Célia Lucius, Santa Marina é o título de um livro escrito pelo médico, escritor e orador espírita, Flávio Mussa Tavares, em que o autor apresenta o resultado de laboriosa pesquisa iniciada pelo Professor Clóvis Tavares, seu pai, que teve longa militância espírita no Brasil. Na verdade, o livro do Dr. Flávio complementa e conclui uma pesquisa que seu genitor empreendeu quando esteve reunindo o material de um de seus livros, A Mediunidade dos Santos. Compulsando a hagiografia nas bibliotecas do Vaticano e do Líbano, o Professor Clóvis descobriu relatos sobre a vida de uma Santa Marina, muito venerada pelos cristãos maronitas do Líbano e correspondente região geográfica. Segundo revelavam os documentos consultados, Santa Marina teria ocultado sua condição feminina sob a vestes de um monge, que teria vivido num convento da Bitínia, província romana localizada ao norte da Ásia Menor.
Esse foi o ponto de contato que fez o autor de Mediunidade dos Santos ligar a vida de Santa Marina à personagem Célia Lucius, protagonista do romance de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, 50 Anos Depois. A par dessa coincidência, muitas outras foram detectadas, a partir do próprio nome adotado pela personagem Célia Lucius no convento onde se internou nos últimos anos de sua vida – Irmão Marinho. Além das semelhanças encontradas entre as duas biografias, a documental e a narrada no romance mediúnico, uma informação do espírito Emmanuel, no prefácio do citado romance, fortalece a ideia de que são a mesma pessoa: “É a história de um sublime coração feminino que se divinizou no sacrifício e na abnegação, confiando em Jesus, nas lágrimas de sua noite de dor e de trabalho, de reparação e de esperança. A Igreja Romana lhe guarda, até hoje, as generosas tradições, nos seus arquivos envelhecidos, se bem que as datas e as denominações, as descrições e apontamentos se encontrem confusos e obscuros, pelo dedo viciado dos narradores humanos”.
Trata-se, pois, de precioso documento, que comprova, entre outras coisas, algo muito importante para a divulgação do Espiritismo, que é a historicidade dos romances ditados pelo espírito Emmanuel, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier. São romances históricos em que o caráter documental prevalece sobre o conteúdo ficcional. São, pois, narrativas da história do Cristianismo, fiéis ao labor missionário dos cristãos primitivos, massacrados pelo braço opressor do poder romano durante três séculos.
Melhor história não poderia existir para movimentar o Núcleo de Teatro Anália Franco, da Fraternidade Peixotinho, que reúne os jovens e os trabalhadores de nossa casa espírita. Revelando a vida de Célia Lucius e todos os episódios históricos ao longo de sua notável trajetória, a peça teatral que vai ser exibida à plateia pernambucana constitui primorosa oportunidade de louvar e engrandecer o amplo testemunho cristão dessa figura hoje venerada como santa.
A difusão do Evangelho em sua feição genuína é uma das tarefas do Espiritismo, haja vista que Jesus é, segundo a visão dos espíritos reveladores, o modelo e o guia para a humanidade. Dessa forma, o testemunho de fé e dedicação dos cristãos dos primeiros séculos é algo que deve ser sempre destacado nos ambientes onde se difunde e pratica a Doutrina Espírita. É, pois, com muita emoção que encaramos a encenação teatral que traz de volta a figura amorável de Célia Lucius. Os que vierem a assistir ao espetáculo serão surpreendidos por um trabalho que, a despeito do amadorismo do elenco, apresentará destaques primorosos, como o guarda-roupa de época e outros aspectos que evidenciarão o dedicado esforço das equipes de produção, divulgação e apresentação da peça.
Humberto Vasconcelos
Serviço:
Peça Teatral: Célia Lucius - Santa Marina | Grupo de Teatro Anália Franco – Fraternidade Peixotinho
Local : Teatro Apolo – Recife - PE
Dias: 18 e 19 de setembro de 2010
Horário: 20h
Ingressos: 2 kg de alimentos (não perecíveis)
Mais informações: www.fraternidadepeixotinho.org.br