Espiritualidade | Textos sobre Barnabé | Uma criança é um presente do céu |
Psicopictografia de Cleide, pelo espírito Guignard - Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas) O JORNAL DA CIDADE BH preparou lançamentos, periódicos, com uma série de escritos sobre Barnabé, um dos primeiros trabalhadores que se agregaram integralmente à causa cristã. Confira todos os textos da coluna sobre Barnabé assinada por Carlos Malab. Uma criança é um presente do céuA manhã já estava adiantada e a casa do caminho em Antioquia, como sempre, transbordava em trabalho. Podia-se dizer que assemelhava-se a uma colmeia de intensas atividades de amparo e amor aos necessitados. Barnabé não gostava de ficar inativo e nessa manha vamos encontra-lo, copiando alguns textos que de forma fragmentária retratavam os ensinos de Jesus comentados por alguns dos seus seguidores diretos. Envolvido em pensamentos e nas pequenas frases que fluíam de sua escrita, não notou a chegada de duas mulheres. Uma delas com respeito e cerimonia o indagou assim: -É o Irmão Barnabé? Saindo de seu recolhimento mental, virou-se e viu então uma jovem muito simpática que deveria ter uns vinte anos de idade na companhia de uma senhora. -Pois não minha Irmã, em que lhe posso ser útil? -Meu nome é Lara e está é minha mãe Helena, me disseram que o irmão responde perguntas e tira dúvidas sobre os ensinos do profeta nazareno é isto mesmo? Barnabé olhou bem nos olhos delas e viu ali sinceridade e sofrimento. Sentiu simpatia por aquelas mulheres, pois transpareciam, sinceridade e virtude e sem demora respondeu: -Estudo sempre as palavras e atos de nosso Mestre Jesus e tento tirar de lá o ensino que precisamos . Ele é a fonte inesgotável que sacia nossa sede de paz e harmonia interior. O que lhe aflige minha Irmã? Em que posso lhe ajudar? -De que se trata minha Irmã? Demonstrando abatimento a jovem começou a dizer: -Estou casada a menos de um ano e não tenho filhos. Meu marido diz que deseja tê-los mas está pondo uma condição. Se o filho nascer com qualquer deficiência física ou mental ele não deixará que ele viva. Diz que é uma tradição de sua família que vem de longas gerações e eles fazem isto de forma a parecer uma morte natural e indolor. Acontece que parentes da minha mãe já tiveram crianças nascidas com deficiência física e tenho medo que possa ocorrer novamente comigo e meu marido venha a matar a criança. Eu não conhecia esta tradição da família dele e só fui saber algum tempo depois que casamos. Não concordo com o meu marido e não sei o que fazer. Dirigindo o olhar para a mãe de Lara, Barnabé perguntou: -E a irmã o que pensa disto? -Nós juramos obediência aos nossos maridos mas isto me parece que está fora das leis. Eu quero o bem da minha filha. Acho que matar o próprio filho por ele ser deficiente é desumano. -Vocês estão certas, os mandamentos divinos são claros. Não matarás é um dos pilares das leis divinas. Só Deus nos seus sábios desígnios conhece até quando vamos viver. A vida é uma dádiva imensa do amor do Pai para os seus filhos. A senhora Helena que balançava a cabeça em plena concordância completou: -Eu já me ofereci para criar qualquer criança que nasça com deficiência, mas Heitor é teimoso e não concorda. Não posso aceitar que a minha filha possa perder um filho assim. O que o irmão nos diz? Barnabé vislumbrou o dilema daquela jovem e pensando nos ensinos de Jesus respondeu com carinho e atenção: -Lara a decisão sobre o que fazer lhe pertence. Uma criança é um presente do céu. Posso lhe dizer que desde que se forma no ventre da mãe, a criança é um ser vivo sendo sempre um crime contra as leis de Deus e da natureza retirar o bebe do seu interior ou mesmo suprimir a vida após nascer. Nosso Mestre foi bem claro em nos ensinar que além de amar ao Pai de todo coração, de toda alma e de todo o espírito, devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. (1) Assim peço que a irmã reflita, não será um filho que o Senhor nos confia a guarda, o próximo mais ligado a mãe e ao pai e para o qual possuímos além do dever a alegria de amar incondicionalmente? A jovem fixou os olhos claros e agradecidos em Barnabé e após algumas palavras se retirou pensativa acompanhada de perto por sua mãe. Passados alguns meses, estando Barnabé trabalhando no pequeno pomar comunitário, no começo da manha, ele vê chegar duas senhoras e identificas de imediato. Eram Lara e Helena. -Irmãs que bom velas novamente. É um prazer recebe-las. Lara estava diferente, com outra fisionomia, animada e sorridente. -Irmão, estamos aqui para lhe agradecer os seus conselhos. Quando retornei à minha residência, após nosso encontro, não sei de onde me vieram forças, conversei com meu marido e deixei bem claro que eu não concordava com a morte de qualquer pessoa inocente, muito menos de um bebe indefeso. Se ele não aceitasse a oferta da minha mãe de criar qualquer criança deficiente que porventura nascesse eu não poderia mais ficar casada com ele e voltaria a morar com os meus pais. O clima ficou tenso entre nós. Heitor se afastou de nosso lar e após alguns dias retornou dizendo que depois de pensar concordava com minha proposta. Veja irmão eu estou gravida e muito feliz! Heitor também não cabe em si de alegria e agora me diz que nunca poderia ter me obrigado a desfazer de um filho. As notícias não poderiam ser melhores, Barnabé as convidou a entrar na instituição pois o sol já estava bem forte. Conversaram animadamente sobre o futuro e até sobre os possíveis nomes da criança. Meses mais tarde, Barnabé recebeu a vista de Helena que vinha lhe transmitir uma mensagem e convite de Lara. -Irmão, afirmou eufórica, o bebê de minha filha nasceu hoje e é normal. Estamos radiantes de felicidade. É um menino e seu nome será Andreas! Ela me pediu para vir logo lhe avisar e convidar para que venha nos visitar. Após despedir-se da senhora e prometer em breve encontra-las, Barnabé olhou para o céu, em uma prece silenciosa agradeceu a Deus pela benção de mais uma vida surgir em um lar onde brilhava o amor e o respeito ao semelhante. (1) Mateus 22: 37-40 Carlos Malab – textos sobre BarnabéEngenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral, o autor da coluna, foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais. Espírita Cristão, Atualmente integra os quadros do Portal Saber Espiritismo, do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Saber Amar de Belo Horizonte. É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz). E mail: cmalab@gmail.com Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado "ipsis verbis" | In: https://www.jornaldacidadebh.com.br/sociedade/espiritualidade-textos-sobre-barnabe-12/17/07/2020 |
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