abandonou os antigos companheiros, e foi de lá, daquele orbe santificado, que vieram, desde os primórdios da Terra, para auxiliar voluntariamente ao Cristo Jesus, como:
- Ana e Simeão,
- Isabel e Zacarias,
- e principalmente o carpinteiro José e a santa mãe Maria.
––––––––––––––––– Fonte: Universo e vida, Hernani T. Sant’Anna, pelo espírito Áureo, 1978. Existem orbes que oferecem piores perspectivas de existência que o vosso e, no que se refere a perspectivas, a Terra é um plano alegre e formoso, de aprendizado. O único elemento que ai destoa da natureza é justamente o homem, avassalado pelo egoísmo.
• Conhecemos planetas onde os seres que os povoam são obrigados a um esforço contínuo e penoso para aliciar os elementos essenciais à vida;
• outros, ainda, onde numerosas criaturas se encontram em doloroso degredo.
• Entretanto, no vosso, sem que haja qualquer sacrifício de vossa parte, tendes gratuitamente céu azul, fontes fartas, abundância de oxigênio, árvores amigas, frutos e flores, cor e luz, em santas possibilidades de trabalho, que o homem há renegado em todos os tempos.
Nas expressões físicas, semelhante analogia é impossível, em face das leis substanciais que regem cada plano evolutivo; mas procuremos entender por humanidade a família espiritual de todas as criaturas de Deus que povoam o Universo e, examinada a questão sob esse prisma, veremos a comunidade terrestre identificada com a coletividade universal. –––––––––––––––––––Fonte: O Consolador, 16. ed., Francisco Cândido Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel.
As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos hão de ser adequadas ao meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos pudesse haver seres que vivessem dentro d´agua. Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos.––––––––––––––––– Fonte: O Livro dos Espíritos, 76. ed. Há mundos incontáveis e muitos deles formados de fluidos rarefeitos, inatingidos, na atualidade, pelos vossos instrumentos de ótica. ––––––––––––––––– Fonte: Emmanuel, Francisco Cândido Xavier por Emmanuel, 22. ed. 1938.
Os diferentes mundos que circulam no espaço são povoados de habitantes como a Terra. Todos os espíritos o afirmam, e a razão diz que deve ser assim. A Terra, não ocupando no Universo nenhuma classe especial, nem pela sua posição, nem pelo seu volume, nada poderia justificar o privilégio exclusivo de ser habitada. Por outro lado, Deus não pode ter criado esses bilhões de globos só para o prazer dos nossos olhos; tanto menos que o maior número escapa à nossa vista. ––––––––––––––– Fonte: O Livro dos Espíritos, nº 55. Revista Espírita, 1858, página 65 - Pluralidade dos mundos, por Flammarion.
A forma geral poderia ser, mais ou menos, a mesma dos habitantes da Terra, mas o organismo deve estar adaptado ao meio no qual deve viver, como os peixes estão feitos para viverem na água e os pássaros no ar. Se o meio é diferente, como tudo leva a crer, e como parecem demonstrá-lo as observações astronômicas, o organismo deve ser diferente; não é, pois, provável que, em seu estado normal, eles possam viver uns entre os outros com os mesmos corpos. É o que confirmam todos os espíritos.
Segundo o ensinamento dos espíritos, os mundos estão em graus de adiantamento muito diferentes:
• alguns estão nas mesmas condições que a Terra;
• outros estão mais atrasados - os homens aí estão mais embrutecidos, mais materiais e mais inclinados ao mal.
• Há, ao contrário, os que são mais avançados moral, intelectual e fisicamente, onde o mal moral é desconhecido, onde as artes e as ciências alcançam um grau de perfeição que não podemos compreender, onde a organização física, menos material, não está sujeita nem aos sofrimentos, nem às doenças, nem às enfermidades; os homens aí vivem em paz, sem procurar se prejudicarem, isentos de desgostos, de inquietações, afeições e necessidades que os assediam sobre a Terra.
• Há, enfim, os mais avançados ainda, onde o envoltório corporal, quase fluídico, se aproxima cada vez mais da natureza dos anjos.
• Na série progressiva dos mundos, a Terra não está nem na primeira nem na última categoria, mas é ela um dos mais materiais e dos mais atrasados. (Revista Espírita, 1858, p. 67, 108 e 223 - Idem, 1860, p. 318 e 320 - A moral evangélica segundo o Espiritismo, Cap. III).
• O QUE É O ESPIRITISMO, Allan Kardec,1859.
Allan Kardec – Além de tão vastas solidões, com efeito, rebrilham mundos em sua magnificência, tanto quanto nas regiões acessíveis às investigações humanas; para lá desses desertos, vagam, no éter límpido esplêndidos oásis, que sem cessar renovam as cenas admiráveis da existência e da vida. Sucedem-se lá os agregados longínquos de substância cósmica, que o profundo olhar do telescópio percebe através das regiões transparentes do nosso céu e a que dais o nome de nebulosas irresolúveis, as quais vos parecem ligeiras nuvens de poeira branca, perdidas num ponto desconhecido do espaço etéreo. Lá se revelam e desdobram novos mundos, cujas condições variadas e diversas das que são peculiares ao vosso globo lhes dão uma vida que as vossas concepções não podem imaginar, nem os vossos estudos comprovar. É lá que em toda a sua plenitude resplandece o poder criador. Àquele que vem das regiões que o vosso sistema ocupa, outras leis se deparam em ação e cujas forças regem as manifestações da vida. E os novos caminhos que se nos apresentam em tão singulares regiões abrem-nos surpreendentes perspectivas. –––––––––––––– Fonte: A gênese - Os milagres e as predições segundo o Espiritismo- 36. ed., Allan Kardec. MUNDOS SEM VIDA “COMO O ESPIRITISMO EXPLICA A EXISTÊNCIA DE UM MUNDO SEM VIDA ALGUMA, COMO A LUA E PROVAVELMENTE MARTE?” O senhor, agora, me lembrou de uma falha que cometi, na lição passada, ao expor o problema sobre a escala espírita dos mundos. Realmente, há nessa escala um outro tipo de mundo que eu não citei, porque está incluída na própria fase dos mundos primitivos. SÃO OS MUNDOS TRANSITÓRIOS, QUE, SEGUNDO OS ESPÍRITOS DISSERAM A KARDEC, SÃO COMPLETAMENTE ÁRIDOS, MUITOS DELES SEM MESMO TEREM ATMOSFERA, COMO ACONTECE COM A LUA. ALGUNS DELES, PORÉM, JÁ POSSUEM ATMOSFERA. SÃO AQUELES EM QUE A VEGETAÇÃO SE DESENVOLVEU, EM QUE HOUVE A POSSIBILIDADE, EM VIRTUDE DA EXISTÊNCIA DE ÁGUA NAS SUAS ENTRANHAS, DO DESENVOLVIMENTO DA PRÓPRIA ATMOSFERA. ESSES MUNDOS TRANSITÓRIOS, ASSIM CONSIDERADOS, NÃO TÊM CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE E, JUSTAMENTE POR ISSO, NÃO TÊM HABITANTES PERMANENTES. Ninguém pode, por exemplo, viver permanentemente na Lua, a não ser de maneira artificial, servindo-se dos recursos da Terra, porque a Lua não tem atmosfera. Entretanto, nos mundos transitórios, os espíritos se acomodam, por assim dizer, nos seus trabalhos que realizam no Cosmos. O SENHOR VAI DIZER QUE ISTO É, POR CERTO, UM CASO DE IMAGINAÇÃO, TIRADO DA MITOLOGIA OU COISA SEMELHANTE. MAS A VERDADE É QUE OS ESPÍRITOS SOMOS NÓS MESMOS. É PRECISO LEMBRAR DOS ESPÍRITOS NÃO COMO FANTASMAS, NÃO COMO CRIATURAS ABSTRATAS, IMAGINÁRIAS, MAS COMO CRIATURAS HUMANAS, DESPROVIDAS DO CORPO MATERIAL. NÓS NÃO SOMOS ANIMAIS. TEMOS UM CORPO ANIMAL COMO INSTRUMENTO DE NOSSA MANIFESTAÇÃO, NA VIDA TERRENA. SOMOS PROVENIENTES DO REINO ANIMAL, NA NOSSA EVOLUÇÃO, MAS POR TERMOS ATINGIDO UM PLANO SUPERIOR, EM QUE SE MANIFESTA A CONSCIÊNCIA, NÓS SUPERAMOS A ANIMALIDADE, PORQUE A NOSSA ESSÊNCIA É ESPIRITUAL E NÃO MATERIAL. Temos, pois, de nos lembrar dos espíritos como seres humanos, dotados de todas as capacidades que possuímos, aqui na Terra, sendo que as mesmas são criadas em virtude de eles estarem revestidos de um corpo mais leve do que o nosso corpo material, que é o perispírito. O SENHOR TERIA A POSSIBILIDADE DE DIZER QUE TUDO ISSO É IMAGINAÇÃO. E SE EU LEMBRAR AO SENHOR QUE AS PESQUISAS EXISTENTES NESTE CASO DEMONSTRARAM A EXISTÊNCIA REAL DO PERISPÍRITO, O CORPO ESPIRITUAL DO HOMEM? O SENHOR PODERÁ OBJETAR-ME, COMO COSTUMAM FAZER OS CÉTICOS, QUE ESSAS PESQUISAS NUNCA CHEGARAM A COMPROVAÇÕES DECISIVAS. NA VERDADE, CHEGARAM. CHEGARAM, SIM SENHOR. Se o senhor ler os trabalhos científicos a respeito, verá que chegaram a resultados conclusivos, mas foram rejeitados pela maioria dos cientistas, que não se importaram em pesquisar nesse campo. POR QUE WILLIAM CROOKES SE DEDICOU A ESTUDAR OS FENÔMENOS ESPÍRITAS? POR QUE ELE ERA ESPÍRITA? NÃO, PORQUE ELE NEM ACREDITAVA NISSO. Depois da investigação da Sociedade Dialética de Londres, que quis acabar com o Espiritismo e acabou, na verdade, se dividindo em duas partes, uma a favor e outra contrária, depois desse fracasso William Crookes foi chamado à liça. Era um homem de grande prestígio, de grande capacidade científica no campo da investigação, principalmente para fazer aquilo que a Sociedade Dialética não havia conseguido fazer. É BEM CONHECIDO O EPISÓDIO DE CROOKES. ELE TRABALHOU