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Notícia

Leonardo Meirelles rememora fatos sobre Chico Xavier e Irthes Therezinha, médium amiga de Ubá, Minas Gerais



Leonardo Meirelles, do Grupo Espírita da Fé (GEFE) de Niterói



Em grupo virtual de amigos espíritas do Brasil e do exterior, organizado em torno da vida e da obra de Chico Xavier, Leonardo Meirelles, do Grupo Espírita da Fé (GEFE) de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, relembrou fatos inesquecíveis envolvendo o médium mineiro e seus familiares. Registramos seu relato a partir dos áudios postados na semana passada, os quais reunimos e compartilhamos a título de preservação da memória do maior brasileiro de todos os tempos, o discípulo amado de Jesus e de todos aqueles que privaram de sua amizade.  


“(…) A minha família sempre foi espírita. Meu avô era espírita, minha mãe, minhas tias… e aqui no interior do Estado do Rio, no norte fluminense, desde 1959 tem um evento em julho, e que existe até hoje, que é a Semana Espírita. Era um grupo de pessoas de Niterói, da UMEN - União da Mocidade Espírita de Niterói -, que entendia que o Espiritismo naquela época era muito "difícil" no interior. Então eles se reuniam e se deslocavam para algumas cidades - cada ano era uma cidade. Isso tomou um vulto muito grande. Era levado a moradores de fora técnicas de evangelização mais modernas, enfim… ajudava muito lá. A minha tia fazia parte disso. E minha tia chegava em casa depois da Semana Espírita e dizia: 'Vocês precisam conhecer a Irthes Therezinha. É uma oradora espírita de Ubá, Minas Gerais'. Sempre Minas, né? E minha tia insistia, insistia, e em 1972 a minha mãe foi à Semana Espírita - eu tinha 12 anos na época - e conheceu a Irthes. E mamãe conta que quando bateu o olho na Irthes - uma figura pequena, fisicamente não era bonita, depois eu vou mandar a foto pra vocês - ela pensou, na hora que a cumprimentou (se fez uma pergunta): 'Mas isso é a Irthes Therezinha?'. O tempo passou, o dia passou, e, à noite, mamãe dormindo - isso foi na cidade de Santo Antônio de Pádua - se sentiu fora do corpo e viu, por cima, toda a cidade de Pádua, muito escura. Lá longe apareceu um pontinho iluminado. O pontinho começou a se aproximar, se aproximar, se aproximar, e toda a cidade de Pádua ficou muito iluminada! E uma voz falou assim: 'Isso é a Irthes Therezinha!'. A minha mãe deu um pulo da cama e entendeu rapidamente quem era a Irthes. 


Em 74, nós fomos a Ubá, a convite dela. Meu pai estava noivando com o Espiritismo. A Irthes era, por profissão, professora de História, e meu pai sempre gostou muito de História, e então houve uma afinidade muito grande entre eles. A Irthes conduziu o meu pai para o Espiritismo definitivamente. 


Em 75, a Irthes adquiriu um câncer de mama. Na época, não tinha recurso, foi muito agressivo. E a Irthes dizia o seguinte: 'Quando eu desencarnar, a primeira comunicação eu darei pelo Chico. Se algum médium me receber antes do Chico, é fraude. Depois que eu der mensagem pelo Chico, ninguém me segura mais!'. E sorria, contando isso! 


Em 77, julho, ela veio a desencarnar. Três meses depois, nós estávamos em Uberaba - meu pai, minha mãe, eu e minha tia Eni, a que apresentou a Irthes à mamãe - e na reunião de sábado à noite o Chico recebeu uma comunicação dela. Nós não havíamos comentado absolutamente nada dessa promessa da Irthes e no final da mensagem ela falou o seguinte (eu tenho essa mensagem comigo): 'Esta é uma mensagem de trato feito'. Ou seja, ela cumpriu o que havia combinado. 


Ela foi amiga do Chico, em vida. Eu vou mandar pra vocês duas coisas muito interessantes: uma cartinha que eu recebi hoje de um rapaz de Ubá, que a minha tia criou, então ele seria sobrinho da Irthes, por afinidade (duas coisas que me chamaram a atenção nessa carta - uma carta do Chico para a Irthes: primeiro a expressão carinhosa do Chico, que a chamou de “amiguinha”, e no final o Chico disse que ela deveria cumprir a missão dela).


Escutamos do Chico, umas três ou quatro vezes, em Uberaba, que a Irthes era um dos espíritos mais evoluídos que ele tinha visto reencarnado na face da Terra. Era uma médium de uma condição excepcional! Ela recebia as mensagens e as poesias na máquina datilográfica, e os textos, na psicografia. Ela assinava com o pseudônimo “Anicelle" e o guia espiritual dela era "Franciel". 


