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Numa reunião em 03/10/1941, o espírito de Vianna de Carvalho, através da médium Aura Celeste, confirma que Kardec estava na Terra |
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1) Quem foi a médium Aura Celeste?  O pesquisador carioca João Marcos Weguelin nos esclarece em seu artigo Adelaide Câmara – Uma Pioneira no Rio de Janeiro, publicado no Jornal Espírita da FEESP de janeiro de 1999, que foi sob a supervisão de Bezerra de Menezes que Aura Celeste começou o seu trabalho no Espiritismo como médium psicógrafa, no Grupo Ismael, o núcleo de trabalhos mediúnicos da Federação Espírita Brasileira. No livro "Seareiros da Primeira Hora", o autor Ramiro Gama escreve: "O grande mestre que foi Bezerra de Menezes, na sua nunca desmentida clarividência, prognosticou, certa vez, que Adelaide Câmara, com as prodigiosas faculdades de que era dotada, um dia assombraria crentes e descrentes. E essa profecia de Bezerra não se fez esperar, pois, em breve, Adelaide Câmara, pela audição, começou a trabalhar na pregação da Doutrina, fazendo conferências e receitando, com tal acerto e exatidão, que o seu nome se irradiou por todo o país."  Com a desencarnação de Bezerra de Menezes, Aura Celeste passou a trabalhar no Centro Espírita Cáritas, junto do grande benfeitor Inácio Bittencourt. (...) Produziu, através da psicografia, muitas e muitas páginas, que depois foram publicadas com os títulos "Orvalho do Céu" (ou "Flores do Céu") e "Do Além".  Foi na publicação dessas obras que adotou o pseudônimo de Aura Celeste. "Do Além" passou a ser publicado anualmente em 1920, em fascículos. Cabe uma ressalva que Zêus Wantuil chama o livro de "Orvalho do Céu" e Ramiro Gama chama de "Flores do Céu". Aura Celeste publicou ainda os seguintes trabalhos: "Palavras Espíritas", "Rumo à Verdade", além dos versos "Vozes d'Alma". "Poetisa, conferencista, contista e educadora, sobretudo, deixou excelentes obras lítero-doutrinárias, em prosa e verso, assinando-as geralmente com o seu pseudônimo. É assim que deu a público "Vozes d'Alma", versos; "Sentimentais", versos; "Aspectos da Alma", contos; "Palavras Espíritas", palestras; "Rumo à Verdade" e "Luz do Alto". Esparsos em revista e jornais espíritas, há muitas poesias e artigos doutrinários de sua autoria", conta Zêus Wantuil, em "Grandes Espíritas do Brasil". E Ramiro Gama, no livro "Seareiros da Primeira Hora", acrescenta: "Além das mediunidades de incorporação, vidência, psicografia, receitista, curadora, intuitiva, possuía ela, ainda, a extraordinária faculdade de transporte, que só Jesus, Santo Afonso de Ligório, Santo Antônio de Pádua e outros grandes espíritos, no passado, possuíram, ela também era dotada dessa mediunidade e muitas curas operou em diversos lugares do Brasil, com o seu corpo perispiritual visível, como em Juiz de Fora e Corumbá, onde, por diversas vezes, teve a oportunidade de transportar-se em espírito para realizar curas de enfermos, mediante passes".  Sobre o trabalho mediúnico de Aura Celeste, o "Reformador" escreveu: "Médium psicógrafa, grandemente desenvolvida, intensa foi a sua atividade nesse importante ponto do mediunismo, como o podem atestar os 21 fascículos de mensagens por ela recebidas, todas vazadas em linguagem escorreita, verdadeiro repositório de ensinamentos evangélicos, constituindo ótima fonte de elucidações doutrinárias." Ainda Zêus Wantuil escreveu sobre esse assunto: "Médium sem vaidades, sincera e de honestidade a toda prova, praticava a mediunidade como verdadeiro sacerdócio. Dotada de sólida cultura teria, se quisesse, conquistado fama no mundo das letras. Poetisa de vastos recursos, oradora convincente e natural, senhora