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Psicopictografia de Cleide, pelo espírito Guignard - Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas)

O JORNAL DA CIDADE BH preparou lançamentos, periódicos, com uma série de escritos sobre Barnabé, um dos primeiros trabalhadores que se agregaram integralmente à causa cristã. Confira todos os textos da coluna sobre Barnabé assinada por Carlos Malab.

TER FÉ É ESSENCIAL EM NOSSA VIDA

-Irmão Barnabé porque você insiste em falar que precisamos ter fé? Já não é suficiente estarmos na tarefa de atendimento ao próximo? Deus não vê o quanto estamos dedicados a ele?

A pergunta surgiu de forma singela, no culto do evangelho da noite, feito na casa do caminho de Antioquia, quando Barnabé comentava sobre Jesus.

-Você disse muito bem Irmão Nicásio, Deus nos acompanha sempre e sabe tudo. Ele está conosco quando nos predispomos a auxiliar a quem necessita, vê a dedicação e o desejo de servir de cada um. A fé é a pilastra que nos sustenta e suporta, na concretização de nossas esperanças mais profundas. Não é ela que nos dá a certeza que o Senhor nos reserva sempre um novo dia de bênçãos, a serem alcançadas pelo trabalho renovador?

Barnabé olhou ao seu redor e viu que companheiros ali reunidos, estavam na expectativa de aprender mais sobre Jesus e seus discípulos. Lembrou-se de quando ele também, na casa do caminho em Jerusalém, ansiava pelo testemunho dos irmãos, sobre a convivência deles com o Mestre. Cada palavra que eles diziam, ficava gravada em sua memória de forma indelével. Decidiu assim relatar algumas passagens sobre a fé que retinha consigo como tesouros de sabedoria e luz.

-Vocês sabem que convivi com Pedro e Tiago em Jerusalém. Quando eles discorriam sobre os casos ocorridos com Jesus, eu sempre ficava, como aliás fico até hoje, impressionado com a profunda fé que eles demonstram. Eles iam entendendo aos poucos, no dia a dia, a mensagem do Divino Mestre pela vivencia e na proximidade com Ele. Me lembro bem quando Pedro nos expos sobre a sua primeira experiência com Jesus, fato que mudou a sua vida por completo. Vou conta-la de forma resumida e vocês me digam depois suas impressões.

-Pedro nos explicou que ele estava lavando as redes de pesca, tirando folhas e pequenos ramos, junto as margens do lago Genesaré, quando um homem de uma beleza e paz indescritível se aproximou, com um olhar meigo de quem era um amigo querido de longa data. Ele lhe pediu para afastar o seu barco um pouco da margem, pois com ele chegou muita gente que queria continuar a ouvi-lo. Naquele instante uma calmaria se fez no ambiente e parecia que toda a natureza também parava para escuta-lo.

Contou que estava cansado e desanimado. A pescaria que fizera, ainda noite, havia sido péssima e nada havia obtido além dos detritos que estava limpando. Antes de Jesus aparecer, trabalhava e pensava em como retornaria ao seu lar sem nada nas mãos, logo em um dia que muito precisava.

Ao ver aquele Homem ficou tomado por um sentimento de alegria, animo, felicidade mesmo e a necessidade de obediência incondicional ao seu olhar.

Ao seu lado estava seu irmão André. Jesus entrou no barco e assim que ele ficou afastado da margem continuou a ensinar a multidão sobre o reino de Deus.

O Senhor Deus vinha consolar, ajudar aos cativos e curar os enfermos do corpo e da alma. Não havia ali quem não se impressionasse com as suas palavras e vários se sentiam curados de sua dores, só de ouvi-lo.

Jesus depois disto, pede a Pedro para que ele fosse novamente pescar distante da praia. Pedro disse que ficou paralisado, mas o Mestre lhe disse: Tenha fé em Deus!

Sentindo todo o animo e a energia que vinha de Sua palavra, animou-se de força desconhecida disse: Senhor mesmo tendo pescado durante toda noite e sem nada apanhar, sob sua palavra irei e lançarei a rede.

Simão não hesitou , quando estavam longe da margem, notou uma agitação na agua, lançou a rede e atingiu um cardume de peixes em quantidade que seus olhos experientes nunca haviam visto antes. Parecia que os peixes se concentravam todos onde eles estavam, como que chamados por uma força misteriosa que ele desconhecia por completo.

Barnabé parou de falar por uns instantes e notou que todos estavam ali bem atentos as suas palavras e o silencio era completo na expectativa de conhecer mais. Como não havia perguntas ele continuou.