APENAS TRÊS MESES NA INVESTIGAÇÃO ESPÍRITA, AFASTANDO-SE, PORTANTO, DO CAMPO DAS SUAS PESQUISAS HABITUAIS, DO SEU TRABALHO COSTUMEIRO. POIS BEM, CROOKES FICOU MAIS DE TRÊS ANOS NA PESQUISA ESPÍRITA E PROVOU A EXISTÊNCIA DE TODOS OS FENÔMENOS ESPÍRITAS. ENTÃO, O QUE FIZERAM AQUELES MESMOS QUE HAVIAM SOLICITADO A SUA PRESENÇA NESSE CAMPO? DISSERAM QUE ELE HAVIA PERDIDO A RAZÃO. COMO TER PROVADO A EXISTÊNCIA DOS ESPÍRITOS, PELO MESMO CROOKES, QUE HAVIA PROVADO A EXISTÊNCIA DA MATÉRIA RADIANTE? AS CONQUISTAS DE CROOKES ANTES DO SEU TRABALHO ESPÍRITA ERAM VÁLIDAS, MAS AS CONQUISTAS NO CAMPO DA INVESTIGAÇÃO ESPÍRITA NÃO DEVERIAM SER VÁLIDAS. VEJA O SENHOR O PRECONCEITO, A FALTA DE AREJAMENTO ESPIRITUAL PARA ENFRENTAR OS PROBLEMAS. AINDA RECENTEMENTE, UM GRANDE CIENTISTA FRANCÊS AFIRMOU, ATRAVÉS DE UM TRABALHO MUITO BEM FEITO, SOBRE A TRADIÇÃO DOS CIENTISTAS NO MUNDO ATUAL, EM FACE DOS PROBLEMAS PARAPSICOLÓGICOS, QUE EXISTE NA CIÊNCIA UMA LEI DE CONSERVAÇÃO DA ESTRUTURA CIENTÍFICA, DENOMINADA LEI DE ALERGIA AO FUTURO, QUE FUNCIONOU NA CIÊNCIA. QUANTO A CROOKES, SAIU DO CAMPO DO PRESENTE IMEDIATO E INVESTIGOU A REALIDADE DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS, COM O QUE SE PROJETAVA NO FUTURO. ENTÃO OS SEUS PRÓPRIOS COLEGAS SE VOLTARAM CONTRA ELE. TEMOS TAMBÉM O CASO DE CHARLES RICHET, QUE PROJETOU SUAS PESQUISAS EM ARGEL, PROVOCANDO AS MANIFESTAÇÕES DE UM ESPÍRITO MATERIALIZADO, QUE ELE EXAMINOU COMO FISIOLOGISTA, EM TODAS AS MINÚCIAS DE SUA MANIFESTAÇÃO; COMPROVOU E AFIRMOU A REALIDADE DA MATERIALIZAÇÃO E FOI ACUSADO, PELOS SEUS PRÓPRIOS COLEGAS, DE QUE TINHA COMETIDO UM GRAVE ERRO DE TER SIDO LUDIBRIADO POR AFIRMAÇÕES DO COCHEIRO DO GENERAL NOEL, EM CUJA CASA FORAM FEITAS AS EXPERIÊNCIAS. ACONTECE QUE ESSE COCHEIRO HAVIA SIDO DESPEDIDO PELO GENERAL NOEL; ERA LADRÃO E BÊBADO. ENTÃO RICHET PERGUNTOU A SEUS COLEGAS NA FRANÇA: VOCÊS PREFEREM FICAR COM AS AFIRMAÇÕES DO COCHEIRO BÊBADO OU COM AS MINHAS? COMO O SENHOR VÊ, O PROBLEMA É MUITO SÉRIO, MUITO GRAVE E NÓS PRECISAMOS COMPREENDER QUE TEMOS QUE DEIXAR DE LADO OS PRECONCEITOS E ENCARAR A VERDADE. VAMOS EXAMINAR AS PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SI E VERIFICAR A CONSTÂNCIA COM QUE ESSAS PESQUISAS NÃO MUDAM. DESDE OS TEMPOS DE KARDEC ATÉ HOJE, ESTÃO SEMPRE TERMINANDO, CONCLUINDO, PELA EXISTÊNCIA REAL DO FENÔMENO. ENTÃO A REALIDADE SE IMPÕE, ATRAVÉS DA PESQUISA CIENTÍFICA, E NÃO PODE SER ABSOLUTAMENTE NEGADA COM ESSA SIMPLICIDADE, ESSA FACILIDADE COM QUE TEM SIDO FEITA. (J. Herculano Pires – No limiar do amanhã)FALANGES OBSCURAS DO UMBRAL AMONTOAM-SE SOBRE A EUROPA IMPULSIONANDO A MENTE HUMANA PARA CRIMES E A GUERRA GUERRA
Nosso Lar - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito André Luiz
O IMPRESSIONANTE APELO
Ligado o receptor, suave melodia derramou-se no ambiente, embalando-nos em harmoniosa sonoridade, vendo-se no espelho da televisão a figura do locutor, no gabinete de trabalho. Daí a instantes, começou ele a falar:
- Emissora do Posto Dois, de "Moradia". Continuamos a irradiar o apelo da colônia, em benefício da paz na Terra. Concitamos os colaboradores de bom ânimo a congregar energias no serviço de preservação do equilíbrio moral nas esferas do globo. Ajudai-nos, quantos puderem ceder algumas horas de cooperação nas zonas de trabalho QUE LIGAM AS FORÇAS OBSCURAS DO UMBRAL À MENTE HUMANA. NEGRAS FALANGES DA IGNORÂNCIA, DEPOIS DE ESPALHAREM OS FACHOS INCENDIÁRIOS DA GUERRA NA ÁSIA, CERCAM AS NAÇÕES EUROPEIAS, IMPULSIONANDO-AS A NOVOS CRIMES.
Nosso núcleo, junto aos demais que se consagram ao trabalho de higiene espiritual, nos círculos mais próximos da crosta, denuncia esses movimentos dos poderes concentrados do mal, pedindo concurso fraterno e auxílio possível. Lembrai-vos de que a paz necessita de trabalhadores de defesa! Colaborai conosco na medida de vossas forças!... Há serviço para todos, desde os campos da crosta às nossas portas!... Que o Senhor nos abençoe. Interrompeu-se a voz, ouvindo-se divina música, novamente. A inflexão do estranho convite abalara-me as fibras mais íntimas. Veio Lísias em meu socorro, explicando:
- Estamos ouvindo "Moradia", velha colônia de serviços muito ligada às zonas inferiores. COMO SABE, ESTAMOS EM AGOSTO DE 1939. SEUS ÚLTIMOS SOFRIMENTOS PESSOAIS NÃO LHE DERAM TEMPO PARA PONDERAR SOBRE A ANGUSTIOSA SITUAÇÃO DO MUNDO, MAS POSSO AFIANÇAR QUE AS NAÇÕES DO PLANETA SE ENCONTRAM NA IMINÊNCIA DE TREMENDAS BATALHAS.
- QUE DIZ? - INDAGUEI, ATERRADO - POIS NÃO BASTOU O SANGUE DA ÚLTIMA GRANDE GUERRA? Lísias sorriu, fixando em mim os olhos brilhantes e profundos, como a lastimar em silêncio a gravidade da hora humana. Pela primeira vez o enfermeiro amigo não me respondeu. Seu mutismo constrangera-me. Assombrava-me, sobretudo, a imensidade dos serviços espirituais nos planos de vida nova a que me recolhera. Pois havia cidades de espíritos generosos, suplicando socorro e cooperação? Apresentara-se a voz do locutor com entonação de verdadeiro SOS. Vira-lhe a fisionomia abatida, no espelho da televisão. Demonstrava ansiedade profunda nos olhos inquietos. E a linguagem? Ouvira-lhe nitidamente o idioma português, claro e correto. Julgava que todas as colônias espirituais se intercomunicassem pelas vibrações do pensamento. Havia, ainda ali, tão grande dificuldade no capítulo do intercâmbio? Identificando-me as perplexidades, Lísias esclareceu:
- Estamos ainda muito longe das regiões ideais da mente pura. Tal como na Terra, os que se afinam perfeitamente entre si podem permutar pensamentos, sem as barreiras idiomáticas; mas, de modo geral, não podemos prescindir da forma, no lato sentido da expressão. Nosso campo de lutas é imensurável. A HUMANIDADE TERRESTRE, CONSTITUÍDA DE MILHÕES DE SERES, UNE-SE À HUMANIDADE INVISÍVEL DO PLANETA, QUE INTEGRA MUITOS BILHÕES DE CRIATURAS. Não seria, portanto, possível atingir as zonas aperfeiçoadas, logo após a morte do corpo físico. Os patrimônios nacionais e linguísticos remanescem ainda aqui, condicionados a fronteiras psíquicas. Nos mais diversos setores de nossa atividade espiritual existe elevado número de espíritos libertos de todas as limitações, mas insta considerar que a regra é sofrer-se dessas restrições. Nada enganará o princípio de sequência, imperante nas leis evolutivas.
Nesse ínterim, interrompia-se a música, voltando o locutor:
- EMISSORA DO POSTO DOIS, DE "MORADIA". CONTINUAMOS A IRRADIAR O APELO DA COLÔNIA EM BENEFÍCIO DA PAZ NA TERRA. NEVOEIROS PESADOS AMONTOAM-SE AO LONGO DOS CÉUS DA EUROPA. FORÇAS TENEBROSAS DO UMBRAL PENETRAM EM TODAS AS DIREÇÕES, RESPONDENDO AO APELO DAS TENDÊNCIAS MESQUINHAS DO HOMEM. HÁ MUITOS BENFEITORES DEVOTADOS, LUTANDO COM SACRIFÍCIOS EM FAVOR DA CONCÓRDIA INTERNACIONAL, NOS GABINETES POLÍTICOS. ALGUNS GOVERNOS, NO ENTANTO, SE ENCONTRAM EXCESSIVAMENTE CENTRALIZADOS, OFERECENDO ESCASSAS POSSIBILIDADES À COLABORAÇÃO DE NATUREZA ESPIRITUAL. Sem órgãos de ponderação e conselho desapaixonado, caminham esses países para uma guerra de grandes proporções Oh! irmãos muito amados, dos núcleos superiores, auxiliemos a preservação da tranqüilidade humana!... Defendamos os séculos de experiência de numerosas pátrias-mães da civilização ocidental!... Que o Senhor nos abençoe. Calou-se o locutor e voltaram as cariciosas melodias. O enfermeiro permaneceu em silêncio, que não ousei interromper. Após cinco minutos de harmonia repousante, a mesma voz se fez novamente ouvir:
- EMISSORA DO POSTO DOIS, DE "MORADIA". CONTINUAMOS A IRRADIAR O APELO DA COLÔNIA EM BENEFÍCIO DA PAZ NA TERRA. COMPANHEIROS E IRMÃOS, INVOQUEMOS O AMPARO DAS PODEROSAS FRATERNIDADES DA LUZ, QUE PRESIDEM AOS DESTINOS DA AMÉRICA! COOPERAI CONOSCO NA SALVAÇÃO DE MILENÁRIOS PATRIMÔNIOS DA EVOLUÇÃO TERRESTRE! MARCHEMOS EM SOCORRO DAS COLETIVIDADES INDEFESAS, AMPAREMOS OS CORAÇÕES MATERNAIS SUFOCADOS DE ANGÚSTIA! NOSSAS ENERGIAS ESTÃO EMPENHADAS EM VIGOROSO DUELO COM AS LEGIÕES DA IGNORÂNCIA. QUANTO ESTIVER AO VOSSO ALCANCE, VINDE EM NOSSO AUXÍLIO! SOMOS A PARTE INVISÍVEL DA HUMANIDADE TERRESTRE, E MUITOS DE NÓS VOLVEREMOS AOS FLUIDOS CARNAIS PARA RESGATAR PRÍSTINOS ERROS. A HUMANIDADE ENCARNADA É IGUALMENTE NOSSA FAMÍLIA. UNAMO-NOS NUMA SÓ VIBRAÇÃO. CONTRA O ASSÉDIO DAS TREVAS, ACENDAMOS A LUZ; CONTRA A GUERRA DO MAL, MOVIMENTEMOS A RESISTÊNCIA DO BEM. RIOS DE SANGUE E LÁGRIMAS AMEAÇAM OS CAMPOS DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. PROCLAMEMOS A NECESSIDADE DO TRABALHO CONSTRUTIVO, DILATEMOS NOSSA FÉ... QUE O SENHOR NOS ABENÇOE.
A essa altura, desligou Lísias o aparelho e vi-o enxugar discretamente uma lágrima, que seus olhos não conseguiam conter. Num gesto expressivo, falou, comovido:
- GRANDES ABNEGADOS, OS IRMÃOS DE "MORADIA"! TUDO INÚTIL, PORÉM - ACENTUOU, TRISTE, DEPOIS DE LIGEIRA PAUSA -, A HUMANIDADE TERRESTRE PAGARÁ, EM DIAS PRÓXIMOS, TERRÍVEIS TRIBUTOS DE SOFRIMENTO.
