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Espiritualidade | Textos sobre Barnabé | Nada ocorre em nossa vida sem uma razão


Psicopictografia de Cleide, pelo espírito Berthe- Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas)


O JORNAL DA CIDADE BH preparou lançamentos, periódicos, com uma série de escritos sobre Barnabé, um dos primeiros trabalhadores que se agregaram integralmente à causa cristã. Confira todos os textos da coluna sobre Barnabé assinada por Carlos Malab.

NADA OCORRE EM NOSSA VIDA SEM UMA RAZÃO

Alguns trabalhadores da casa cristã de Antioquia se aprontavam para sair, em busca de doações, quando adentrou silenciosamente ao ambiente, pela singela portaria, uma jovem de feições tristes. Ela caminhou na direção de Barnabé como ele fosse o único no recinto e perguntou com a voz melancólica:

-É aqui a casa dos seguidores do Nazareno?

-Sim minha irmã, em que posso lhe ser útil, respondeu Barnabé de forma suave e atenciosa.

-Não sei como dizer, mas me falaram que vocês ouvem as pessoas, que dão conselhos e decidi vir aqui, para ver se podem me ajudar.

-Minha irmã, aqui somos todos aprendizes e o Mestre é Jesus. É com os ensinamentos Dele que nos ajudamos uns aos outros.

Barnabé percebeu que não poderia deixar a moça sem atendimento, pediu algum tempo aos demais companheiros, e adentrando o recinto chamou irmã Laís, experiente colaboradora da instituição, para acompanha-lo na dialogo de ajuda. Não achava prudente conversar a sós com a jovem.

Como o dia estava agradável, os três se acomodaram no banco externo, junto ao pequeno jardim de entrada para poder dialogar sem interrupção. Este banco ficava na sombra de antiga palmeira e era ideal para este tipo de conversa pois não ficava na passagem da entrada e oferecia pouca visibilidade para os curiosos de plantão.

-Está é a irmã Laís e eu me chamo Barnabé como é o seu nome?

-Me chamo Petúnia e moro no bairro grego. Minha família está muito triste pela morte de meu pai. Ele era muito carinhoso conosco e nada nos faltava. Agora a nossa vida está com um vazio muito grande. Minha mãe não sai da cama e quer morrer também para encontrar com ele no mundo de Hades, nos campos elísios. Meu irmão dedica-se aos negócios da família e fica pouco presente, a noite quando chega, não fala nada, só chora ao ver o estado de nossa mãe. Já recorri ao templo mas de lá só obtive palavras pedindo oferendas e sacrifícios de animais. Vim até vocês para saber se o seu Deus pode nos ajudar.

Barnabé que prestava muita atenção no relato comentou :

-Você é bem vinda aqui Petúnia. Não cultuamos aqui um  Deus exclusivo, mas sim o criador de todos nós, pai de todos os homens e que vela pela nossa saúde e felicidade. Ele nada exige em troca, além da nossa fé e bom proceder. Seu paizinho partiu deste mundo quando?

-Fazem seis meses que ele se foi, mas parece muito mais, afirmou ela.

-Como ele se chamava?

-O nome dele era Ateneu respondeu ela em tom choroso.

-O espírito dele vive minha irmã, a morte não existe. Ele somente está em outra vida. Pelo que vejo seu pai, aqui na terra, era um homem bom e com certeza ele está amparado pelos anjos do Senhor.

-Mas o que faço com minha mãezinha? Estamos para perde-la também.

-Nós vamos cuidar dela e de vocês. Podemos fazer uma visita a ela? Como ela se chama?

-Sim podem, mas não sei se ela vai ouvi-los, ela está tão desolada. O nome de minha mãe é Hilda.

Aproveitando a pequena pausa, Laís comentou:

-É um momento difícil e de enorme dor interior para sua mãe. Temos apoia-la com todas as nossas forças, auxiliando-a a entender e aceitar os designíos de Deus pois eles são sempre justos e soberanos. Nada ocorre em nossa vida sem uma razão.

Barnabé aproveitou e complementou:

-A vida é uma dadiva que Deus nos deu. É nosso compromisso não desperdiçada ou abreviada pois se isto ocorre atraímos muita dor e sofrimento para nossa alma imortal.

Após alguns instantes retornou a falar perguntando:

Qual é a melhor hora para visita-los?

-Penso que seria a tardinha quando meu irmão Thales esta de retorno a nossa residência.

-Podemos ir lá hoje a tarde? Propôs Barnabé sabedor que casos como esse não devem ter o atendimento adiado.

Petúnia concordou e após passar o endereço se retirou com expectativa no seu olhar. Demonstrou ao se despedir que as palavras de carinho e atenção lhe haviam auxiliado.