Para concluir a história: a minha tia era solteira, já na fase de quarenta e poucos anos, e quando a Irthes ficou doente, o caso piorou muito, ela pediu licença do emprego, público, e passou 4 meses em Ubá. Quando a Irthes desencarnou, ela se casou com o seu irmão, o Ivan, e ficou mais 25 anos em Ubá. Faz 5 anos que a minha tia desencarnou, lá na cidade de Ubá. Então a nossa ligação com a família é muito grande.


A FEB tem uma biografia muito interessante sobre a Irthes. Também há referências sobre ela em algumas mensagens do Chico por dois jovens que desencarnaram - Ricardo e Kalil - que refereciam a benfeitora Irthes como o espírito que toma conta da 'Fazendinha' - a 'Fazendinha' é uma comunidade carente de Niterói, que meus pais, sob a inspiração do Chico, abraçaram. Esse trabalho existe há 40 anos. Até hoje nós estamos tocando. O Chico se referia ao bairro 'Fazendinha' como  'Fazendinha de Jesus'. Aqueles códigos que nós sabemos que o Chico tem, o Chico perguntava à minha mãe, às vezes: 'Elenir, minha filha, como é que vai a 'Fazendinha de Jesus'? E ele dizia depois: 'Fazendinha' não, é a ‘Fazendona' de Jesus’!' Então nós continuamos trabalhando tanto na 'Fazendinha' quanto no 'Cavalão', outro bairro carente que também tocamos há mais ou menos 44 anos - trabalho que continua com muito carinho e dedicação.


Referentemente ao Kalil e ao Ricardo, as duas mães frequentam o GEFE. Continuam ativas. Estão na faixa de 80 anos, mas continuam ativas no grupo, no nosso Grupo da Fé. E os espíritos também. O Ricardo hoje é um dos espíritos que nos ajudam na Mocidade. Ele hoje beira os 40 anos e é um dos espíritos em condições muito boas para auxiliar o nosso trabalho com a juventude lá no GEFE.


Eu convivi bem com ela [Irthes]! Ela ficava lá em casa quando vinha a Niterói, quando ia a Friburgo - papai tinha uma casa em Friburgo também. À medida que for lembrando, vou contando a vocês!


Vou enviar agora para vocês uma gravação do Chico falando sobre a Irthes - e vocês vão entender o porquê que a gente fala que a Irthes era um espírito muito evoluído. 


No contexto dessa mensagem, o Chico conta que Irthes tinha um irmão advogado, que sustentava a família muito pobre. Ele se envolveu na política e foi assassinado no palanque político. O assassino foi preso e o Chico conta que a Irthes foi visitá-lo na cadeia. Depois de cumprir a pena, esse homem se tornou um dirigente de casa espírita.


No vídeo o Chico fala dela [Irthes]. Que ele só conhecia uma pessoa - e o Chico conhecia um bocado de gente, né? - que exerceu o ensinamento de Jesus, de amor ao próximo. Vendo o vídeo, logo no início da música, ao lado do Chico está a Donda e atrás está o meu pai, Lineu Meirelles, já com o cabelo branco. Logo em seguida, aparece a imagem do Chico distribuindo algo e a minha mãe, Elenir Meirelles, do lado - ela está de óculos ao lado do Chico. 


Segundo o Chico - expressão dele - ela [minha mãe] veio para servir ao Cristo e “lenir” 1 corações. Ele gostava muito dos trocadilhos e ria quando falava isso! (...)"



Leonardo Meirelles

Grupo Espírita da Fé (GEFE) de Niterói  - RJ



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1 Lenir: tornar mais fácil de suportar, aliviar, lenificar, suavizar.



 


 

A médium Irthes Therezinha, de Ubá, Minas Gerais, a iluminada "amiguinha" de Chico Xavier 


Cartão de Chico Xavier a Irthes Therezinha, datado de 1945, encaminhado a Leonardo Meirelles pelo sobrinho dela de Ubá, Minas Gerais






Chico Xavier entre Elenir e Lineu Meirelles, pais de Leonardo, em Uberaba, nos anos 70

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Livro de autoria espiritual de Irthes Therezinha. Clique na imagem para saber mais: 




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 Irthes Therezinha Lisboa de Andrade 


Nascida em Ubá, Estado de Minas Gerais, no dia 21 de agosto de 1925, e desencarnada na mesma cidade aos 15 de julho de 1977. 


Era filha de Virgílio Vieira de Andrade e Maria do Carmo Lisboa de Andrade. Seu pai era conhecido tipógrafo daquela localidade, fundador de vários jornais, muito querido e acatado pelos seus conterrâneos. 