- Não há, todavia, recurso para conjurar a tremenda catástrofe? - perguntei, sensibilizado.
- Infelizmente, - acrescentou Lísias em tom grave e doloroso – a situação geral é muito crítica. Para atender às solicitações de "Moradia" e de outros núcleos que funcionam nas vizinhanças do Umbral, reunimos aqui numerosas assembléias, mas o Ministério da União Divina esclareceu que a humanidade carnal, como personalidade coletiva, está nas condições do homem insaciável que devorou excesso de substâncias no banquete comum. A CRISE ORGÂNICA É INEVITÁVEL. NUTRIRAM-SE VÁRIAS NAÇÕES DE ORGULHO CRIMINOSO, VAIDADE E EGOÍSMO FEROZ. EXPERIMENTAM, AGORA, A NECESSIDADE DE EXPELIR OS VENENOS LETAIS.
Demonstrando, entretanto, o propósito de não prosseguir no amarguroso assunto, Lísias convidou-me a recolher.
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Emmanuel e a 2ª Grande GuerraEm 1937, Emmanuel pré-anunciou a conflagração mundial Reformador (FEB) - Junho, 1945Por Indalício MendesEmmanuel, o bondoso e iluminado Espírito, que tantas lições evangélicas nos tem oferecido, através da mediunidade desse humílimo e igualmente bom Francisco Cândido Xavier, pré-anunciou a grande catástrofe bélica que arrastou a Humanidade à dolorosa situação em que atualmente se encontra.
Transmitindo ao nosso Chico as páginas rutilantes de "Emmanuel " , em 1937, CUJA PRIMEIRA EDIÇÃO APARECEU EM FEVEREIRO DE 1938, O DEDICADO GUIA ESPIRITUAL APONTOU, NESSE LIVRO MAGNÍFICO, A GUERRA QUE SE APROXIMAVA E QUE REBENTOU, AFINAL, EM 1939. Fê-lo de modo inequívoco, embora com a simplicidade dos que, vivendo na verdade, a ela se referem sem espanto nem surpresa. Transcreveremos alguns trechos, cujos pontos mais interessantes vão grifados.
No capítulo IV – “PELA REVIVESCÊNCIA DO CRISTIANISMO" (pág. 45), chama a atenção dos homens para o estudo e a prática do Evangelho, como único meio de se salvar da destruição "o patrimônio de conquistas grandiosas da nossa civilização". Aludiu à “Ausência de unidade espiritual" (cap. XVIII, pág. 99), razão preponderante do desentendimento dos homens. A frente única pela paz não poderia estabelecer-se, porque a insinceridade e a desconfiança dos povos entre si, trabalhados pelos políticos ambiciosos, cavavam fundo abismo de nação para nação. Por isso, "o Tratado de Versalhes caiu com as deliberações políticas do novo Reich e a Liga das Nações compreendeu a inaplicabilidade do seu estatuto, no momento decisivo da campanha italiana na Abissínia".
Este outro trecho mostra bem a precisão do comentário de Emmanuel, confirmado integralmente pelos acontecimentos políticos que precederam o conflito mundial: “A paz armada - Todos os "povos entenderam bem essas profundas desilusões. Mais de 100.000 homens mecanizados estão preparados no velho continente, só para a ofensiva do ar. Busca-se a todo transe uma solução para os problemas da guerra. Uma reforma visceral nos estatutos da sociedade de Genebra é inutilmente sugerida. Estuda-se a possibilidade de um acordo entre a França e a Itália, no sentido de assegurar-se a paz continental, atendendo-se às necessidades da região danubiana e equilibrando a Alemanha com o resto da Europa. Tenta-se a colaboração de todos os gabinetes. Os partidos iniciam a guerra das ideologias. Mas a Europa, nos seus conflitos inquietantes, conhece perfeitamente a sua condenação à guerra.Sociedades edificadas na pilhagem - A ilação dolorosa que se pode extrair da situação atual é a que essas sociedades foram edificadas à revelia do Evangelho, necessitando as suas bases mais profundas transformações. Fundadas com o rótulo de Cristianismo, elas não o conheceram. À sombra do Deus antropomórfico que criaram para as suas ComodIdades, inverteram todas as lições do Salvador, em cujo ideal de fraternidade e pureza, asseveravam PROGREDIR E VIVER. DISTANCIADAS, PORÉM, COMO SE ENCONTRAM, DE UMA IDENTIDADE PERFEITA COM OS ESTATUTOS EVANGÉLICOS, AS SOCIEDADES EUROPEIAS SUCUMBEM SOB O PESO DE SUA OPULÊNCIA MISERÁVEL. SUAS FONTES DE CULTURA SE ACHAM VISCERALMENTE ENVENENADAS, COM AS SUAS DESCOBERTAS E CIÊNCIAS, QUE SÃO RECURSOS MACABROS PARA A DESTRUIÇÃO E PARA A MORTE. NÃO EXISTE, ALI, NENHUMA UNIDADE ESPIRITUAL, À BASE DO ESPÍRITO RELIGIOSO, MANTENEDOR DO PROGRESSO COLETIVO. COMO PODERÁ PERSISTIR DE PÉ UMA CIVILIZAÇÃO DESSA NATUREZA, SE TODOS OS SEUS TRABALHOS OBJETIVAM O EXTERMÍNIO DOS MAIS FRACOS, ESTABELECENDO O CONDENÁVEL CRITÉRIO DA FORÇA? O OCIDENTE TERÁ DE CONHECER UMA VIDA NOVA. UM SOPRO ADMIRÁVEL DE VERDADE HÁ DE CONFUNDIR OS SEUS ERROS SECULARES, AS SOCIEDADES EDIFICADAS NA PILHAGEM HÃO DE SE PURIFICAR, INAUGURANDO O SEU NOVO REGIME, À BASE DA LIÇÃO FRATERNA DE JESUS. ESPEREMOS, CONFIANTES, A ALVORADA LUMINOSA QUE SE APROXIMA, PORQUE DEPOIS DAS GRANDES SOMBRAS E DAS GRANDES DORES QUE ENVOLVERÃO A FACE DA TERRA, O EVANGELHO HÁ DE CRIAR, NO MUNDO INTEIRO, A VERDADEIRA CRISTANDADE" (PÁGS. 99-101).
Prosseguindo em suas dissertações mediúnicas, Emmanuel aprofunda suas valiosas observações. E, no cap. XIX, tratando da "civilização ocidental", pondera: "É imprescindível não perdermos de vista os aspectos sociais da civilização moderna, para encontrarmos os falsos princípios das suas bases e o fim próximo que a espera inevitavelmente" (pág. 102).
Sublinha os fatos, mostra como se processa a elaboração da guerra, para afirmar: “Um surto de civilização dessa natureza não pode prescindir da guerra e é por essa razão que o perigo iminente da carnificina bate de novo à porta da alma humana, saturada de temores e sofrimentos."
Emmanuel traçou o quadro pavoroso da conflagração que ainda perdura. Em pinceladas fortes, pintou a realidade da situação que, dia a dia, hora a hora, se agravava. E, assim, no subtítulo "O fantasma da guerra" (págs. 104-105), anunciou, sem reticências, a luta tremenda que haveria de subverter os mais nobres anseios da alma humana: “A EUROPA, NA ATUALIDADE, É O GIGANTE CANSADO, À BEIRA DO SEU TÚMULO. INFELIZMENTE, O SENSO ARRAIGADO DO MILITARISMO ENVENENOU-LHE OS CENTROS DE FORÇA. A ALEMANHA E A ITÁLIA SUPERLOTADAS APELAM PARA OS RECURSOS QUE A GUERRA LHES OFERECE. NÃO OBSTANTE TODOS OS TRATADOS E PACTOS EM FAVOR DA TRANQUILIDADE EUROPEIA, NUNCA, COMO AGORA, FOI A PAZ, ALI, TÃO VILIPENDIADA. O TRATADO DE VERSALHES, O PACTO DE LOCARNO NADA MAIS FORAM QUE FENÔMENOS DIPLOMÁTICOS, DA PRÓPRIA GUERRA EM PERSPECTIVA. NUNCA HOUVE UM PROPÓSITO SINCERO DE FRATERNIDADE E DE IGUALDADE NESSAS ALIANÇAS. EM 1928, FOI ASSINADO O PACTO KELLOG, COMO SE FORA UMA ESPERANÇA PARA TODAS AS NACIONALIDADES. ENTRETANTO, JAMAIS, COMO NESTES ÚLTIMOS ANOS, O ARMAMENTISMO TOMOU TANTO INCREMENTO, EM TODOS OS PAÍSES DO PLANETA. SÓ A FRANÇA, NAS SUAS ESTATÍSTICAS DO ANO PASSADO, ACUSAVA UMA DESPESA DE MAIS DE TREZE BILHÕES DE FRANCOS, INVERTIDOS NOS PROGRAMAS DE SUA DEFESA. E, ATRÁS DOS GRANDES VASOS DE GUERRA, DAS METRALHADORAS DE PESADO CALIBRE, DAS GRANADAS DESTRUIDORAS, ESCONDEM-SE OS NOVOS GASES ASFIXIANTES E OS TERRÍVEIS ELEMENTOS DA GUERRA BACTERIOLÓGICA QUE OS ALGOZES DA CIÊNCIA ENGENDRARAM CRIMINOSAMENTE PARA O SUPLÍCIO DOS POVOS. O MOMENTO É DE ANGÚSTIA INJUSTIFICÁVEL. A PRÓPRIA INGLATERRA, QUE NUNCA SE ENCONTROU TÃO PODEROSA E RICA QUANTO AGORA, SENTE DE PERTO A CATÁSTROFE; A SUA MISSÃO COLONIZADORA TOCA IGUALMENTE A SEU FIM. AO LADO DOS BENS QUE OS INGLESES PRODIGALIZARAM A DIVERSAS REGIÕES DO PLANETA, HOUVE DE SUA PARTE UM LAMENTÁVEL ESQUECIMENTO, O DE QUE CADA POVO TEM A SUA PERSONALIDADE INDEPENDENTE".
