Caminhos cruzados (Capítulo 3 - Segue-me)
“Sabendo
primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando
segundo as suas próprias concupiscências.” — (2 Pedro, 3. 3)
De
todos os elementos que tentam perturbar as obras divinas, os
escarnecedores são os mais dignos de piedade fraternal. É que são
enfermos pouco suscetíveis de medicação, em vista de serem profundamente
ignorantes ou profundamente perversos.
O
escarnecedor costuma aproximar-se dos trabalhadores fiéis das ideias
novas exigindo-lhes provas concludentes das afirmações espirituais que
lhes constituem a divina base do trabalho no mundo.
É
interessante, porém, observar que pedem tudo, sem se disporem a dar
coisa alguma. Querem provas da verdade; contudo, não abandonam as
cavernas mentais em que vivem usualmente, nem mesmo para vê-las.
Querem demonstrações espirituais agarrados, à maneira de vermes, aos fenômenos materiais.
Os infelizes não percebem que se emparedaram no desconhecimento da vida, ou no egoísmo que lhes agrava os instintos perversos.
E
tocam a rir nos caminhos do mundo, copiando os histriões da
irresponsabilidade e da indiferença. Zombam de todas as reflexões
sérias, mofam de todos os ideais do bem e da luz…
Movimentam nobres patrimônios intelectuais no esforço de destruir e, por vezes, conseguem cavar fundo abismo onde se encontram.
Os
aprendizes sinceros do Evangelho devem, todavia, saber que semelhantes
desviados andarão na Terra segundo as próprias concupiscências.
São
folhas conscientes do mal que só a Misericórdia Divina poderá
transformar, ao sublime sopro de suas renovações. É preciso não perder
tempo com essa classe de perturbadores contrários às atividades do bem.
São expoentes do escárnio, condenados a receber as consequências dele.
Por si mesmos já são bastante desventurados.
Se, algum dia, cruzarem-te o caminho suporta-os com paciência e entrega-os a Deus.