Barnabé após a saída de Petúnia, chamou Laís e juntos oraram pedindo a Jesus o auxilio para aquela família. Solicitaram ao alto inspiração para que ambos pudessem levar o consolo e harmonia aquela família.

No final da tarde, conforme combinado, batem a porta de confortável residência, sendo recebidos por Petúnia que os aguardava transparecendo ansiedade no olhar.

-Como estou feliz em recebe-los, quero agradecer a vocês as suas palavras, não sei como mas depois que falamos cheguei aqui me sentindo bem melhor. Foi como se minha alma estivesse mais leve.

Adentraram ampla sala decorada com cortinas e tapetes de bom gosto. Os objetos eram adornados com graciosos desenhos de hibiscos e paisagens campestres. Destacando-se no ambiente, estava um lindo vaso de flores. O jovem Thales, filho da dona da casa, os esperava endereçando um olhar receptivo e de simpatia.

Ficou claro de imediato que naquele lar era cultivada a compreensão familiar.

-Onde está a nossa Irmã Hilda podemos vê-la?

-Claro que sim, respondeu Petúnia, mostrando o caminho para um cômodo reservado.

Penetraram então em quarto confortável, onde estava uma senhora muito entretecida, já bem fraca organicamente. Ao notar a chegada do grupo ela abriu os olhos e lentamente assentou-se no leito.

Barnabé se adiantou e disse:

-Cara senhora Hilda sou o irmão Barnabé e esta é a irmã Laís. Conhecemos seus filhos e viemos te visitar. Somos seguidores de Jesus de Nazaré. Como a irmã está?

A Senhora Hilda com esforço respondeu em voz baixa.

-Obrigado pela visita mas estou muito triste pela perda de meu marido. A vida perdeu sentido para mim.

-Minha irmã seu marido vive e está na pátria verdadeira que é a do espírito. Não desanime. Olha seus  filhos eles são lindos e precisam de você. Não antecipe a sua partida porque isto vai lhe fazer muito mal ao espírito e vai atrasar seu encontro com o querido Ateneu. Cuide dos seus filhos e de você até o senhor lhe chamar.

-Mas eu não vou ver mais meu marido e isto me entristece  muito.

-Como não, disse irmã Laís, a senhora pode encontra-lo nos sonhos. Quando dormimos, nosso espirito se separa do corpo e podemos estar com os nossos entes queridos que já partiram dessa existência.

-Nunca sonhei com ele e nem meus filhos sonharam. Já fizemos muitas ofertas no templo.

-Nos vamos orar ao Mestre Jesus, continuou irmã Laís, pelo seu lar e seus filhos e se tiverdes fé Ele irá permitir este encontro.

Barnabé pediu licença, orou a oração dominical ensinada por Jesus e Laís estendeu as mãos em direção a senhora Hilda. Pediram pela sua saúde e recuperação.

Após breves palavras de estimulo e de esperança, fizeram um convite para que a família comparecesse no culto publico a ser realizado na noite seguinte. Barnabé e Laís se retiraram deixando a família a vontade para as trocas de impressões mais intimas.

No dia seguinte, no começo da tarde, eis que Petúlia bate na porta da instituição cristã e se põe de joelhos perante Barnabé, sendo prontamente erguida por ele.

-Irmão não sei o que dizer, o seu Deus é maravilhoso e poderoso. Minha mãezinha levantou hoje outra pessoa. Contou-nos que sonhou com nosso pai falando: “não é a hora de você vir, minha flor do campo”. Foi uma agradável surpresa pois era assim que ele a chamava na intimidade. Ele prometeu que estaria sempre ao lado dela.

-Que beleza minha filha, disse Barnabé com lagrimas nos olhos. Como o Senhor é bom. Ele é Pai de todos nós e nunca nos abandona. Devemos ter fé pois ela nos salva e move as montanhas das dificuldades que enfrentamos no mundo. Venha, vamos contar o ocorrido a irmã Laís.

Após longa conversa entre os três, quando Petúnia se retirou, Barnabé foi ao seu cantinho de preces e elevando as mãos ao céu agradeceu as bênçãos recebidas lembrando as palavras de Jesus:

“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso” (1)

Com lágrimas nos olhos orou mais uma vez por aquela família que abandonava os momentos difíceis da dor e voltava ao caminho da paz, harmonia e da saúde.

(1) Mateus 11:28

Carlos Malab – textos sobre Barnabé

Engenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral, o autor da coluna, foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais. Espírita Cristão, Atualmente integra os quadros do Portal Saber Espiritismo, do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Saber Amar de Belo Horizonte.  É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz).

E mail: cmalab@gmail.com

Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado "ipsis verbis" | In: https://www.jornaldacidadebh.com.br/sociedade/espiritualidade-textos-sobre-barnabe-15/
13/08/2020
 


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