Então, depois de conhecermos o fim trágico dos homens que dirigiram o nazi-fascismo, compreendemos melhor o sentido destas palavras de Emmanuel (pág. 107): "De cada vez que os homens se querem impor, arbitrários e despóticos, diante das leis divinas, há uma força MISTERIOSA QUE OS FAZ CAIR, DENTRO DOS SEUS ENGANOS E DE SUAS PRÓPRIAS FRAQUEZAS. A IMPENITÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO MODERNA, CORROMPIDA DE VÍCIOS E MANTIDA NOS SEUS MAIORES CENTROS, À CUSTA DAS INDÚSTRIAS DAS ARMAS, NÃO É DIFERENTE DO IMPÉRIO BABILÔNICO QUE CAIU, APESAR DO SEU FASTÍGIO E DA SUA GRANDEZA. NO BANQUETE DOS POVOS ILUSTRES DA ATUALIDADE TERRESTRE, LEEM-SE AS TRÊS PALAVRAS FATÍDICAS DO FESTIM DE BALTAZAR. UMA FORÇA INVISÍVEL GRAVOU NOVAMENTE O MANE - THECEL - PHARES" NA FESTA DO MUNDO. QUE DEUS, NA SUA MISERICÓRDIA, AMPARE OS HUMILDES E OS JUSTOS." Um dos capítulos mais impressionantes do livro que vimos comentando é O XX - (A DECADÊNCIA INTELECTUAL DOS TEMPOS MODERNOS". Emmanuel desenvolve uma tese brilhante e incisiva. Mostra que o exercício despótico do poder, com a consequente anulação ou redução das liberdades públicas, é índice iniludível de decadência intelectual e moral. Todo o cortejo de restrições impostas pelos chamados "governos fortes" revela a intranquilidade dos tempos em curso. E na parte subordinada ao tópico "DITADURAS E PROBLEMAS ECONÔMICOS", Emmanuel frisa pontos de importância inegável. Diz ele: "OS GOVERNOS FORTES, FATORES DA DECADÊNCIA ESPIRITUAL DOS POVOS, QUE GUARDAVAM CONSIGO A VANGUARDA EVOLUTIVA DO MUNDO, NÃO PODEM TRAZER UMA SOLUÇÃO SATISFATÓRIA AOS PROBLEMAS PROFUNDOS QUE VOS INTERESSAM. AFIGURA-SE-NOS QUE A FUNÇÃO DAS DITADURAS É PREPARAR AS REAÇÕES INCENDIÁRIAS DAS COLETIVIDADES. A ATUALIDADE DO MUNDO NECESSITA CRIAR UM NOVO MECANISMO DE JUSTIÇA ECONÔMICA ENTRE OS POVOS" (PÁGS. 109-110). No capítulo XXI - "Na dependência da guerra", "Sentença de destruição" e “O futuro PERTENCERÁ AO EVANGELHO" - EMMANUEL CONCLUI SUAS CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA GUERRA QUE DEFLAGRARIA DOIS ANOS DEPOIS DE SUAS COMUNICAÇÕES A CHICO XAVIER. VAMOS CONCLUIR ESTES APRESSADOS REPAROS COM MAIS UMA CITAÇÃO DO LIVRO QUE TRAZ O NOME DE EMMANUEL: “VÊ-SE, MAIS QUE NUNCA, QUE TODA A VIDA DO OCIDENTE DEPENDE DA GUERRA. MILHARES DE OPERÁRIOS TÊM SUAS ATIVIDADES POSTAS AO SERVIÇO DA MANUFATURA DAS ARMAS HOMICIDAS. MILHARES DE HOMENS ESTÃO EMPREGADOS NO TRABALHO ATIVO DA MILITARIZAÇÃO. MILHARES DE CRIATURAS SE MOVIMENTAM E GANHAM O PÃO COTIDIANO NAS INDÚSTRIAS GUERREIRAS."
“A civilização está em crise porque conheceu a sua sentença de destruição. A guerra, no SEU MECANISMO INDUSTRIAL, ECONÔMICO E POLÍTICO, É IMPRESCINDÍVEL E INEVITÁVEL. COMUNISMO E FASCISMO, NAS SUAS OPOSIÇÕES IDEOLÓGICAS, SÓ PODERÃO APRESSÁ-LA. "
“A CIVILIZAÇÃO EM CRISE, ORGANIZADA PARA A GUERRA E VIVENDO PARA A GUERRA, HÁ DE CAIR INEVITAVELMENTE, MAS O FUTURO NASCERÁ DOS SEUS ESCOMBROS, PARA VIVER O NOVO CICLO DA HUMANIDADE, SEM OS EXTREMISMOS ANTI RACIONAIS, NA ÉPOCA GLORIOSA DA JUSTIÇA ECONÔMICA."
Meditemos as palavras proféticas de Emmanuel, mas não nos esqueçamos jamais destas suas recomendações: "OS HOMENS NÃO DEVEM PERMANECER EMBEVECIDOS, DIANTE DAS NOSSAS DESCRIÇÕES. O ESSENCIAL É METER MÃOS À OBRA, APERFEIÇOANDO, CADA QUAL, O SEU PRÓPRIO CORAÇÃO PRIMEIRAMENTE, AFINANDO-O COM A LIÇÃO DE HUMILDADE E DE AMOR DO EVANGELHO, TRANSFORMANDO EM SEGUIDA OS SEUS LARES, AS SUAS CIDADES E OS SEUS PAÍSES, A FIM DE QUE TUDO NA TERRA RESPIRE A MESMA FELICIDADE E A MESMA BELEZA DOS ORBES ELEVADOS, CONFORME AS NOSSAS NARRATIVAS DO INFINITO."
Setembro de 1939! Um rastilho de fogo partia da Alemanha ateado por Adolf Hitler, não percebido pelo resto do mundo. Debaixo de flores e gritos de entusiasmo, o "Fuehrer" entrava na Áustria após a queda de Schusning, e o povo austríaco acenava ao nôvoídolo louvando-o através de bandeirinhas de ambos os países. Em breve, a preocupação semeava-se nos demais países euro peus, pois o ditador alemão principiava a mostrar suas garras ao invadir a Tchecoslováquia. Meses depois massacrava a Polônia, pretextando problemas de seus súditos no corredor de Dantzig. A França e a Inglaterra, despertando do mutismo censurável e depois de deixarem a infeliz Polônia sucumbir desamparada, numa hesitação calculista, então resolveram interferir e declarar guerra à Alemanha, quando perigavam seus interesses comerciais na Europa. Mas o fizeram algo tarde, pois a "Luftanza" arrasou o sul da França e Hitler atravessou a inexpugnável "Linha Maginot", tornando um recurso obsoleto ante o progresso da aviação. Em seguida, quase demoliu Coventri e mais tarde espremia os ingleses num massacre terrível nas praias de Dunkerke, onde pereceram milhares de soldados. Homens, mulheres e a juventude alemã deliravam de entusiasmo ante as vitórias consecutivas do "Fuehrer", inconscientes de que a euforia belicosa semeava tristes acontecimentos cármicos para o futuro, quando os aliados arrasariam suas cidades e mais tarde teriam de sofrer a humilhação do "muro da vergonha" imposto pelos russos. Megalomaníaco e bárbaro travestido do século XX, Adolf Hitler demolia a cultura do próprio povo alemão, mandando incendiar obras de renomados sábios germânicos, aniquilando a ciência, a filosofia e a arte erigida até aqueles dias porlaboriosos gênios. Em seguida impôs à juventude nazificada a sua bíblia "Mein Kampf", escrita em momentos de histeria e paranóia, quando encarcerado em Munich, depois do fra cassado "punch". Dançou o passo do ganso junto à Torre Eiffel, em Paris, rebentou-se de vaidade e orgulho percorrendo os vastos territórios devastados pelas suas "panzers""e foi festejado por milhões de bandeiras e gritos jubilosos dos seus conterrâneos em delírio.
ANJOS REBELDES [...] Bem, vamos tratar do assunto principal de nossa reunião aqui no "Anfiteatro das Papoulas". E concernente ao futuro de alguns espíritos de nossa milenária afeição. Subiu ao estrado e sentou-se na cômoda poltrona de matiz estranho luminoso, enquanto os outros espíritos acomoda vam-se nos bancos recortados na luxuriante vegetação e próximos ao formoso lago enfeitado de papoulas. — A convocação de hoje é de avultado interesse para a metrópole sideral "Estrela Branca", centro diretor da colônia espiritual "Bem-aventurança", em que estagiamos. Trata-se de um carma coletivo *(massacre dos judeus na 2ª guerra) muito severo engendrado pelos "Senhores do Carma",na Terra, para o próximo século XX e com a finalidade de reajustar perante a Lei Espiritual milhões de espíritos endividados desde os templos bíblicos. (4) São liquidações de tropelias, morticínios e massacres cometidos por milhões de seres desde a época de David (Hitler???), o filho de Salomão, o qual também renascerá na Crosta tornando-se o "detonador psíquico" das provas aflitivas dos próprios comparsas do passado, os quais, em sua maioria, envergarão o traje carnal da raça judaica. — Evidentemente, o general que engendra a destruição é o principal responsável por morticínios, atrocidades e injustiças dos seus soldados, não é assim? — indagou um espírito de vasta cabeleira grisalha, cuja vestimenta branca e de talhe nazarênico era recoberta por um belo manto azul marinho. — Sem dúvida, o general é o responsável pela "permissão"' concedida aos seus comandados para praticarem vinganças e crueldade sôbre os vencidos. Mas é evidente que os soldados também gozam do "livre-arbítrio" para cumprir ou rejeitar a ordem cruel e destruidora do comandante, pois isso é problema de responsabilidade de cada combatente. Há guerreiros inspirados por bons sentimentos que poupam os venci dos, enquanto outros vazam o ódio e as frustrações deles na sanha destruidora de massacrar velhos, crianças e mulheres indefesas. Porém, nenhum soldado é obrigado a incendiar ou tripudiar sobre os lares dos vencidos, massacrar os habitantes pacíficos, como ainda acontece nas guerras terrenas, porquan to isso é decisão íntima e pessoal do combatente, em vez de atribuí-la à responsabilidade exclusiva do general-comandante. — Porventura, o soldado não é obrigado a cumprir as ordens do comandante? O pelotão de fuzilamento encarregado de executar criminosos sentenciados pelo poder civil ou inimigos punidos pelo poder militar de segurança pública, deve recusar-se a cumprir os ditames da Lei? — objetou um espírito majestoso, com os trajes característicos de um árabe. Apolônio sorriu, e fazendo um gesto compreensivo com a cabeça, respondeu: — Meus irmãos: mata quem quer! Alguém poderia obrigar Jesus, Buda, Francisco de Assis ou Ghandi a matar, mesmo oficialmente? Acaso eles seriam capazes de trucidar crianças, mulheres ou velhos indefesos, só porque estão autorizados pelo comando superior? Quem poderia conceber o amorável Jesus na mira de um fuzil, tentando acertar no coração de um sentenciado? — Bem, — insistiu o árabe — Sem dúvida, esses espíritos jamais praticariam qualquer ato de destruição. Mas que devem fazer os soldados submissos a um comando tirano e cruel? — Isso é decisão íntima de cada combatente, pois ele tanto pode optar pela atitude pacífica do Cristo e perdoar o vencido, ou trucidá-lo obedecendo aos chefes belicosos e vingativos. Em qualquer momento o homem dispõe do direito de matar para não morrer, ou morrer para não matar! Indubitavelmente, isso há de variar conforme o seu maior ou menor apego à vida carnal, porque Jesus não só valorizou o preceito pacífico do quinto mandamento, "Não Matarás", assim como afirmou, "Quem perder a vida por mim ganha-la-á". (5) Caso todos os soldados se recusassem a matar, contrariando as ordens cruéis dos comandos perversos, é óbvio que as guerras também se extinguiriam por falta de agentes de destruição. Temos o exemplo das legiões de Maurício: convocadas para destruir, preferiram morrer em vez de matar! (6) Enquanto os ouvintes silenciavam, meditando nas palavras expressivas de Apolônio, ele mudava o curso da palestra e prosseguia: — De acordo com o calendário terrícola, transcorre na Terra, atualmente, o século XIX, enquanto pelo nosso calendário sideral estamos no dia de Pisces. (7) Sabem que os psicólogos siderais baseiam suas previsões do futuro na marcha pregressa da humanidade, e assim, no primeiro terço do século XX, deverá eclodir na crosta uma guerra de grandes proporções, iniciada pelos espíritos remanescentes de Esparta, atualmente os alemães, em hostilidade com velhos atenienses encarnados como franceses. Será uma hecatombe de repercussão internacional, alastrando-se por toda a Europa e convocando egressos das civilizações babilônicas, assírias, egípcias e mongólicas, inclusive componentes do antigo Império Romano, agora transformados em povos norte-americanos, ingleses italianos. Depois de coordenar as ideias, Apolônio explicou: — Convoquei-os para esta reunão importante, porque todos nós estamos ligados a diversos espíritos familiares bastante comprometidos com um pretérito delituoso de atrocidades e equívocos espirituais. Eles aliam o orgulho e a ambição indomáveis comandando falanges belicosas no astral inferior, esperançados de exercerem o domínio absoluto sobre o mundo carnal. Depois de longas meditações, lembrei-me de situar os nossos réprobos familiares no grande "carma coletivo" dos hebreus, a ser resgatado na próxima conflagração europeia. Em contato com o "Departamento Sideral de Regeneração" sobre o território germânico, examinei