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Notícia

Kardec perante a calúnia e a deturpação




Ao longo dos tempos a estratégia das sombras foi infiltrá-las no movimento espírita.

“Ide, eis que vos mando como cordeiros entre lobos!”  - Jesus (Mateus).
 
A calúnia! - direis. Podemos ver com indiferença nossa doutrina indignamente deturpada por mentiras? acusada de dizer o que não diz, ensinar o contrário do que ensina, produzir o mal, quando só produz o bem? A própria autoridade dos que usam tal linguagem não pode falsear a opinião e retardar o progresso do Espiritismo?

Incontestavelmente, eis o seu objetivo. Alcançá-lo-ão? É outra questão; e não hesitamos em dizer que chegarão a um resultado inteiramente contrário: o de se desacreditarem e à sua própria causa.

Sem dúvida, a calúnia é uma arma perigosa e pérfida, mas tem dois gumes e fere sempre a quem dela se serve.

Recorrer à mentira para se defender é a prova mais forte de que não se têm boas razões para dar, porquanto, se as tivessem, não deixariam de as fazer valer.

Dizei que uma coisa é má, se tal for a vossa opinião; gritai-o de cima dos telhados, se for do vosso agrado: ao público cabe julgar se estais certos ou errados.

Mas deturpá-la para apoiar o vosso sentimento, desnaturá-la é indigno de todo homem que se respeita.

Na crítica das obras dramáticas e literárias muitas vezes se veem apreciações opostas. Um crítico elogia sem reservas o que outro expõe ao ridículo; é direito seu.

Mas o que pensar daquele que, para sustentar a sua censura, fizesse o autor dizer o que não diz e lhe atribuísse maus versos para provar que sua poesia é detestável?

Assim acontece com os detratores do Espiritismo. Pelas calúnias revelam a fraqueza de sua própria causa e a desacreditam, mostrando a que lamentáveis extremos são obrigados a recorrer para a sustentar. Que peso pode ter uma opinião fundada em erros manifestos? De duas, uma: ou esses erros são voluntários e, pois, há má-fé, ou são involuntários e o autor prova a sua inconsequência, falando do que não sabe. Num e noutro caso ele perde todo o direito à confiança.

Allan Kardec

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Excerto de “Luta entre o passado e o futuro” na Revista Espírita, março de 1863








Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Nuno Emanuel - SP - Postado ipsis verbis | Imagem: http://www.iaravenier.com.br/retratos/
09/12/2016
 


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