Notícia

Carlos Malab

É com alegria que, a partir desta segunda-feira, 13, iniciamos no site do JORNAL DA CIDADE BH uma série de escritos sobre Barnabé, um dos primeiros trabalhadores que se agregaram integralmente à causa cristã. A nova coluna é assinada por Carlos Malab.

Introdução 

Mesmo Barnabé não tendo conhecido pessoalmente Jesus, o amou profundamente.

Nos relatos contidos nos Atos dos apóstolos, Barnabé é um personagem que sempre nos impressionou pela capacidade de trabalho, dedicação e humildade nos tempos tão difíceis do cristianismo nascente. É reconhecido como “um homem bom, repleto do Espirito Santo e de fé” (1). Seu primeiro ato, relatado no texto evangélico, atesta o seu desprendimento quando doa todos os seus bens a casa de Jerusalém dirigida pelos apóstolos.

O surgimento ao núcleo do caminho em Jerusalém está ligado a reunião dos apóstolos para viver em comunidade e ao intenso trabalho de amparo iniciado já por época do pentecostes, onde foram envolvidos 3000 simpatizantes das palavras de Jesus. A isto, somam-se as pregações e curas. Só o evento da cura de um paralitico, realizada por Pedro e João, no templo de Jerusalém, gerou o interesse e admiração de 5000 testemunhas na mensagem que divulgavam.

A forma como estas instituições introduziram, uma maneira diferente de tratar os necessitados e desamparados de toda a sorte, às tornaram referencia na propagação da mensagem revolucionária do perdão, respeito e amor ao próximo.

Inicialmente, os seguidores dos ensinos do Cristo eram conhecidos como homens do caminho, paulatinamente foram sendo chamados de Cristãos termo este surgido em Antioquia.

Vale destacar que Antioquia, conhecida também como “Rainha do Oriente”, era uma cidade sob o comando romano, um enorme centro de operações com grande destaque administrativo. Sua sociedade refletia uma mistura de culturas que a influenciaram em sua história especialmente a greco-romana. Possuía população considerável de judeus. A cidade chegou a ser a terceira mais populosa do império romano, tendo atingido uma população de 500 mil habitantes, ficando somente atrás da própria Roma e de Alexandria.

É neste cenário que Barnabé, nascido na Ilha de Chipre, cujo o nome original era José, vai se tornar um protagonista de primeira linha.

Ele não surge como um santo, mas como um ser comum, apaixonado pela mensagem cristã e que procura coloca-la em prática. Aparece como alguém envolvido nas atividades cotidianas de seu tempo, atendendo as questões corriqueiras mas sempre com o espírito de servir e amparar o próximo.

É Barnabé que recebe em Jerusalém, à pedido de Simão Pedro, Saulo o convertido de Damasco, antigo perseguidor dos seguidores de Jesus, mais tarde conhecido como Paulo em sua primeira visita aos apóstolos. Após verificar sua transformação torna-se o defensor do seu reencontro com seus antigos perseguidos.

É a ele que Pedro confia a tarefa de ir a Antioquia e colaborar com os simpatizantes do Cristo congregados naquela cidade.

Foi o responsável por convidar Saulo a trabalhar em Antioquia retirando-o do abandono em Tarso.

O mesmo Barnabé confiando nos designíos do Senhor, segue com Saulo para divulgar o evangelho, sem se preocupar com os poucos recursos financeiros que carregavam.

Ele incentiva o surgimento do grande Paulo de Tarso reconhecendo a sua capacidade e missão. Soube instintivamente se recolher em sua individualidade para que a obra de espalhar e consolidar os ensinamentos cristãos crescesse.

Leia também: 16º Artigo de Martins Peralva

Não pretendemos apresentar uma biografia de Barnabé mas sim mostrar a sua capacidade de enfrentar situações difíceis e lhe dar encaminhamento no bem.

Como seriam os problemas vividos pelas pessoas na época de Jesus? Pouca documentação existe sobre os dramas do povo, fora dos grandes palácios cheios de intrigas e envolvimento com o luxo e poder.

Embora a sociedade, em sua forma de existir nos mais diversos países e continentes, tenha evoluído na maneira de educar e punir os seus membros, a essência dos seus dramas e tramas pessoais são de mesma ordem a milênios. A forma como brotam as questões referente a cada ser humano, suas famílias e a necessidade de integração pouco mudaram.

Os textos que apresentaremos aqui representam uma visão de como os problemas e fatos comuns da população, chegavam na Igreja de Antioquia e como eles eram tratados.

Os casos relatados não vão ser encontrados em livros de história mas tem base nos ensinos cristãos e na sua vivencia pura e simples.

Se estas paginas servirem para consolar, fortalecer e estimular a ação de alguns dos leitores no bem, então daremos graças a Deus por elas estarem cumprido a sua missão.

(1) Atos 11:24

O colunista

Carlos Malab é engenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral. Foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais.  É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz).

Cantato do autor: cmalab@gmail.com