os gráficos das provas dolorosas e retificadoras dos judeus e consegui permissão para ajustarmos os nossos rebeldes sob o mesmo esquema redentor. Meus irmãos sabem que ainda restam onze membros de nossa linhagem espiritual em atividade nas regiões sombrias, vivendo alternativas de revoltas, enfermidades, hipertrofias perispirituais e feroz agressividade contra qualquer apelo ou providências dos servidores do Cristo Jesus. Eles se obstinam na condição de tiranos, inquisidores e conquistadores, atualmente filiados às falanges dos "Dragões", "Escorpiões" e "Serpente Vermelha", inimigos figadais da "Comunidade Espiritual do Cordeiro", pretendendo o absurdo de controlarem as próprias encarnações na face da Terra. Defendem o "slogan" de que o mundo material é dos homens, e o céu, dos anjos, mas o fazem de modo pejorativo, julgando viril a personalidade humana e afeminada a linhagem angélica. Nós, também, trilhamos os caminhos da perversidade e obstinação diabólica, quando vivíamos cegados pelo orgulho do "ego inferior"; mas depois vibramos ao toque da graça divina e reconhecemos a sublimidade da vida superior. Em consequência, precisamos dispender todos os esforços e sacrifícios para salvar os nossos queridos réprobos de um ruivo exílio planetário e nova queda angélica. (8) Eles se negam peremptoriamente a qualquer empreendimento ou evento crístico, que lhes possa atenuar a brutalidade animal em favor do cidadão celeste. Entretanto, como a angelização principia no âmago do ser, através do discernimento espiritual e não por controle remoto a cargo do mestre da evolução, os réprobos deverão aceitar espontaneamente a própria purgação benfeitora na carne. Devido ao avançado desenvolvimento mental deles, todas as vezes que os situamos na carne assumiram poderes no alto comando político do mundo, mobilizando homens egoístas, corruptos e inescrupulosos, para lograrem os seus objetivos contra o bem e o belo! Passados alguns segundos de silêncio, notava-se profundo pesar nas faces antes radiosas dos ouvintes. O velhinho convidou-os para se aproximarem da mesa e desdobrou o rolo de pergaminho, de onde separou um menor pondo-o ao seu lado. — Sabemos ser o mal circunstancial e relativo, variando conforme as atitudes humanas. Não é oriundo especificamente de Deus. O mal é condição transitória e resultante da nossa ignorância com referência à realidade da vida espiritual. Poderíamos compará-lo ao aluno que se recusa à alfabetização e por isso sofre a desventura de não saber ler quando adulto. Nós também praticamos atos e fatos malignos, por força da ignorância e indisciplina. Repelíamos o processo educativo e redentor do espírito, retardando-nos no percurso da ascensão angélica. Apolônio parecia evocar reminiscências longínquas, antes de prosseguir em tom cordial: — Malgrado as atividades execráveis e vingativas dos réprobos nossos familiares, eles também são centelhas divinas dispersas pelo Infinito, buscando a própria felicidade eterna. Não importa se ainda percorrem sendas equívocas e censuráveis, porque só a ignorância da criatura pode levá-la a preferir o pior, por desconhecer o melhor! Aproxima-se o grande expurgo do "juízo final" na Terra, devendo emigrarem para um planeta inferior os espíritos cuja especificidade magnética não se coadune com o clima vibratório previsto para o próximo milênio. E num longo suspiro, onde extravazava o seu amor puro por alguém, Apolônio completou sua alocução: — Os nossos onze pupilos não poderão escapar da próxima limpeza planetária da Terra. Caso não se redimam em tempo oportuno, serão exilados para viverem entre os seres primitivos do "astro intruso". (9) Ante a impossibilidade de nos encarnarmos num orbe tão primário, teremos de os esquecer até o retorno deles à Terra, depois da expiação cármica. Também não poderemos ajudá-los no mundo de exílio, pois o dispêndio energético, o sacrifício e os resultados insuficientes não compensariam o tempo que teríamos de empregar nas atividades educativas e socorristas a favor de outros necessitados. Infelizmente, os "nossos anjos rebeldes" ou de caídos de outros orbes, cuja falência espiritual impressiona aos próprios "Senhores do Carma", ainda são candidatos a um segundo exílio planetário! Alguns minutos depois, o espírito de uma senhora idosa, de olhos azuis esverdeados, rosto oval e belo, porte majestoso e envolta numa veste enfeitada por diversos véus multicores, lembrando uma sacerdotisa druida, assim se expressou:
— Caro Apolônio, informe-nos quanto à possibilidade dos nossos amados trânsfugas aceitarem a desintoxicação perispiritual na carne e consequente harmonização com o comando angélico da Terra. — Seis deles se mostram fatigados da rebeldia maldosa, porquanto reagiram favoravelmente à luz dos instrumentos psicotécnicos. Aliás, três vibraram satisfatoriamente em nossa direção, chegando a evocar impressões mentais de natureza angélica! Embora de um modo fugaz, a chama espiritual aflorou-lhes à periferia e eles se mostraram eufóricos sob essa condição incomum. Isso dá-nos grande esperança e anima-nos para tentarmos providências benfeitoras, a fim de os atrair às esferas resplandecentes. Enquanto o velhinho cessava de falar, volvendo o olhar terno e evocativo sobre os ouvintes, um espírito imponente e faceiro como um fidalgo romano do século IX, interferiu:
— Bário foi meu pai diversas vezes, na Terra, e protegeu-me sempre, embora o fizesse mais por amor egocêntrico. Na Caldeia, sacrificou a vida atirando-se de um penhasco enlaçado com uma fera, a fim de facilitar a minha fuga para casa. Em Roma, deixou-se degolar como oficial pretoriano, para não trair o grupo de cristãos que eu chefiava. Noutras existências, ele foi irmão, amigo e familiar, não medindo sacrifícios para me proporcionar recursos para uma vida amena. Não importa se o fez somente por afeição consanguínea e egotista, pois era impiedoso e agressivo para com os outros. O certo é que lhe devo favores especiais e não hesitaria em descer às sombras terráqueas se pudesse ajudá-lo em existência proveitosa.
— Não há dúvida, — interrompeu Apolônio, — todos nós estamos ligados afetivamente aos onze réprobos de nossa família espiritual. Sem dúvida, eles sempre foram nossos amigos na composição da família carnal, proporcionando-nos ensejos educativos e facilidades para a nossa ascese angélica, enquanto se comprometiam com a lei espiritual nas suas tropelias condenáveis e insaciáveis ambições de riqueza material. Indiretamente, eles financiaram os nossos propósitos superiores; mas, infelizmente, não podemos regenerá-los por controle remoto nem purificá-los miraculosamente.
Em seguida aduziu, num tom significativo:
— Já descemos diversas vezes à Crosta, em corpo físico para os ajudar e submetemo-nos às provas sacrificiais sem qualquer êxito benfeitor, não é assim?
Todos os presentes fitaram o velhinho e acenaram a cabeça em unânime concordância às suas palavras. Em seguida, ele se curvou para a mesa e apontando o extenso pergaminho à sua frente, pôs-se a explicar:
— Conforme o exame seletivo feito pelos técnicos do "Departamento de Planejamento Cármico" de nossa comunidade sideral, Bário, Sesóstri, Kalin, Moriam, Hatusil, Shiran, Senuret e Ichtar, fichados sideralmente sob o prefixo MBOW, da série 110.808 a 110.921 da terminologia sideral de "Estrela Branca", (10) são espíritos que se mostraram mais receptivos às provas de redenção na Crosta, em vésperas do expurgo de "fim de tempos". Os outros três, Othan, Sumareji e El Zorian ainda vibram sob o padrão integral de anjos decaídos e se mostram insensíveis a qualquer sugestão liberativa da carne e abandono às empreitadas diabólicas. Eles ainda consumirão alguns dias siderais na crosta de planetas primários de exílio, para, então, higienizar a "túnica nupcial" e retornar à casa paterna participando do "banquete divino". (11) Sabemos que o próprio Maioral (12) pretende agregar Sesóstri e Senuret ao seu ministério sombrio, cujo fato nos aconselha providências imediatas, para os dissuadir desse tenebroso convite de retardamento à ascese espiritual.
E num arremate veemente, em que apesar do seu júbilo traía um sentimento de comiseração, Apolônio acrescentou:
- Como não há inversão das leis nos processos evolutivo da harmonia do Universo, o delinquente não pode angelizar-se antes do benfeitor, nem este pode viver indeterminadamente junto do primeiro. Em consequência, os réprobos ficarão afastados de nós por muitos dias siderais, caso percam ensejo benéfico de sua redenção entre os hebreus.
Todos se entreolharam, preocupados, e a belíssima jovem grega levou a mão ao seio, tentando disfarçar alguma emoção: — Por que, irmão Apolônio, – disse ela, numa voz onde a magnitude do espírito casava-se à hesitação humana — a Divindade desperta em nosso coração amor tão puro e profundo, além do tempo e do espaço, por espíritos que ainda se demoram no barbarismo e na crueldade? Por que preferimos deixar o Paraíso para compartilharmos com eles, na carne efêmera, das mesmas estultícies, ambições, vaidades e despotismos, aliados ao sofrimento? Enquanto ela curvava a cabeça, entristecida, Apolônio replicava, comovido:
— E se assim não vira, querida Cíntia, qual seria o impulso capaz de fazer o anjo abandonar a resplandecência do Paraíso, para arrebatar das sombras da desventura e da mentira o objeto do seu amor incomensurável? Porventura a nossa felicidade não se alimenta na magnitude do bem e do amor, proporcionado ao próximo? O nosso júbilo cresce à medida que somos responsáveis pela felicidade alheia, pois o amor é o combustível de Deus alimentando a vida das almas! Jesus, o Príncipe Sideral, não deixa a mansão refulgente conformando-se com a milenária descida vibratória (13) sob as emanações deletérias do mundo material para nos socorrer? Infelizmente, nós ainda estamos preocupados com a salvação dos réprobos de nossa família espiritual, enquanto o Cristo-Jesus sacrificou-se por todos os homens.
— Embora usufruindo dos bens da bem-aventurança no mundo espiritual, amo Sesóstri, querido irmão Apolônio, e sinto-me inquieta e aflita pelas suas futuras dores em mundos bárbaros de regeneração. Queria tê-lo comigo na abençoada escola terrena do porvir!
— Cíntia, reconheço-lhe o amor intenso por Sesóstri e aparentemente inexplicável pelo seu grau sideral; mas, na realidade, isso é perfeitamente lógico, porque ele também possui no âmago da alma a mesma cota de luz sublime que existe em você! Ajude-o para adquirir maior refulgência no seu perispírito em breve. Sesóstri é o mendigo sujo e esfarrapado à porta do banquete angélico. Precisa barbear-se, mudar de traje e tomar banho odorífero para então ser digno das insígnias da Luz! O "anjo rebelde", na verdade, é o próprio anjo sublime em potencial, porém hipnotizado pelo culto vaidoso à personalidade humana transitória, que tenta compensar a frustração de exilado na desforra contra as hostes angélicas do Cristo!
Depois de um hiato compreensivo, Apolônio voltou-se para Cíntia, dizendo-lhe, amorosamente:
— Oxalá Sesóstri aceite o derradeiro ensejo de expurgar o conteúdo tóxico sedimentado no seu perispírito para se livrar de outro exílio planetário de "juízo final" e gozar das condições vibratórias favoráveis para viver com você nos planos superiores do espírito imortal!
Cíntia baixou os olhos, dominada por dolorosas reflexões e replicou:
— Conseguirei convertê-lo, Apolônio?
