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Espiritualidade | Textos sobre Barnabé | Nossas preces não ficam sem resposta



Psicopictografia pela médium Cleide, pelo espírito Richardson (Mulheres do Evangelho) – Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas)


Nossas preces não ficam sem resposta 

Barnabé caminhava pelas margens do rio Orontes, admirando a sua extensão e a sua correnteza tranquila. Aproveitava os instantes de descanso para analisar os detalhes da natureza, nela encontrando demonstrações da perfeição divina.

O rio era, meditava, a mais clara definição de evolução para um fim grandioso e sublime. O curso de água nascia pequenino, singelo sem grande projeção. À medida que corria dos montes pelos vales em direção ao mar, adquiria conteúdo e se fortalecia tornando-se respeitado e, em certas circunstâncias por época das cheias, temido. Na sua trajetória, trazia transformação por onde passava. À passagem por pequenas corredeiras rápidas, em locais específicos, ficava oxigenado e revitalizado. 

Quanta perfeição… um reflexo da mão de Deus.

Sem o perceber, aproximou-se de uma senhora que, assentada, à margem do caminho, olhava o rio com triste expressão no olhar.

Acostumado com o sofrimento humano, viu que ali naquela alma a dor havia feito pouso. Perguntou-se intimamente, quais seriam os dramas que se passavam com aquela senhora?

Lembrou-se dos ensinos do Mestre que orientavam a pensar no próximo como se fossemos nós mesmos. Decidiu parar para perguntar se lhe poderia ser útil de alguma forma. 

-Bom dia senhora, vejo que está sozinha nesta borda de rio, notei que a senhora está muito triste, posso lhe ser útil em algo? Me preocupa seguir adiante e deixá-la neste estado de isolamento. Não seria mais seguro estar mais próximo da cidade, em áreas mais movimentadas?

A Senhora elevou os olhos para ver quem falava e com o olhar distante lhe respondeu:

-Porque me preocupar se a vida agora não faz mais sentido para mim? Perdi meu filho querido, nestas águas que agora observo e fico pensando quando será a minha hora de partir para me encontrar com ele. A vida não faz mais sentido para mim. Por que isto ocorreu com a minha família? Onde errei? Por que Deus me castiga?

Neste instante, a conversa foi interrompida pela chegada de outra senhora que se mostrava aflita. A recém chegada direcionou um olhar de surpresa pela a presença de Barnabé e o interrompeu falando:

-Esther o que você faz aqui minha querida amiga? Estamos procurando-a já há algum tempo. Vejo que se encontrou com o irmão Barnabé. Graças a Deus! É com ele que queria que você fosse conversar. Deus nunca nos desampara. Você se recusou ir ter com ele, mas ele veio ao seu encontro.

Tratava-se de Verônica, uma frequentadora  da casa cristã de Antioquia.

Barnabé, em silêncio, observou o que se passava, preferindo aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Alguns afazeres o aguardavam, mas, se Deus havia providenciado este encontro, não poderia sair dali sem saber em que poderia contribuir.

-Sua família Esther está muito aflita e procura por você, continuou Verônica. A vida tem de continuar, estamos todos pedindo a Deus por você. 

Neste instante, a recém chegada virou-se para Barnabé e comentou:

-Irmão, Esther perdeu o filho nas águas do Orontes. Ele havia saído de uma festa, onde comemorou muito e se excedeu no vinho. Ninguém sabe ao certo o que ocorreu, pois ele estava retornando sozinho para casa. Foi encontrado aqui neste trecho, um manto que era de Isnar e, bem à frente, em uma curva do rio, acharam o seu corpo já sem vida. Alguns supõem que ele foi ao rio se limpar, antes de voltar para casa, e se afogou porque era noite. Outros entendem que ele foi vítima de assaltantes que o jogaram nas águas, uma vez que foi encontrada uma ferida em sua cabeça.

Enquanto Verônica falava, Barnabé percebeu que Esther ficava mais abatida e desolada. Decidiu interrompê-la dizendo:

-Irmã Verônica, sua chegada foi muito boa, vamos cuidar de nossa irmã Esther. Estávamos começando a conversar, vejo agora que é importante tranquilizar a família e levar Esther para um local mais confortável, onde ela se sinta melhor. Vamos servir-lhe uma alimentação revigorante. Você pode ajudar com isto? 

-Irmã Esther, podemos acompanhá-la até a sua casa? 

A senhora continuava com o olhar perdido e perguntava:

-Por que isto aconteceu com o meu querido Isnar? O que ele fez para merecer esta sorte? Sempre foi um filho tão bom.

-Minha irmã, afirmou o trabalhador da casa cristã de Antioquia, vamos orar pelo querido Isnar. Deus está sempre nos amparando. Ele está agora nas mãos do Pai amado, que cuida dele com carinho. Isnar vive. Você sabia que aqueles que partem desta vida podem ouvir as nossas preces? Podem sentir aquilo que desejamos falar com eles e o que comentamos sobre eles ? Este é o momento de você se recuperar e seguir cuidando da bela família que Deus lhe deu. Fazendo isto, você fará com que seu filho se sinta tranquilo e em paz. Nunca se esqueça que nossas preces não ficam sem resposta.

Esther chorando retornou:

-Quero descobrir quem causou a morte do meu filho. Ele tem de pagar pelo que fez.

