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Notícia

4º artigo de Martins Peralva: “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”



Na seara

Janeiro | 1946

Estamos no rol daqueles que não concebem Espiritismo sem a prática ilimitada da caridade e do amor ao próximo, como também sem a observância fiel e rigorosa das instruções fornecidas pelos espíritos através da mediunidade missionária de Allan Kardec, o codificador da Terceira Revelação.

Espiritismo sem o esquecimento completo do “eu”, Espiritismo praticado egoística e hipocritamente, Espiritismo deixando de lado a essência da Doutrina para se apegar aos interesses humanos, às coisas da matéria, para nós não merece tal título. Achamos mesmo que aqueles que, com o rótulo de espíritas, empregam a sua mediunidade ou de outrem para a obtenção de coisas não espirituais constituem, na realidade, os piores inimigos da Doutrina. Nenhuma religião pode combater o Espiritismo, porque são infrutíferos os meios de combate. Eis que na Doutrina, na qual Allan Kardec, com a sua visão admirável de missionário, consubstanciou os ensinos do Mestre amado, Jesus representa uma determinação divina que terá que atingir, hoje ou amanhã, os seus elevados fins de transformar a humanidade num rebanho fraterno e submisso à vontade da Suprema Força, da Sabedoria Infinita — Deus.

Leia também: 3º ARTIGO DE MARTINS PERALVA: “EVANGELHO PURO, PURO EVANGELHO – NA DIREÇÃO DO INFINITO”

A melhor arma que aqueles que combatem o Espiritismo empunham é justamente aproveitar o desvirtuamento que criaturas insensatas fazem da Boa Nova. No campo da mediunidade, por exemplo, o ambiente é por demais propício. Ao invés de servirem-se da mediunidade como meio de colocar no caminho do bem pessoas que vivem imersas no crime, vaidosas e orgulhosas, geralmente empregam-na como meio de conseguir objetivos materiais, servindo-se de espíritos brincalhões. Estes, decididamente, não põem em prática o que Jesus ensinou, o que Allan Kardec, através das suas obras admiráveis, transcendentais, deixou para a humanidade que lhe consagra ainda hoje o nome aureolado de glórias espirituais, de benesses celestiais.

O verdadeiro espírita não trata de outro assunto, não emprega os conhecimentos adquiridos senão na caridade, no perdão, no amor ao próximo, enfim. Nada de reuniões secretas com finalidades materiais. Nada de reuniões em casa de fulano ou beltrano para saber disto ou daquilo. O verdadeiro espírita não se submete a imposições, não retrocede, não se afasta um milímetro sequer do que Kardec determinou nos seus livros.

Segundo a nossa concepção, temos o direito de pedir a Deus, nosso Pai de infinita misericórdia, a inspiração necessária para que os nossos atos da vida pública ou particular não impliquem ofensa ao nosso semelhante.

O espírita convicto e honesto somente trata da caridade. Agir diferentemente com o rótulo de Espiritismo é fornecer aos interessados no combate à nossa Doutrina a maior arma, ineficaz embora, porque nada obstará a evolução da Terceira Revelação.


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Fonte: PERALVA SOBRINHO, José Martins; PERALVA, Basílio (Org.). Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito. Belo Horizonte: Vinha de Luz Editora, 2009. p. 35-36. O Luzeiro, janeiro de 1946. p. 1. Coluna “Na seara”.

Nota da Editora:coluna de Martins Peralva, cujo título era “Na seara”. Segundo os originais fornecidos pela família Peralva, o jornal O Luzeiro trazia em seu cabeçalho os seguintes dados de publicação — Órgão para difusão da Doutrina Espírita. Religião, Filosofia, Ciência. Aracaju, Sergipe. Diretores: Martins Peralva, Deusdedit Fontes. Gerente: Wilson Wynne da Mota. Em seu frontispício, trazia, ainda, a trilogia kardequiana “Trabalho, solidariedade, tolerância”.





In: https://www.jornaldacidadebh.com.br/sociedade/artigo-de-martins-peralva-evangelho-puro-puro-evangelho-na-direcao-do-infinito/ 28/10/2019
28/10/2019
 


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