Versão mais divulgada da obra "A gênese", de Allan Kardec, foi adulterada, privando os espíritas de conhecer a mensagem original da Doutrina Espírita |
Adriano Calsone, autor dos livros Em nome de Kardec
e Madame Kardec, desenvolveu pesquisas profundas para definir
tais conteúdos. Consultou, inclusive, toda a coleção da Revista Espírita publicada já sob a direção de Leymarie após o desencarne do codificador. Em um desses números, deparou-se com a declaração do próprio Leymarie segundo a qual Kardec acompanhara, quando ainda entre nós, até as seguintes edições: - O Livro dos Espíritos, até a 13ª; - O Livro dos Médiuns, até a 8ª; - O Evangelho segundo o Espiritismo, até a 6ª; - O Céu e o Inferno, até a 3ª; - A gênese, até a 3ª edição. Essa informação está no livro Madame Kardec, no capítulo intitulado "Suspeitas de corrupção". As edições posteriores foram todas revistas pelo próprio Leymarie - daí as supressões, interpolações, acréscimos feitos. Tudo visando adaptar a Doutrina aos postulados de J. B. Roustaing. Por José Otaviano de Oliveira Lage ......................................................... Acaba de ser divulgado um vídeodepoimento da pesquisadora e diplomata Simoni Privato, autora da obra El Legado de Allan Kardec, com cenas de sua pesquisa em documentos na Biblioteca Nacional da França para, definitivamente, provar que a versão mais divulgada da obra A Gênese, de Allan Kardec, foi adulterada criminosamente, privando os espíritas de conhecer a mensagem original da Doutrina Espírita. Tudo ocorreu quando da publicação da quinta edição da obra, em 1872, pelo responsável em dar continuidade à publicação e divulgação do Espiritismo, Pierre Leymarie. Ele passou a oferecer aos leitores, sem dar destaque algum na Revista Espírita, uma versão de A gênese revista, corrigida e ampliada pelo autor. Todos os dezoito capítulos foram modificados em dezenas de itens. Mas não foram apenas mudanças gramaticais. Foi mesmo uma reviravolta quanto aos conceitos doutrinários.
Pela dedicação de Leymarie, as traduções autorizadas, as novas edições, toda a continuidade da difusão de A gênese desde três anos apenas do passamento de Allan Kardec passou a ser feita a partir da edição corrigida e ampliada.
Em 1884, e Simoni descreve esse fato em sua obra, o pesquisador espírita Henri Sausse, amigo de Leon Denis e Gabriel Delanne, publicou um artigo bombástico: "Uma infâmia!". Nele denuncia que A gênese, em verdade, foi adulterada! Não teria sido iniciativa de Kardec, mas uma falsificação criminosa.
Questionada pelo presidente da Confederación Espiritista Argentina, Gustavo Martinéz, ele próprio tradutor para o espanhol das obras de Kardec, Simoni Privato passou a investigar os fatos, buscando provas, analisando os argumentos, com isenção, sem estabelecer nenhuma hipótese inicial. Encontrou provas jurídicas, documentos registrados na Biblioteca Nacional da França que demonstram a adulteração na quinta edição. São legítimas apenas as quatro primeiras, idênticas, publicadas exatamente como o autor a concebeu!
No vídeo abaixo, Simoni narra sua pesquisa na França e seu emocionante contato com o exemplar depositado por Kardec de A gênese original, documento que estava com acesso público interditado por ser um documento judicial. Ela venceu as barreiras e está aberto historicamente um caminho para restituir a verdade, colocar no lugar as palavras originais publicadas por Allan Kardec, justamente 150 anos depois. Não acredito, definitivamente, em acaso ou coincidências.
A obra Le Legado de Allan Kardec será lançada em português no primeiro semestre de 2018.
Por Paulo Henrique de Figueiredo, autor de Revolução espírita.
Vídeo originalmente publicado no canal The Estudios Espiritas: https://youtu.be/7xEgZYqqlNQ 17/01/2018 |
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