Irthes Terezinha cursou as primeiras letras no Grupo Escolar Cel. Camilo Soares e fez o curso normal no "Sacre Coeur de Marie", onde se diplomou professora primária. Logo após a sua formatura foi nomeada para lecionar no Ginásio Municipal Raul Soares, de cujo estabelecimento se tornou secretária até 1976, quando se afastou por motivo de grave enfermidade. 


Na mais tenra idade começou a sentir uma série de anomalias, o que foi motivo de grandes preocupações para seus pais. Apesar dos constantes cuidados médicos, a Medicina não conseguiu diagnosticar a causa dos seus males, que se manifestava por visões atormentadoras, suores noturnos e outras manifestações que lhe infundiam grande terror. Quando esgotados todos os recursos médicos, seu pai, que já era convicto das verdades contidas no Espiritismo, apesar dos protestos de sua mãe, que era de formação católica, levou-a a um médium, por meio do qual o benfeitor espiritual afirmou que ela era uma criança destinada a uma grande tarefa na Terra. Nessa época, com sete anos de idade, ela experimentou sensível melhora. 


Por influência de sua mãe, Irthes Terezinha criou-se muito apegada às tradições católicas, entretanto, não se conformava com alguns dogmas e ensinamentos dessa religião. No início de 1945, pediu ao seu confessor alguns esclarecimentos sobre a existência do inferno e dos demônios. Foram tão absurdas as respostas e explicações do sacerdote, que ela deliberou se afastar definitivamente do seio da Igreja. 


Sua mãe também foi acometida de violenta perturbação espiritual, o que fez com que seu pai apelasse para o Espiritismo, por meio do qual ela teve cura total, pois a enfermidade regrediu imediatamente. 


À vista desse fenômeno, quando a paz voltou ao seu lar, Irthes Terezinha interessou-se sobremaneira pela leitura de "O Evangelho segundo o Espiritismo", ali encontrando resposta para a sua perene indagação interior sobre as vidas sucessivas. Nesse repositório de ensinamentos consoladores ela encontrou explicação para suas dúvidas e conseguiu varrer da sua mente a sombra de dúvida que ali existia sobre a bondade incomensurável do Criador. 


A partir de junho de 1945 integrou-se no Centro Espírita Ismael, da cidade de Ubá. Ali se desenvolveram as suas faculdades mediúnicas, principalmente da psicografia e psicofonia. 


Desde então dedicou-se de corpo e alma à tarefa de evangelização das crianças, o que fez durante 32 anos consecutivos. 


Teve notável vocação para a música e poesia, entretanto, não conseguiu condições para o cultivo dessas artes. Após o desenvolvimento de suas faculdades mediúnicas, começou a psicografar versos muito imperfeitos, sem identificação dos autores espirituais. Em 1950, numa reunião particular na cidade de Leopoldina (MG), com a presença do médium Francisco Cândido Xavier, ela recebeu o primeiro soneto assinado. Após a reunião, o Chico Xavier informou que uma plêiade de poetas da espiritualidade desejava trabalhar por seu intermédio. Dessa data em diante começou a receber verdadeiro parnaso do Além, assinado por grandes poetas, antigos e modernos, tais como Júlio Diniz, Antero do Quental, Auta de Souza, Vaiado Rosas, Azevedo Cruz, Casimiro Cunha, Maria Dolores, João de Deus e tantos outros, paralelamente com mensagens de incomparável beleza, recebidas do Espírito de Bezerra de Menezes e muitos outros liminares da Espiritualidade. Muitas dessas mensagens foram publicadas em órgãos de imprensa espírita, inclusive na revista "Reformador", órgão da Federação Espírita Brasileira. 


Graciosa, de palavra meiga e evangelizada, foi oradora de numerosas semanas e solenidades espíritas, no Interior do Estado de Minas Gerais e nas cidades de S. Paulo e Rio de Janeiro e outras. 

Foi oradora da primeira Semana Espírita de Bicas (MG), recebendo ali grande homenagem. No momento de deixar a cidade, foi cumprimentada por um grupo de espíritas de renome, dentre eles o prof. Leopoldo Machado, Amadeu Santos, Jacques Aboab, Sebastião Lasneau e Germano dos Anjos. 


Em sua autobiografia, escrita no dia 2 de abril de 1977, escreveu: "Terei eu cumprido o programa traçado pelo Alto? 


Terei eu correspondido às esperanças de Jesus? Senti o meu renascimento vero na data em que me tornei espírita! Aí está a minha vida. Uma vida sem notas singulares, igualzinha a todas as demais que não passaram da craveira comum, acrescentando ainda: "O Espiritismo é o meu Céu na Terra, meu farol, minha luz, meu refrigério e tudo de bom que desejei na vida". 


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Fonte: Personagens do Espiritismo. [s.d.t.]









Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Via WhatsApp
16/03/2020
 


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