de estilo vigoroso e de fulgurante imaginação, tudo deu e tudo fez, com o cabedal que possuía, para o bom nome e o engrandecimento da Doutrina Espírita." Em 28 de outubro de 1923 ela fundou o Asylo Espírita João Evangelista, instalado definitivamente no bairro de Botafogo em 13 de março de 1927, no Rio de Janeiro, sendo ela a sua primeira diretora, função que exerceu até a data de sua morte, em 24 de outubro de 1944. As informações que seguem são do "Reformador", de novembro de 1944: "Com extremosa dedicação, trabalhou Aura Celeste em várias instituições espíritas desta Capital, dando a todas elas o melhor de suas energias e de sua inteligência. No Asilo Espírita João Evangelista, porém, foi onde realizou o melhor de sua tarefa, não só como competente educadora, mas também como hábil orientadora de inumeráveis jovens que ali recebiam, como ainda recebem, instrução intelectual e educação moral". No discurso de instalação do Asilo Espírita João Evangelista afirmou que realizava, naquele momento, o ideal de toda a sua existência e que ser mãe de órfãos era a "graça do céu que não trocaria por todo o ouro e todas as grandezas do mundo". E, recorrendo mais uma vez, a Ramiro Gama, autor do livro "Seareiros da Primeira Hora", vemos a importância do Asilo Espírita João Evangelista: "Durante 17 anos de existência (1944) e agora com 40 anos (1967), muitas moças já aqui formaram o seu espírito e outras tantas aqui estão recebendo não só o pão do corpo, mas também o pão do espírito que sacia eternamente, que tão fartamente sabia dar a nossa querida irmã Adelaide Câmara. Essa obra é sua, fruto da sua fé, resultado de sua caridade". Adelaide Câmara desencarnou a 24 de outubro de 1944 e o Asilo Espírita João Evangelista, a sua maior obra, se aproxima de completar seus 93 anos (2016). Aura Celeste é, sem dúvida alguma, um exemplo a ser seguido por todos os espíritas que enfrentam dificuldades, desanimam, reclamam. Essa mulher enfrentou todas as adversidades possíveis, venceu pela sua luta e pela sua perseverança, deixando um legado impressionante e de valor inestimável.  Não é sem razão que o espírito de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier nos descreve, com muita propriedade, a elevação espiritual dessa médium extraordinária, que soube tão bem defender o Evangelho redivivo sob a face da Doutrina dos Espíritos em terras brasileiras, dando-nos os detalhes dos instantes precursores de sua desencarnação. O livro é o "Obreiros da Vida Eterna", que seu no capítulo 19 levou o sugestivo título de A Serva Fiel, focalizando a médium Adelaide.  Retiramos, assim, dos prefácios dos vários fascículos do editor Amaro Câmara (Dr. Amaro Abílio Soares Câmara, marido de Adelaide Augusta Câmara) o esclarecimento a seguir:  Pois bem, foi dessa médium de conquistas morais inatacáveis a comunicação espiritual dada em 1921, na sede da Federação Espírita Brasileira, publicada no Reformador, do espírito de Thiago, o apóstolo, e que confirmou a reencarnação de Allan Kardec. A mesma sobre a qual no dia 8 de julho de 2016, em nota publicada em meu Facebook (Geraldo Lemos Neto) abordamos o assunto com o título REFORMADOR 1921: MENSAGEM DE TIAGO CONFIRMA A REENCARNAÇÃO DE KARDEC. Destacamos aqui o trecho principal dessa mensagem, recebida em 3 de outubro de 1921: "Pois bem, meus amigos, esse espírito cujo advento rememorais não está mais no seio da imortalidade, já se encontra de novo nesta oficina de trabalho. Ele ora e espera levar avante a sua obra. Kardec está entre os homens e, todavia, passando diariamente por ele eles não o conhecem porque assim é da vontade de Deus. Necessário se faz, pois, que vos ponhais ao seu lado ajudando-o, amparando-o: Kardec trabalha e trabalha com atividade e do alto do espaço baixam as bênçãos para fortalecê-lo e ampará-lo na continuação de sua tarefa". Vinte anos após essa comunicação de 1921, acima citada, descobrimos outra, recentemente, desta feita de autoria do espírito de Vianna de Carvalho, através de Aura Celeste. 