-Pedro não cabia mais de contente e excitado, falava alto e dava graças a Deus. Fez muita força para segurar as redes, mas eram tantos peixes que desesperado e com medo que as redes se rompessem, chamou o barco de André para socorre-lo e ambos então ficaram cheios do pescado. Ficaram tão pesados que quase estavam afundando.

Vagarosamente voltaram para a praia. Já em segurança e com o apoio de vários companheiros para puxa-los em para terra firme, Simão Pedro maravilhado com o ocorrido, ajoelhou-se as pés de Jesus e emocionado agradeceu a pesca e disse não ser digno de sua atenção pois era homem cheio de erros e se reconhecia como rude e sem recursos.

Neste instante, Jesus levantou-o gentilmente e disse que não temesse pois Deus os estava chamando agora para serem pescadores de homens.

Após tomarem as providencias imediatas, Simão Pedro e André ouviram emocionados a palavra do mestre que os convidou para serem seus discípulos. Aceitaram emocionados e sem hesitar. Em seguida deixaram tudo o seguiram pelas margens do lago. (1)

Barnabé interrompeu novamente sua exposição, notou que alguns estavam em lágrimas. Aproveitou o clima e perguntou:

-O que vocês me dizem deste momento da vida de Pedro?

-Vê-se que ele não vacilou, disse Nicásio, eu gostaria de ter esta firmeza também.

-Todos nós, disse Barnabé, somos defrontados com momentos de decisão e testemunhos. Aquilo que vem do nosso interior mais profundo e nos sustenta na hora da adversidade é a fé, por isto ela é essencial.

-Mas é mais fácil ter fé quando temos o Senhor ao lado, como os discípulos tiveram, comentou Jonas, que começara a pouco tempo a participar do grupo de estudos.

-Meu caro Irmão Jonas, te entendo, mas a fé independe da presença física do Mestre. Ela é uma dádiva que Deus colocou em nosso coração. Só precisamos exercita-la. A agua está pura no poço nós esperando. Se não a retirarmos de lá, ela não pode saciar a sede.

Barnabé querendo reforçar o ensino da noite perguntou:

-Irmão Nicásio, já lhe contei que o Mestre se admirou da atitude de um soldado romano?

Percebendo que podia dar seguimento continuou:

Foi a de um centurião de nobre alma que pediu através de emissários, pela saúde de um criado, doente, que estava quase a morrer. Jesus ao ouvir o pedido se prontificou de imediato a ir sua residência e cura-lo. O militar no entanto, não se sentiu digno de recebe-lo em sua habitação, dizendo reconhecer o poder do Senhor, por tudo que havia escutado sobre Ele. Assim bastava uma palavra do Senhor para o criado sarar. Jesus se admirou e disse que nem mesmo em Israel encontrou tanta fé e o resultado foi que o criado sarou imediatamente. Não está ai um belo exemplo de como agir? (2)

-Sem dúvida Irmão, que fato maravilhoso. Confirmou Nicásio.

-A fé não é privilégio de nenhuma seita, religião ou povo. Ela é, como disse, uma benção de Deus para todos os homens.

-Podemos aprender a ter fé assim Irmão?

-Foge filho, corre e vá para a ponte e se esconda.

Ele viu uma grande ponte e correu para lá. Se escondeu, em um buraco bem apertado. Ficou lá bem calado e tremendo de medo, até que ouviu alguém chamar pelo seu nome, era o irmão Ari que o achou e o trouxe para sua mãe.

Barnabé calou-se por um instante e logo continuou:

-Vocês se lembram deste caso? Não foi a intervenção divina, a voz que o pequeno Silas ouviu? Se não tivéssemos agido rápido e com fé, o que seria da criança e de sua mãe?

Notando que a noite já estava avançada, o palestrante anunciou o termino do estudo e o grupo, como de costume, após uma prece e as despedidas fraternais, deixou o recinto.

Barnabé ficou sozinho por mais algum tempo e foi mentalmente recordando os ensinos que recebera nas reuniões de palestra animada na instituição de Jerusalém.

Pediu então a Deus que lhe desse força e sabedoria, para estar preparado, quando a hora de seu testemunho individual se apresentasse nos caminhos da vida.

Carlos Malab – textos sobre Barnabé

Engenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral, o autor da coluna, foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais. Espírita Cristão, Atualmente integra os quadros do Portal Saber Espiritismo, do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Saber Amar de Belo Horizonte.  É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz).

E mail: cmalab@gmail.com