— Talvez, Cíntia. Se ele puder compreender que há de perder no exílio planetário o seu amor tão puro e generoso!... Tente demonstrar-lhe o júbilo da vida angélica sobre a glória efêmera do mundo ilusório da carne.
A reunião prosseguiu com os presentes a examinarem o programa de provas cármicas adequadas à redenção dos onze espíritos.
— Meus amigos e irmãos! — acentuou Apolônio, analisemos o "carma coletivo" dos hebreus programado para o próximo século terrícola, onde tentaremos incluir os nossos rebeldes mais receptivos às provas retificadoras. Em seguida, ele expôs o pergaminho mais longo. Era um mapa multicolor de que já se referiu anteriormente, o qual passou a ocupar tôda a superfície da mesa, crivado de símbolos, tais como estrelas, triângulos, cruzes, losangos, grades, círculos, retângulos e principalmente certos hieroglifos coloridos e distribuidos pelos pontos mais estratégicos.
O mapa dividia-se em três cores diferentes. A parte superior era de um matiz amarelo claríssimo. O centro róseo claro e a parte inferior num total de cinza esbatido, cujas cores pareciam aumentar ou reduzir o valor dos sinais ali expostos, em três cores diferentes. Eis aqui neste gráfico a estatística coletiva das "horas culposas" da reparação cármica de mais de seis milhões de hebreus, responsáveis por atrocidades e tropelias praticadas desde os tempos de David contra os amonitas. (14) Observem a graduação dos símbolos siderais marcando os principais grupos culpados; aqui referem-se aos comandantes e chefes, que ordenaram impiedosas trucidações; ali indicam soldados e apa- niguados, executores dos massacres de velhos, mulheres e crianças indefesas, duplamente culpados perante a lei cármica, porque destruíram criaturas desarmadas e pacificas, em vez de combatentes adversos. Os hieroglifos pretos assinalam a intensidade de culpa desses espíritos alinhados para a prova cruciante no próximo século. Os verdes significam as atenuações a que eles fizeram jus em vidas posteriores, por atos e empreendimentos de socorro a outros seres humanos. Eis aqui um exemplo: este é um gráfico individual de culpa cármica, que solicitei ao "Departamento de Planificação Cármica", assinalando a culpa pregressa de um dos nossos familiares envolvidos nos massacres guerreiros desde os tempos bíblicos. — E Apolônio desdobrou o rolo de papiro menor, que se achava sobre a mesa, apontando uma anotação especial:
— É a entidade de prefixo MBOW-102.845, de nossa família espiritual, e que vocês já devem ter identificado.
— Sesóstri? — indagou Cíntia, apontando o prefixo que identificava o seu amado no simbolismo de tempo e espaço.
— Sim! — assentiu Apolônio. — É Sesóstri; infelizmente o mais comprometido com a contabilidade divina deste planeta. A Técnica Sideral somou-lhe todos os segundos, minutos e horas de ações destruidoras que ele praticou em 35 existências carnais, desde a sua participação nas tropelias do tempo de David, Gengis-Can, Atila, Aníbal, Alexandre, Júlio César e até Napoleão, onde sempre destacou-se pela sua natureza belicosa nos comandos guerreiros. No cômputo geral, ele apresenta um débito de 1.832 "horas culposas", (15) representando a soma exata de sua ação destruidora e culpa direta. Conforme nos mostra o hieroglifo amarelo, nesta parte castanha, existem 897 "horas belicosas", que podem ser deduzidas da responsabilidade cármica de Sesóstri, pois embora elas signifiquem atividades destruidoras contrariando o mandamento "Não matarás", foram executadas por ordens superiores, em defesa de pátria e patrimônios alheios, mas enfrentando adversários armados e decididos a matarem. Restam, pois, 935 "horas culposas", mas passíveis de outra dedução de 309 "horas benfeitoras" e aqui assinaladas pelo hieroglifo verde, quando Sesóstri, em vidas posteriores, e desempenhando profissões serviçais, arriscou a vida na função de bombeiro, condutor de veículos, guardião, enfermeiro, militar, vigia, mineiro, preceptor e salva-vidas, salvando mulheres, crianças, velhos e outros seres em desmoronamentos, desastres, quedas, afogamentos, incêndios, tempestades, beneficiando-se o seu ativo espiritual bastante agravado pelos delitos anteriores. Ainda sobram 626 "horas culposas" para ele expiar, conforme assinala o hieroglifo preto do código tradicional dos "Senhores do Carma", podendo ser liquidadas de modo parcial, isto é, em diversas existências atenuadas com o credor-Terra. (16)
— Por que às 309 "horas benfeitoras" do hieroglifo verde ainda se somam 102 horas assinaladas por esta cruz? — perguntou um jovem de turbante verde-malva, encimado por magnifico diamante, de olhos firmes e faiscantes como os hipnotizadores.
Apolônio retomou o diálogo, esclarecendo:
— Conforme já expliquei, o hieroglifo verde caracteriza 309 "horas benfeitoras" exercidas por Sesóstri em favor do próximo, mas por força das profissões que desempenhava na matéria. A cruz, ao lado, no entanto, destaca 102 "horas heroicas", que compõem quase o dobro de 52 horas a seu favor, que ele dispendeu pondo em risco o bem-estar e a própria vida para socorrer o próximo, numa decisão espontânea e não por obrigações profissionais. Desse modo, restam-lhe ainda 524 "horas culposas" para expiar na carne, sofrendo o impacto de dores e sofrimentos semeados alhures, a fim de liberar o perispírito de miasmas e aderências tóxicas que o impedem de se situar em nível espiritual superior. Após pequena pausa, e esperando que os seus ouvintes assimilassem o conteúdo de sua explicação, o velhinho refulgente continuou:
— Não é preciso dizer a vocês que Sesóstri esperou demais! Agora, caso ele aceite o ensejo redentor ao apagar das luzes do século XX, e durante o processo seletivo de "fim de tempos", só lhe resta uma oportunidade: liquidar as 524 "horas culposas" numa só existência e na forma de um expurgo imediato!
Apolônio apontou dois hieroglifos entrelaçados, preto e vermelho, e desta vez os presentes se entreolharam, pesarosos, sem esconder a aflição que se estendia em suas faces, numa expressão bem humana! Só Apolônio parecia conservar-se acima do sentimentalismo terrícola, indagando, numa voz cordial, mas incisiva:
— Sabem vocês o que significam os hieroglifos preto e vermelho, assinalando as 524 "horas culposas" de Sesóstri?
Cíntia, a bela grega, teve um arfar doloroso e depois pronunciou lentamente, num tom lastimoso:
— Sei, Apolônio, Sesóstri terá de sofrer 524 "horas atrozes" ininterruptamente na carne, sem qualquer alivio ou hiato sedativo, não é assim?
— Querida! Essa é a verdade para todos os réprobos, embora Sesóstri deva ser o mais torturado! Como não somos os legisladores do Cosmo, mas apenas devemos cumprir as leis já estabelecidas, os réprobos aceitarão essa emergência dolorosa, mas purificadora, ou serão exilados novamente para mundos inferiores. Sesóstri possui talento fulgurante e sabedoria suficiente para viver condignamente conosco, mas, no momento, prefere subverter a consciência no comando das falanges trevosas hostis à angelitude. Não há castigo nem decretos do Senhor dos Mundos criando torturas e sofrimentos, mas apenas o ensejo de evolução espiritual, num processo justo para mais breve angelização. Quando encarnados, custamos a entender a função retificadora do sofrimento como processo de aperfeiçoamento espiritual. Em verdade, somos diamantes brutos, que pela lapidação transformamo-nos no brilhante a irradiar luz. Porém, a nossa origem advém do mesmo carbono cristalizado no sistema de criação espiritual.
Apolônio silenciou, enquanto Fuh-Planuh, um indochinês de voz fina e divertida, assim se expressava:
— Dispendemos milênios e milênios como ratos no labirinto até encontrarmos a saída certa para a clareira de luz benfeitora. Se os homens soubessem da importância das vicissitudes e dos sofrimentos, embora sob o guante de adversários vingativos, creio que eles formariam filas defronte à oficina do purgatório terreno, aguardando, impacientes, a vez dos "mecânicos diabólicos" atenderem-lhes os necessários consertos espirituais. (17)
Enquanto os demais espíritos sorriam, bem humorados, Apolônio arrematava: — É o caso de Sesóstri, cujo saldo de 524 "horas culposas" representa apenas o tempo necessário para ele se submeter à técnica espiritual e conseguir a limpeza perispiritual, a fim de retornar ao trânsito livre nos caminhos da Espiritualidade Superior. Usando de outra imagem literária, diríamos que ele deve lavar a perispírito no tanque das lágrimas terrenas para depois participar do banquete divino com a "túnica nupcial" ou o perispírito alvejado, em vez do "smoking" confeccionado pelos fluidos perniciosos das paixões humanas.
Em seguida, Apolônio voltou-se para a formosa grega, aduzindo-lhe:
— Cíntia, procure convencer Sesóstri a aceitar livremente essa reparação drástica e urgente, na matéria, a fim de livrar-se do exílio ao planeta inferior, que será o depósito dos rebeldes enxotados da Terra no próximo "juízo final". Oxalá o Senhor a ajude nessa empreitada aflitiva, querida Cíntia!
Depois, levantou-se, dizendo, a todos:
— Daqui por diante, o assunto é de natureza pessoal, e cada um de nós deve devotar-se, incansàvelmente, à tarefa de convencer os réprobos para aceitarem espontaneamente o derradeiro ensejo dessa encarnação retificadora no carma coletivo dos hebreus, a fim de evitarem o pesaroso exílio planetário. Enquanto seguimos para "Bemaventurança", ainda combinaremos as providências mais urgentes para o contato com os nossos familiares rebeldes, e, no momento oportuno, estaremos aqui outra vez, reunidos para analisarmos quanto ao êxito ou fracasso dessa empreitada benfeitora.Em seguida, deu por terminada a reunião e desceu do estrado luminoso reunindo-se aos demais companheiros. Em breve, caminhavam todos pela formosa álea revestida de areia iluminada pelo sol astralino.
O caminho era ladeado em ambos os lados por dois cinturões de flores, cujas hastes esguias moviam-se pelo afago da brisa fragrante descida das colinas lilás-cinza, a espargir sons e vibrações de campainhas.
A alameda por onde os espíritos passavam inundava-se de cambiantes luzes na mais perfeita sintonia com os seus senti mentos e pensamentos. Ao longe, na mesma direção, percebia-se um arco ou portal rendilhado do mais fino lavor artístico e entrelaçados de fios de diamante, topázio e esmeralda. À semelhança de um só floco de luz esvoaçante, aqueles sêres alados desapareceram através do portal munificente, penetrando num cenário tão resplendoroso, que talvez cegasse os olhos humanos mais sensíveis. **********
O calendário terreno avançara dezenas de anos, depois da reunião dos espíritos no "Anfiteatro das Papoulas", sob a tutela de Apolônio. Na Terra, os ricos erguiam taças de champagne e rodeavam as mesas atulhadas de vitualhas, carneiros, faisões, frangos, leitões e aves, cuja carbonização, dos fornos se disfarçava sob o odor fragrante dos temperos.
Os pobres contentavam-se com a média de pão e manteiga ou ingeriam alcoólicos modestos. No ar, espoucavam foguetes e fogos de artifícios. As ruas estavam povoadas de criaturas alegres e festivas, em direção aos cinemas, clubes noturnos e antros de vício. Os automóveis buzinavam freneticamente e as fábricas apitavam num barulho ensurdecedor. Das janelas e sacadas das residências particulares, debruçavam-se criaturas gritando vivas ao novo ano de 1930. Os mais supersticiosos beijavam pés-de-cabra ou de coelho, acariciando esses "talismans" na esperança de melhorar a sorte no ano que surgia e livrando-se das vicissitudes e sofrimentos curtidos no ano velho.