2) Quem foi Vianna de Carvalho?  TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE VIANNA • GODOY, Paulo Alves; LUCENA, Antônio. Personagens do Espiritismo. 2. ed.. São Paulo: Edições FEESP, 1990. Manuel Vianna de Carvalho (Icó (Ceará), 10 de dezembro de 1874 — Salvador (Bahia), 13 de outubro de 1926) foi um militar e espírita brasileiro. Destacou-se como um orador na divulgação da Doutrina Espírita. Considerado um dos vultos do Espiritismo, discípulo de Bezerra de Menezes. Após concluir o curso, rumou para Fortaleza, Estado do Ceará, em abril de 1910. Ali iniciou uma série de conferências espíritas nas dependências da Loja Maçônica e, no dia 10 de junho, fundou o Centro Espírita Cearense.  Retornando ao Rio de Janeiro, juntamente do amigo Inácio Bittencourt, fundou a União Espírita Suburbana e a Tenda Espírita da Caridade. Já no posto de major, foi destacado para servir em Aracaju (SE). Lá adoeceu gravemente, vitimado por um tipo de beribéri (doença decorrente da falta de vitamina B1). Diante da gravidade do seu estado, os médicos resolveram encaminhá-lo para o Hospital de São Sebastião, em Salvador (BA). Suas forças estavam periclitantes. Conduzido de maca até o navio Íris, não conseguiu, entretanto, chegar ao destino. Nas proximidades de Amaralina, desencarnou a bordo na manhã do dia 13 de outubro de 1926. Vianninha contava 51 anos e foi sepultado na Bahia. Espírito valoroso, Vianninha - o tribuno de Icó, em sua época representou verdadeira bandeira no campo da divulgação dos postulados espíritas, tal o gigantismo da fecunda tarefa por ele desenvolvida no Brasil. Na organização dos movimentos espíritas brasileiros, além do respeito que lhe impunha o posto militar, era um dos mais requisitados conferencistas. Como polemista, um dos mais salientes. Sua oratória, incomparável e arrebatadora; o seu verbo inspirado conseguiu uma penetração inusitada entre os simpatizantes da nova Doutrina. Embora tenha pregado as excelências da mensagem dos espíritos reveladores, Vianna de Carvalho, infelizmente, é hoje, por muitos espíritas, um nome pouco conhecido.  3) Qual foi a comunicação mediúnica do espírito Vianna de Carvalho através da médium Aura Celeste? Foi psicografada, homenageando a aniversário de Allan Kardec, em 3 de outubro de 1941. ESTUDEMOS A DOUTRINA Meus amigos, meus irmãos, seja louvado o santíssimo nome do Senhor. Glória a Deus, nas alturas, e paz aos homens, na Terra. Vós, os que ainda palmilhais a Terra e procurais evoluir desempenhando vossas obrigações, deveis, hoje, recordar-vos dos benefícios que esta Doutrina vos traz e dos métodos codificados pelo Mestre para o prosseguimento da propaganda espírita. Quem deseja praticar Espiritismo precisa estudar os métodos de o fazer. Não é à toa, de cor, ao bel-prazer de cada um, que se pode desenvolver uma propaganda eficaz e produtiva. É necessário consultar o "O Livro dos Espíritos", ler o "O Livro dos Médiuns", procurando, enfim, conhecer o Evangelho sob a face do Espiritismo, para se poder trabalhar como se deve. O "O Livro dos Médiuns", com especialidade, é proveitosíssimo para os que buscam conhecer a Doutrina e tornar-se elementos úteis na prática do Espiritismo. Ser médium não consiste simplesmente em incorporar um espírito. Ser médium não é somente empunhar um lápis e receber, intuitivamente, aquilo que o espírito quer dizer. Ser médium não é apenas ouvir ou ver