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Notícia

A prece de Cerinto – Quem é ele?


Nas reuniões do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, para atendimento a espíritos desencarnados necessitados de atendimento fraterno, muitos, em faixas de descontrole emocional, eram ali acolhidos pelos participantes encarnados com o controle e o amparo de benfeitores espirituais. O resultado era sempre coroado de bênçãos e de mensagens que sensibilizavam a todos os participantes.

Ao final de cada reunião, Francisco Cândido Xavier recebia comunicações de instrutores e benfeitores espirituais pela psicofonia sonambúlica direta, como informa Arnaldo Rocha em sua “explicação necessária” no livro Instruções psicofônicas.

Tais mensagens são as que figuram não só no livro Instruções psicofônicas, mas também no Vozes do Grande Além, ambos publicados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e recentemente em um terceiro livro, o Registros imortais, da Vinha de Luz Editora.

Pois bem: o que nos prende a atenção nestas linhas é a PRECE DE CERINTO, a qual intitula este singelo artigo.

Por que exatamente essa prece?

É que não só pelo seu alto sentido vibratório trata-se de manifestação de espírito atendido pelo grupo. Conforme informa em nota que antecede a mensagem, à página 103 do livro Instruções psicofônicas, Arnaldo Rocha, responsável pela edição dos dois primeiros livros, diz: “(...) a princípio era um espírito atrabiliário e revoltado, chegando mesmo a orientar vastas falanges de irmãos conturbados e infelizes, ainda enquistados na ignorância (...)”.

Em várias oportunidades de conversa com Arnaldo, ao lhe perguntar quem era, na verdade, aquele espírito, nos respondia ele que Cerinto era o nome que aquele irmão possuía em uma de suas existências anteriores, e que, naquele momento, não seria conveniente identificá-lo em sua última existência para evitar eventuais reclamos, pois tratava-se de um prelado da igreja católica e parente de destacado marechal do Exército, que, na ocasião, concorria às eleições para presidente da República.

Arnaldo, em nossos encontros, informou que o diálogo com esse irmão durou seis meses, e que esses diálogos exigiam muito de si em face da grande inteligência e de sua retórica. No combate aos postulados de nossa Doutrina Espírita, “(...) discutia acerbamente. Criticava. Blasfemava (...)”.

A prece de Cerinto foi pronunciada na noite de 24 de novembro de 1955. Em 28 de março de 1956, conforme consta da nota aposta por Arnaldo Rocha – “justamente quando a Cristandade comemorava o sacrifício de Jesus” –, Cerinto retorna no encerramento da reunião com a mensagem intitulada EM PRECE A JESUS, reproduzida à página 173 da mesma obra.

Os dois primeiros livros citados contêm mensagens colhidas nas reuniões do Grupo Meimei no período de 11 de março de 1954 até 27 de setembro de 1956. Depois desse período, embora continuasse o Grupo Meimei com as mesmas atividades, as mensagens, gravadas, não foram publicadas. Apenas em 2013, quando foram encontrados em Pedro Leopoldo, com o memorialista Geraldo Leão, textos datilografados, rolos de fitas gravadas e a gravadora utilizada na época, é que foi possível a publicação das mensagens colhidas no período de 4 de outubro de 1956 a 17 de julho de 1958, constantes do livro Registros imortais, da Vinha de Luz Editora, organizado por Eugênio Eustáquio dos Santos, presidente do Centro Espírita Meimei.

Agora sim. Compulsando esse livro, encontramos na página 64 a mensagem SACERDOTE ANTE A MANJEDOURA, desta feita com o nome do comunicante - CARLÔTO TÁVORA - com a seguinte informação, à página 289, identificando o espírito: “Carlôto Távora – Bispo da arquidiocese de Caratinga, Minas Gerais, instalada a 7 de março de 1920”.

Em pesquisa na internet, verificamos que foi bispo em Caratinga desde a instalação da diocese até 27 de novembro de 1933. Era tio do militar Juarez Távora – então candidato à presidência da República.

Identificado o espírito Cerinto como Carlôto Távora, e ainda folheando esses livros apenas para verificarmos outras mensagens, localizamos outra mensagem psicofônica de sua lavra obtida na reunião de 18 de novembro de 1954, com o título MENSAGEM DE UM SACERDOTE, constante do livro Instruções psicofônicas, na página 173, agora com as iniciais C. T.. Ora! É o mesmo espírito! E Arnaldo Rocha informou apenas tratar-se de um irmão “que fora, algum tempo antes, assistido em nossa agremiação”. Em nota de identificação dos espíritos comunicantes, acrescentou para nosso esclarecimento: ”Sacerdote categorizado da Igreja Católica, cuja identificação é necessariamente suprimida”.

Observa-se que o espírito nunca omitiu sua personalidade. A conveniência de não registrar o nome, como expôs, na época, Arnaldo, objetivava apenas preservar possíveis embaraços com familiares e crentes da religião de que foi servidor. Passados tantos anos do ocorrido, no entanto, cremos que não há mais razão para se omitir a real personalidade desse excepcional espírito, que tanto nos emociona com suas páginas de alto valor moral e educativo.

No livro Registros imortais há uma outra mensagem do mesmo espírito identificado com o nome Cerinto, com o título EM PRECE COM OS SOFREDORES, à página 135. Observa-se que aqui identifica-se como Cerinto. Verifica-se, pois, que, depois de atendido no Grupo Meimei, como espírito revoltado e sofredor, aceitou o esclarecimento renovador, arrependeu-se, iluminando-se intimamente para tornar-se um colaborador assíduo na assistência a outros necessitados. Um exemplo de renovação moral pelo Evangelho redivivo, tal como há dois mil anos fizera o doutor do Sinédrio Saulo de Tarso, que ao se encontrar com Jesus, às portas de Damasco, submeteu-se-lhe às diretrizes renovadoras para tornar-se
Paulo de Tarso, o grande apóstolo dos gentios.

Aí está uma bela oportunidade para recordar esses fatos e convidar os amigos para a leitura, a meditação e o estudo desses três excepcionais livros da lavra psicofônica de Chico Xavier, aqui mencionados, tão repletos de luzes em seus registros e ensinamentos imortais.

 
Antônio Roberto Fontana - 28 de setembro de 2016



Dom Carloto Fernandes da Silva Távora, primeiro bispo de Caratinga, Minas Gerais (1920-1928)



Antônio Roberto Fontana com Chico Xavier (à direita), em Pedro Leopoldo




Cidália Xavier de Carvalho, Eugênio Eustáquio dos Santos e Arnaldo Rocha,
no Centro Espírita Meimei, no aniversário de 60 anos de sua fundação (1952-2012)




Capa do livro "Registros imortais", lançado em 2013 pela Vinha de Luz Editora



Verso da capa do livro "Registros imortais"



Fachada original do Centro Espírita Meimei (fotografia de 2010)



Fachada do Centro Espírita Meimei após reforma - atual (fotografia de 2012)



Edições primeiras dos livros "Instruções psicofônicas" e "Vozes do Grande Além", publicados pela FEB em 1955 e 1957, respectivamente




Gravador doado ao Centro Espírita Meimei por Carlos Torres Pastorino, autor do opúsculo "Minutos da sabedoria"









Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Antônio Roberto Fontana | Imagem Dom Carlôto Távora "in" http://www.diocesecaratinga.org.br/seminario-diocesano-historia/
28/09/2016
 


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