Havia um brilho de confiança em todas as criaturas, exceto, evidentemente, nos infelizes segregados nos hospitais, penitenciárias e asilos, que curtiam dores, desditas e fracassos, visitados pela má sorte no advento do Ano Novo. Serpentinas coloridas cruzavam as ruas e eram lançadas dos edifícios sobre os automóveis lotados de pessoas, aos vivas e gritos de júbilo. Nas residências, nos bares, restaurantes, e salões de danças multiplicavam-se os abraços e brados de entusiasmo e rodopios alegres. Alguns festeiros mais precipitados já se mostravam alcoolizados e mal se sustinham em pé, amparados pelos amigos nas convulsões etílicas e nos exageros entusiastas. As fábricas e locomotivas cessavam de apitar e também se reduzia o eco gritante das buzinas, quando o ar vibrou, outra vez, pelo badalar frenético dos sinos das igrejas chamando os fiéis para a missa do fim e começo do ano.
Enquanto isso ocorria na Terra, outra cena bem diferente sucedia-se na esfera espiritual conhecida por "Anfiteatro das Papoulas". O cenário era cada vez mais belo na sua florescência vegetal e sob o enfeite dos bancos recortados na vegetação miúda e delicada, à beira do formoso lago, cuja forma de um coração líquido era guarnecido pelas papoulas chamejantes. Ali se reuniam, outra vez, os mesmos espíritos, e novos amigos, familiares e cooperadores da causa do Cordeiro, possuindo ligações afetivas com os rebeldes em projeto de encarnação na Terra.
Apolônio sentava-se na mesma poltrona castanho-claro, de tecido plástico transparente (18) e esfregava as mãos com certo contentamento infantil, enquanto os demais companheiros acomodavam-se nos bancos recortados na própria vegetação. Todos os presentes trocavam idéias entre si, cujas emoções também produziam novos cambiantes de luzes e cores nas auras.
— Meus amigos e irmãos, — principiou Apolônio, numa voz tranqüila e sonora. — Enquanto reunimo-nos aqui, nesta paisagem astralina, à distância da coletividade de "Bem-aventurança", cujo ambiente não deve ser afetado pelos nossos problemas pessoais, os terrícolas festejam o transcurso simbólico do calendário humano, no limiar do ano de 1930, isto é, quase um terço do mesmo século XX, em que confiamos as esperanças de redimirmos os nossos familiares ainda comprometidos com a Lei Divina. Aliás, temos de compreender a euforia dos terrícolas nos festejos ruidosos e emoções descontroladas de Ano Novo, porque nós, também, já vivemos na Terra e talvez exageramos. Enfim, ressalve-se, pelo menos, as boas intenções!
Depois de uma pausa reflexiva, Apolônio prosseguiu, explicativo:
— Repito: estamos no limiar do grande "Carma Coletivo" delineado, a fim de redimir os espíritos endividados desde os tempos de David, e jamais poderemos indenizar os amigos e Mestres da Redenção da esfera de "Arcanjo Mickael", pela generosidade de situarem oito dos onze rebeldes planetários no próximo esquema redentor na Crosta. Não me preocupavam as provas atrozes dos réprobos na carne, mas apenas quanto à possibilidade deles fugirem no momento nevrálgico, como já aconteceu doutras vezes, quando nos traíram depois de aceitarem o expurgo psíquico. Felizmente, em face do esquema sábio e seguro sugerido pelos mestres cármicos, desta vez eles não poderão fugir do cumprimento das "horas atrozes", que lhes serão de imenso benefício para a ventura espiritual.
Apolônio mostrava-se calmo sem o sentimentalismo próprio das criaturas terrenas, que derramam torrentes de lágrimas diante dos melodramas de teatros e televisão, porém não se comovem com o infeliz epiléptico atirado nas ruas das cidades, nem se apiedam da prostituta desventurada apodrecendo no hospital, após servir de repasto vivo aos homens libidinosos, mas cuidava do assunto trágico e comovente da expiação atroz dos seus pupilos, assim como engenheiro experimentado analisa os detalhes de importante edifício ou efetua os cálculos da ponte estratégica. Algo jovial, pela satisfação do ensejo redentor proporcionado aos familiares, voltou-se para Cíntia e disse-lhe, numa voz lisonjeira:
— Cíntia, congratulo-me com você e Amuh-Ramaya pelo êxito de convencerem o feroz Sesóstri à encarnação redentora na Crosta, após lhe quebrarem o granítico orgulho e amor-próprio obstinado!
O venerável velhinho cismou, um momento, como se encontrasse dificuldade na sua dissertação, e continuou, num tom pesaroso:
— Lamentamos profundamente o sarcasmo, orgulho, a fúria e obstinação vingativas de Othan, Sumareji e El Zorian, que além de insultarem os companheiros decididos à redenção espiritual, juraram impedir-lhes a encarnação sadia.
— Eles recorrerão aos técnicos da "Confraria dos Escorpiões" ou da "Serpente Vermelha", para bombardearem os cromossomos (19) dos nossos familiares em gestação e perturbarem-lhe o sistema sanguíneo ou o equilíbrio neuroendocrínico. Sem dúvida, temos motivo para ficarmos apreensivos, ao lembrar-nos das encarnações frustradas de Bário e Moriam, na Pérsia, quando os cientistas diabólicos conseguiram atacar-lhes a fisiologia da hipófise, suas relações com a tireóide e as cápsulas supra-renais, comprometendo-lhes a percepção mental nas provas redentoras da carne.
Com certo bom ânimo, Apolônio falou:
— Diz-me a intuição que desta vez teremos êxito, malgrado as ameaças de Sumareji, Othan e El Zorian em ferir os ascendentes hereditários dos próprios companheiros do passado em processo de reajuste espiritual. Mobilizemos, com urgência, as equipes de trabalho encarnatório junto à Crosta e de contato direto com a matéria, a fim de protegermos os réprobos contra o assédio das falanges trevosas. Sem dúvida, teremos de reduzir o ritmo vibratório do nosso perispírito e ajustarmo-nos ao ambiente do éter-físico da Crosta, enquanto alguns deverão submeter-se à prova sacrificial do "cascão"!
Apolônio silenciou, outra vez, absorto em suas reflexões, para depois continuar:
— A prova mínima é de Morian, quatro anos de vida física, e a máxima de Sesóstri, onze anos, em cujo prazo os seus perseguidores empreenderão feroz ofensiva desde o período genético até os dias finais, tentando a deformidade, o acidente ou a moléstia lesiva.
— Soube que Sumareji, Othan e El Zorian já assumiram o comando deixado por Sesóstri, Bário e Karin. — advertiu um espírito trajando malhas cintilantes, semelhante a de um cruzado.
— E também já enviaram à "Confraria dos Escorpiões" (20) relatório da traição dos nossos familiares ao Comando das Trevas, bem assim como notificaram da adesão ao programa redentor da "Comunidade do Cordeiro", — acrescentou um espírito de luz carmim, esbordejada de amarelo-canário, vestido de túnica alaranjada, aberta, e deixando ver o peito musculoso, numa tensão de força abafada. – A estas horas, os réprobos em fase de encarnação já estão fichados como "renegados" sob a mira dos policiais negros da "Confraria dos Escorpiões". — confirmou outro companheiro trajando veste semelhante, provavelmente elemento de ligação mais vigorosa entre os dois mundos.
Ramú, o belo indiano de turbante cor de topázio, emoldurado por faiscante rubi, acrescentou:
— Othan, Sumareji e El Zorian comprometeram suas falanges com uma das confrarias mirins, do Maioral, concordando em participar dos serviços repugnantes de obsessões, desde que também sejam auxiliados na sua desforra contra nós!
— Irmão Apolônio, qual seria o êxito dos médicos diabólicos na tentativa de ferir os ascendentes biológicos dos nossos familiares a caminho da carne? (21)
— O bombardeio "radioativo" mais eficiente dos cientistas da "Serpente Vermelha" é na função mielocitopoética do organismo físico e assim provocar a leucemia na primeira infância. Recordam-se, de que, anteriormente, eles usavam o processo de estimular os gens regressivos da hemofilia, com baixas irradiações, e tiveram êxito perturbando a encarnação redentora de Karin e Senuret, fazendo-os desencarnar prematuramente aos 4 anos de idade, isto é, 19 anos antes do prazo previsto para as provas retificadoras.
Pela primeira vez, Apolônio fez um gesto descontrolável, traduzindo oculto desespero por sentir a impotência relativa ante as sombras do astral inferior:
— Infelizes! Serpente Vermelha, pérfida, que rasteja aniquilando o vitalismo do fogo serpentino (22) em ebulição pela coluna vertebral e irradiação pela medula óssea humana, cuja picada diabólica no processo da hemacitopoese do encarnado pode anular um programa redentor elaborado há século! — Porventura teremos a ofensiva associada outra vez? —indagou o cruzado, cuja armadura refulgia num tom de alumínio argênteo. E acrescentou:
— Em consequência, cabe-nos enfrentar duas fórmulas diabólicas dessas confrarias para lograrmos a encarnação dos réprobos convertidos? Então será a leucemia e hemofilia pelos cientistas da Serpente Vermelha, ou a hidrocefalia, imbecilidade, mongolismo ou cretinismo dos especialistas dos "Escorpiões"? (23)
Apolônio, súbito e, talvez inspirado, exclamou:
— Nós também recorreremos às "Samaritanas", que operam em cascão, na Crosta, rogando-lhes os serviços de vigilância junto à mente das progenitoras dos réprobos em gestação. Elas evitarão acúmulo ou condensação de fluidos inferiores na região cerebral das gestantes e a conseqüente vulnerabilidade perispiritual para os diabólicos agirem com êxito. (24) Ademais, também consegui a adesão de Swen, o mago fabuloso em cascão "wiking", que no comando de suas falanges corajosas, operantes na região germânica, prometeu-me anular o avanço dos "sapadores" luciferinos, ou seja, os preparadores do campo fluídico para os cientistas desfecharem o bombardeio destrutivo.
Cíntia, enrubecida, agradeceu comovida:
— Apolônio, jamais poderei indenizá-lo pelas providências defensivas em favor dos réprobos, mas principalmente por Sesóstri, espírito a quem devoto incondicional afeição.
Apolônio sorriu, compreensivo, e continuou:
— Aliás, nem todas as notícias são más, pois apesar de nossa causa ser algo pessoal, o Alto mobilizou mais cooperadores em favor da encarnação dos nossos réprobos, considerando que Sesóstri, malgrado seja o líder maquiavélico dos demais comparsas, é, paradoxalmente, o espírito que mais vibrou em direção à sublimação! Os Mestres da Redenção crêem que depois das "horas atrozes", sem alívio, de retificação cármica, ele partirá da Crosta com a vestimenta perispiritual tão sensível e límpida, que isso poderá conduzi-lo à vibração altíssima e conseqüente "samadhi", ou deslumbramento panorâmico do Cosmo e da Realidade Espiritual. Isso poderá transformá-lo num dos eficientes servidores do Cristo e valiosa cunha espiritual na Terra! (25)
— Louvado seja Deus! — exclamou Cíntia, num assomo de entusiasmo infantil.
— Se isso acontecer, eu serei imensamente feliz por Sesóstri reduzir o abismo vibratório entre nós!
— Evidentemente, — continuou Apolônio, — a força, a sabedoria, o poder e o destemor de Sesóstri manifestos, até hoje, contra o Criador e o Cordeiro, como rebelde ou anjo decaído, poderá torná-lo um líder no serviço angélico, quando sentir, na fração de um segundo de "êxtase", a majestade, a beleza e a glória de si mesmo no seio do Absoluto.