espíritos. Enfim, as várias formas de mediunidade não constituem, por si sós, o ser médium. Tudo isso é bom e acertado. Mas o médium que quiser dar exato cumprimento à sua tarefa e desejar que suas faculdades sejam utilizadas dignamente no trabalho do Senhor, olhe, primeiramente, para o seu interior. Faça de conta que tem um espelho em frente a si e mire-se na Doutrina. Olhe para a sua alma, corrija-lhe os defeitos, limpe-a de toda impureza, faça por compreender o seu dever — e não se envaideça se, por acaso, sua mediunidade assumir proporções gigantescas, porque quanto mais humilde for o espírito tanto mais elevado será o médium. Aquele que se envaidece, supondo-se acima de seus irmãos pelo fato de possuir uma faculdade bem desenvolvida, ou descortinar um pouco mais, não se encontra no caminho da Luz: longe está da verdade. E depois, meus amigos, mediunidade... é cruz! O médium tem sobre si, além de suas próprias dores, as aflições dos que o cercam, os encargos da sua vocação e, ainda mais, os pesares daqueles que nele confiam. São segredos profissionais que não podem ser revelados, mágoas que devem cair no seu interior e jamais ser proferidas a estranhos. O médium assume, diante de Deus, responsabilidade maior do que qualquer outro crente espírita. Ele não é somente o receptáculo das mágoas dos seus íntimos, mas também das dores alheias. Há qualquer coisa no heroísmo? — Vai-se consultar o médium. Existe um prenúncio de tempestade doméstica? — Recorre-se ao médium. Muitos, até, nem pensam no espírito que lhes vai dar a resposta; cogitam, unicamente, da idoneidade do médium. E se essa criatura se enche de vaidade se se supõe mais do que qualquer outra, o seu trabalho é improdutivo. Compreendei, meus amigos: deveis meditar sobre a Doutrina codificada por Allan Kardec, procurar os seus livros, instruir-vos nas suas lições e experiência; enfim, conhecer tudo quanto ele fez pelo adiantamento da Doutrina. Estudai-o, aprendei com ele. E não vos esqueçais de que, conforme ele vos disse, a Doutrina é progressista; adianta-se todos os dias, de tal forma que até as revelações posteriormente feitas pelos médiuns podem ser controladas pelo "O Livro dos Espíritos". Amigos: hoje, que se comemora o nascimento terreno do espírito de Allan Kardec, é justo que todo espírito se recorde do que lhe deve e faça uma prece a Deus para que esse homem, QUE ATUALMENTE SE ENCONTRA NA TERRA, possa seguir a trajetória que lhe toca cumprindo o seu dever. Paz a todos os homens! Vianna de Carvalho ADELAIDE AUGUSTA CÂMARA - AURA CELESTE Livro: DO ALÉM COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS 19º FASCÍCULO R i o d e J a n e i r o - 1942 Depois de desencarnada, Aura Celeste continuou a brindar-nos com suas sensibilidade iluminada de amor e sabedoria, escrevendo, ela mesma, pela psicografia incomparável de Francisco Cândido Xavier. A Adelaide Augusta Câmara, melhor conhecida como Aura Celeste (Natal, 11 de janeiro de 1874 - Rio de Janeiro, 24 de outubro de 1944), pois, a nossa eterna gratidão! As homenagens do "3 de outubro", aniversário de Allan Kardec, em reuniões festivas na sede da Federação Espírita Brasileira no Rio de Janeiro, tanto em 1921 quanto 20 anos depois em 1941, são momentos distintos de sua mediunidade gloriosa, que nos trouxeram uma realidade insofismável: a confirmação da efetiva reencarnação de Allan Kardec no século XX, realizando a profecia que os próprios espíritos da Codificação haviam predito ao insigne Professor Rivail, expostas no livro "Obras Póstumas". (Vide subtítulo "Minha Volta").    E a vida, continua... Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Via Facebook 03/10/2016 |
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