-Minha irmã, não sabemos o que ocorreu, porque tomar esta atitude? Isto não vai trazer o seu filho de volta e só vai lhe trazer dor, sofrimento. Se ocorreu um crime, ele não passará impune aos olhos de Deus. Ele tudo vê e tudo sabe. A justiça dos homens pode falhar, mas a justiça divina nunca se engana. Não é o momento de guardarmos mágoas no coração.

Barnabé sempre carregava consigo um pequeno odre com água fresca em suas caminhadas, assim, pediu a Esther que abrisse as mãos e usasse a água para lavar o rosto e beber. A senhora ficou indecisa, mas com o auxilio de Verônica, sorveu o liquido e se refrescou. Após alguns instantes, ela falou:

-Me sinto melhor, mas a angústia e o vazio no meu coração é muito grande.

-Podemos imaginar minha irmã, disse Barnabé, não há uma dor maior no mundo do que a de uma mãe que perde um filho. Vamos orar minha filha. Onde existe sofrimento, esteja certa, que o Senhor nos carrega em seus braços amorosos. A irmã tem outros filhos?

-Sim tenho mais uma filha chamada Eloá que já está casada e tem dois rapazinhos, o José e Noel.

-Então minha irmã, você é muito importante para a sua família. Eles precisam de você, para juntos superarem este momento difícil. E seu esposo como se chama?

-Ele se chama Barjonas e também está muito abalado com o que ocorreu, ele não fala desde que acharam o nosso filho.

-Vamos ajudá-lo.

Barnabé, mentalmente, ao olhar aquele quadro de dor, pediu ao alto inspiração. Eles precisavam agora de harmonia e paz para seguirem adiante. Olhou para Verônica e disse:

-Irmã Verônica, vamos dar apoio a esta família tão sofrida. Antes de partirmos, aproveitemos este momento na natureza e oremos pedindo ajuda ao Pai Divino. 

Verônica e Esther se acomodaram e Barnabé de pé orou:

Senhor da terra e de toda a criação, admiramos a sua sabedoria e a sua bondade que ilumina os nossos dias com o sol cheio de vida e a noite com as estrelas repletas de paz.

Neste momento, Senhor, pedimos pelo nosso irmão Isnar, sua mãezinha Esther, seu pai Barjonas, sua irmã Eloá, toda a sua família e amigos.

Ampara, Senhor, a estes corações, trazendo o consolo neste momento tão difícil.

Fortalece-nos em nossa Fé, para podermos suportar a dor da separação temporária de Isnar, para quem pedimos o conforto dos teus braços amorosos, para que ele seja fortalecido e tenha paz no coração.

Sabendo, Senhor, que a sua mão está sempre estendida para nos socorrer, desde já agradecemos, confiando em seu poder e amor incomensurável, com fé, que estás conosco agora e sempre, que assim seja.

Notando que Esther estava como que anestesiada pela prece, Verônica ajudo-a a se levantar e, então, os três caminharam lentamente para a residência da sofrida mãe, situada no bairro populoso, ao sul da cidade.

Ao chegarem na porta da moradia de Esther, encontram a família que ali estava reunida. Ao verem a querida senhora, todos se apressaram em sua  direção efusivamente.

Barjonas, após trocar breves palavras com a esposa, muito impressionada por vê-lo repentinamente voltar a falar, aproximou-se de Verônica e Barnabé e, com o olhar que transparecia agradecimento, afirmou:

-Sou eternamente grato por encontrarem a minha esposa. Contem comigo no que precisarem, nossa família agora está reunida novamente e graças a Deus Esther está bem. Esta é a segunda dádiva que recebemos hoje. Há pouco saiu daqui um pescador que nos fez uma revelação. Ele disse que viu o que ocorreu com nosso querido Isnar. Estávamos com o receio que nosso filho tivesse sido atacado e maltratado por ladrões impiedosos, que o jogaram ao rio. Sofríamos ainda mais com esta ideia. O pescador no entanto, esclareceu-nos que presenciou ao longe quando Isnar, próximo ao rio, desmaiou, bateu a cabeça em uma pedra e foi levado nas águas, afundando rapidamente. Ele tentou ajudar, mas sem sucesso, pois na escuridão ele desapareceu de relance.

Falando isto, Barjonas chorou profundamente, sendo abraçado por Barnabé que lhe disse:

– Meu Irmão, vamos aceitar os desígnios do Pai. Sigamos em frente com a Fé no coração. Conte conosco. Se permitir, lhe faremos uma visita diária até que esta tempestade de dor seja suportável.

Barjonas sinalizou com a cabeça que concordava e, após alguns instantes de silêncio, os convidou para entrarem e conversarem um pouco com a família.

Barnabé, com as lágrimas contidas em seu olhos, agradeceu do mais fundo do seu coração ao alto, porque, mesmo nas mais incomensuráveis dores, Deus sempre encontra um meio de trazer alivio e esperança. 

Imagem: Psicopictografia pela Medium Cleide – Espirito Richardson- Mulheres do Evangelho – Fraternidade Cristã Francisco de Assis (FECFAS).

Revisão: Noémia Maria José.





Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado "ipsis verbis" | In: https://cidadeconecta.com/espiritualidade-textos-sobre-barnabe-4/
17/03/2021
 


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