O Serviço Espírita de Informações (SEI) nasceu, pode-se assim dizer, em 1953, num momento
bastante especial, quando Chico Xavier, durante uma reunião, transmitiu a Jaime Rolemberg
de Lima, e aos demais companheiros do Lar Fabiano de Cristo que o acompanhavam, o desejo de
Emmanuel, seu mentor espiritual, de que fosse criada uma publicação para dar apoio aos pequenos
jornais e programas de rádio do interior, cujo trabalho, embora discreto, era primordial para a divulgação
do Espiritismo. Visionário, Rolemberg logo acatou a sugestão, tendo início o SEI.
Algumas das
seções do boletim foram, também, criadas por sugestão de Emmanuel e do Dr. Bezerra de Menezes,
como a coluna “Notas da Grande Imprensa”, para comentar à luz da Doutrina fatos do dia a dia que
haviam ganhado as páginas dos jornais leigos, e a “Dos Confrades”, para dar voz a articulistas de
todas as partes.
Um dos grandes aliados de Rolemberg nessa missão foi Carlos Torres Pastorino, autor do conhecido
livro “Minutos de Sabedoria” e também fundador do Lar Fabiano. Professor Pastorino elaborou
os primeiros números do SEI, em português e esperanto, uma das diversas línguas que dominava.
E, assim, o “Serviço Espírita de Informações” atravessou as décadas, com o apoio, naturalmente,
de muitos outros idealistas, dentre os quais Alberto Nogueira da Gama, Iaponam Albuquerque da
Silva, Yvon de Araújo Luz, Manoel Fernandes da Silva Sobrinho, Cesar Soares dos Reis.
Muitos fatos marcantes para o movimento espírita e para a divulgação da Doutrina foram registrados
nas páginas do SEI, principalmente desde que ele, em 1965, passou a ter circulação ininterrupta.
Fatos como a ida dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira aos Estados Unidos, as materializações de
Peixotinho, as surpreendentes cirurgias de Zé Arigó, a primeira viagem do homem à Lua, a realização
do primeiro Congresso Espírita Brasileiro, e também o adeus de personalidades conhecidas de todos
nós, como Yvonne Pereira e Chico Xavier.
Se em sua edição em português o SEI chegou a contar, em seu auge, com mais de 18 mil destinatários,
número elevado para décadas atrás, o boletim, com toda a sua simplicidade, também ajudou a
levar o Espiritismo para muito além do Brasil, com suas edições em espanhol, inglês e, principalmente,
esperanto, as quais atingiam mais de cem países.
Ao longo dos últimos anos, o SEI passou por mudanças: em sua periodicidade, que de semanal
virou quinzenal e depois mensal; migrou de impresso para digital, e passou a contar com novos
mantenedores. Em 2009, o periódico saiu das mãos do Lar Fabiano para o Conselho Espírita Internacional.
Em 2010, a redação foi transferida para a Sede Histórica da Federação Espírita Brasileira
(FEB), instituição que, em 2014, assumiu generosamente a publicação do boletim, garantindo-lhe a
circulação até o momento.
As graves dificuldades econômicas que se observam em nosso país acabaram, no entanto, por
atingir também nossos apoiadores, comprometendo a continuidade do SEI, que se vê assim em situação de interromper sua circulação.
Foram cinco décadas de divulgação doutrinária, sobretudo num tempo em que pouco se conhecia
e falava sobre Espiritismo.
Hoje, a Doutrina, felizmente, está em toda parte, por assim dizer, não só
em jornais e revistas, espíritas ou não, mas nos filmes, nas telenovelas, no teatro, ao alcance das mãos
por meio dos telefones celulares, nas redes sociais, nos e-mails, WhatsApps. E temos certeza de que se assim é hoje foi porque iniciativas como o SEI prestaram sua contribuição, possibilitando mais
amplo conhecimento das verdades espíritas.
Chegamos ao fim desses mais de 50 anos com o coração jubiloso, felizes e agradecidos. E se nos
fosse permitido dizer algo neste momento, gostaríamos de recordar as palavras do apóstolo Paulo, no
capítulo 4, versículo 7 de sua carta a Timóteo, quando diz a célebre frase: “Combati o bom combate,
terminei minha corrida, guardei a fé”.
A todos os nossos leitores, nosso muito obrigado e os votos de que prossigamos sempre no bem,
onde quer que estejamos, fazendo a nossa parte.
Os amigos do SEI