— Quem dentre nós, submissos aos limites das formas, induziria ou acionaria Sesóstri a um "samadhi"? (26) indagou Cíntia, pesarosa.
Apolônio sorriu, traindo um ar misterioso e travesso:
— Quem, Cíntia? Quem, senão Schellá e sua fascinante falange de socorro mental? Quem, senão o mago perfeito de "Arcanjo Mickael"?
Cíntia ficou de lábios entreabertos, arfante e estática; os demais mostraram-se tão excitados, que isso os enchia da mais indizível satisfação.
— Salve o Senhor, pela graça de enviar-nos um espírito fulgurante da "Esfera da Sublimação", cujo poder mental já é força criadora no mundo físico! (27) – exclamou o próprio Ramú, perdendo sua linha tranquila e excitado pela notícia. Depois, curvando-se, gentil e calmo, acrescentou: — Dentro do esquema de redenção dos réprobos, e sob a cooperação de Schellá, estou pronto para o sacrifício do "cascão"!
— Sem dúvida, ainda necessitamos ouvir as sugestões do "Departamento de Proteção" na Crosta, filiado à metrópole "Estrela Branca", pois vocês sabem que de acordo com a densidade do meio-ambiente, os dragonianos já conseguiram desintegrar "cascões" supermentalizados no éter-físico. Além disso, é muito cruciante a permanência nesse escafrando compulsório, devido à ação compreensiva do éter-físico. Assim, cada um de nós deve submeter-se aos "testes" de segurança e às eliminatórias dos técnicos de "Bem-aventurança" antes de qualquer empreendimento pessoal. Seria inútil dispendermos uma tonelada de energia tão preciosa, sem a probabilidade do êxito de um só gramo!
Os demais espíritos permaneceram longo tempo em silêncio, meditando nas dificuldades que defrontariam para proteger os familiares rebeldes. Argos, o belo grego de cabelos encaracolados, acentuou:
— Sei que podemos atingir o delírio no esforço de manter a configuração ocasional no plano do éter-físico, mas assim mesmo tentarei a prova.
— Estarei a seu lado e faremos turnos de repouso mais frequentes. Quem estiver exaurido poderá liberar-se, enquanto o outro vigia. Se não pudermos manter a defensiva direta na encarnação dos réprobos, seremos a linha de segurança entre as legiões de Swen, Scholen Habarusch e os benfeitores de Mickael! — prontificou-se um espírito atlético, cuja roupa colada ao corpo parecia confeccionada de lamê fulgurante.
Apolônio levantou-se, sorrindo, comentando com um tom apreensivo nas palavras:
— Meus irmãos, saudemos o Mago Schellá de "Arcanjo Mickael" e roguemos ao Senhor o auxílio nessa empreitada redentora! — Circundando o olhar pelo cenário formoso do "Anfiteatro das Papoulas", entre o silêncio de expectativa dos presentes, que pareciam reduzir a fulgência habitual das auras, ele comandou decidido. — Vamos, queridos! Minha antena espiritual comunica-me o ingresso de Sesóstris nos fluidos da carne em "perispírito fetal". (28)
Houve imediata e harmoniosa conjugação entre todos, deram-se as mãos e numa só fusão de cores e luzes, que convergiam para a fronte de Apolônio, fortificando-lhe o comando mental, elevaram-se do solo à semelhança de uma nuvem de falenas multicores, desaparecendo no seio da cerração lucífera. Ensombrava-se, pouco a pouco, a formosa luminosidade de todos os pupilos de Apolônio, à medida que eles mergulhavam na atmosfera mais densa e hostil, em direção às faixas escuras e à aura afogueada da Terra, cindida pelos relâmpagos da mente indisciplinada da humanidade terrestre.
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MISSÃO ESPIRITUAL NO BRASIL
É indiscutível a missão do Brasil, como nação livre e soberana, no campo do socorro e assistência aos povos irmãos em penúria, seja intermediando a paz, porventura, entre as oponentes em conflito, seja colaborando material e socialmente com eles em suas dificuldades, principalmente às mais modestas no concerto dos povos. Ainda agora nosso país tem envidado esforços no sentido de colaborar com o Haiti, na América Central, ainda em franca distonia política.
PORÉM, SUA MISSÃO NÃO SE CIRCUNSCREVE APENAS AO CAMPO DA ASSISTÊNCIA MATERIAL E POLÍTICA ÀS DEMAIS NAÇÕES DA TERRA, MAS TAMBÉM À ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL.
TRATA-SE DE MAGNA MISSÃO QUE LHE FOI OUTORGADA POR JESUS, COMO, ALIÁS, ESTÁ REGISTRADO NO LIVRO "BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO", DE AUTORIA DE HUMBERTO DE CAMPOS E PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER.
Conforme ali está registrado, Jesus dignou-se de transplantar a árvore de seu Evangelho de amor e redenção para a pátria do Cruzeiro, então Terra de Santa Cruz.
Assim, sob a égide do próprio Cristo, na terra dadivosa do Cruzeiro prolifera não apenas o maná que aplaca a fome do corpo, mas também a sede do espírito.
Colhe-se da obra citada, sob o título Esclarecendo, em seguida ao prefácio de Emmanuel, da verve do destacado ex-membro da Academia Brasileira de Letras, as sensibilizantes expressões ("Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" - 14. ed., FEB):
“... MAS SE NUMEROSOS PENSADORES E ARTISTAS NOTÁVEIS LHE TRADUZIRAM A GRANDIOSIDADE DE MUNDO NOVO, CONTUDO “LÁ FORA” AS INESGOTÁVEIS RESERVAS DO GIGANTE DA AMÉRICA, TODO ESSE ESPÍRITO ANALÍTICO NÃO PASSOU DA ESFERA SUPERFICIAL DAS APRECIAÇÕES, PORQUE NÃO VIRAM O BRASIL ESPIRITUAL, O BRASIL EVANGÉLICO, EM CUJAS ESTRADAS, CHEIAS DE ESPERANÇA, LUTA, SONHA E TRABALHA O POVO FRATERNAL E GENEROSO, CUJA ALMA É A “FLOR AMOROSA DE TRÊS RAÇAS TRISTES”, NA EXPRESSÃO HARMONIOSA DE UM DOS SEUS POETAS MAIS eminentes.
AS RESERVAS BRASILEIRAS NÃO SE CIRCUNSCREVEM AO MUNDO DE AÇO DO PROGRESSO MATERIAL, QUE IMPRESSIONOU FORTEMENTE O ESPÍRITO DE HUMBOLDT, MAS SE ESTENDEM, INFINITAMENTE, AO MUNDO DE OURO DOS CORAÇÕES, ONDE O PAÍS ESCREVERÁ A SUA EPOPEIA DE REALIZAÇÕES MORAIS, EM FAVOR DO MUNDO.
Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas ...”
E, para o tom revigorante da realidade do ordenado por Jesus, do Plano Maior, o consagrado autor de “Sombras que sofrem”, acrescenta:
“... NESSA ABENÇOADA TAREFA DE ESPIRITUALIZAÇÃO, O BRASIL CAMINHA NA VANGUARDA. O MATERIAL A EMPREGAR NESSE SERVIÇO NÃO VEM DAS FONTES DE PRODUÇÃO ORIGINARIAMENTE TERRENA E SIM DO PLANO INVISÍVEL, ONDE SE ELABORAM TODOS OS ASCENDENTES CONSTRUTORES DA PÁTRIA E DO EVANGELHO ...”
Emmanuel, endossando as informações de Humberto de Campos, no prefácio da obra, informa:
“...O BRASIL NÃO ESTÁ SOMENTE DESTINADO A SUPRIR AS NECESSIDADES MATERIAIS DOS POVOS MAIS POBRES DO PLANETA, MAS TAMBÉM A FACULTAR AO MUNDO INTEIRO UMA EXPRESSÃO CONSOLADORA DE CRENÇA E DE FÉ RACIOCINADA, E A SER O MAIOR CELEIRO DE CLARIDADES ESPIRITUAIS DO ORBE INTEIRO...
... SE OUTROS POVOS ATESTARAM O PROGRESSO, PELAS EXPRESSÕES MATERIALISTAS E TRANSITÓRIAS, O BRASIL TERÁ A SUA EXPRESSÃO IMORTAL NA VIDA DO ESPÍRITO, REPRESENTANDO A FONTE DE UM PENSAMENTO NOVO, SEM AS IDEOLOGIAS DE SEPARATIVIDADE, E INUNDANDO TODOS OS CAMPOS DAS ATIVIDADES HUMANAS COM UMA NOVA LUZ ...”
Como prova de aplicação prática desse sagrado dever cristão de nosso país para com os demais povos do orbe, registramos, ao ensejo, o caso abaixo, do livro INESQUECÍVEL CHICO, DE ROMEU GRISI E GERSON SESTINI” (GEEM, 2008, ÀS PÁGINAS 136-137), obra biográfica a que já me referi neste jornal, em outro artigo:
“PERGUNTEI AO MÉDIUM, EM CERTA OCASIÃO, ALGO QUE SEMPRE ME VINHA À MENTE, AGUÇANDO A CURIOSIDADE:
— CHICO, EM NOSSAS REUNIÕES MEDIÚNICAS, NA ÉPOCA DA 2ª GUERRA MUNDIAL, RECEBÍAMOS ENTIDADES QUE HAVIAM DESENCARNADO NOS COMBATES. MINHA MÃE, DE MODO ESPECIAL, TINHA MAIS FACILIDADE DE ATRAÍ-LAS PARA SEREM SOCORRIDAS. SABEMOS QUE ANDRÉ LUIZ SE REFERE, EM UMA DE SUAS OBRAS, A ESSE TIPO DE SOCORRO NAQUELE PERÍODO. CONTUDO, DEPOIS DE CERTO TEMPO, ESTAS COMUNICAÇÕES CESSARAM POR COMPLETO. QUAL SERIA O MOTIVO?
— EXISTEM RAZÕES PARA VOCÊ RELACIONAR ESSE FATO, ROMEU. DEPOIS DE DESENCARNADO O CONFLITO, OS CENTROS ESPÍRITAS DO BRASIL FORAM CONVOCADOS PELA ESPIRITUALIDADE A PRESTAR SOCORRO ÀS ENTIDADES QUE DESENCARNAVAM AOS MILHARES NA EUROPA, QUE SABEMOS TER FORTES LAÇOS ESPIRITUAIS COM O NOSSO PAÍS, SOBRECARREGANDO A ATMOSFERA ESPIRITUAL DAQUELE CONTINENTE. AS BARREIRAS ESPIRITUAIS QUE SEPARAM AS NAÇÕES DE ENTÃO FORAM ABERTAS E OS MÉDIUNS, NAS SESSÕES, SERVIRAM DE INSTRUMENTOS PARA QUE TAIS COMUNICAÇÕES SE DESSEM. É NOTÁVEL DESTACAR, CONTUDO, QUE MUITAS CASAS ESPÍRITAS SÓ TIVERAM CONHECIMENTO DA SIMULTANEIDADE DO TRABALHO REALIZADO, ATRAVÉS DE COMENTÁRIOS QUE SE SEGUIRAM ENTRE OS CONFRADES. PASSADO O TEMPO NECESSÁRIO PARA QUE ESSAS ATIVIDADES SE REALIZASSEM, AS BARREIRAS ESPIRITUAIS ENTRE AS NAÇÕES SE FECHARAM, MOTIVO PELO QUAL AS COMUNICAÇÕES DEIXARAM DE OCORRER, COMO VOCÊ QUERIA SABER.”
Weimar Muniz de Oliveira é presidente do Lar de Jesus, vice-presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame) e diretor da Federação Espírita do Estado de Goiás – Feego | Missão espiritual no Brasil
Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Carlos Eduardo Cennerelli
29/12/2015
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