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Notícia

35º artigo de Martins Peralva: “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”


Quantidade e qualidade

Dezembro | 1958


“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens.” — Jesus



Inegavelmente, o Espiritismo, em sua feição de restaurador do Evangelho, caminha a passos largos e seguros na direção de seus objetivos.

O crescimento numérico dos seus adeptos, nestes 100 anos de codificação, constitui eloquente atestado de que as suas claridades têm afugentado as sombras do coração humano, fazendo com que os desalentados do mundo recuperem a fé, os tristes se repletem de júbilos indefiníveis, os vencidos se ergam sob o influxo de renovadas esperanças.

O progresso que se verifica em nossas fileiras leva-nos, contudo, vez por outra, a refletir no problema da quantidade e da qualidade. Haverá de nossa parte esforço sério no sentido de que, fascinados pela quantidade, não releguemos ao esquecimento o fator qualidade?

Essa a interrogação que fazemos, em silêncio, neste histórico momento das realizações espiritistas. Estamos cansados de saber que o fator “número” é muito relativo, especialmente no que toca às questões espirituais. Nem sempre a maioria tem razão, nem sempre a maioria sabe o que quer, nem sempre ela se conduz com acerto.

Os movimentos terrestres que empolgam as massas, levando-as, quase sempre, a retumbantes e desordenadas manifestações coletivas, geralmente não condizem com as expressões de cultura e dignidade. Quem pode negar, em sã consciência, semelhante verdade?

Dessa forma, é necessário que o fator “quantidade” não eclipse o fator “qualidade”, pois aquele não é o fundamental. Nosso esforço, evidentemente, deve ser encaminhado no sentido de que o maior número de pessoas usufrua os benefícios morais do Espiritismo, que milhares de criaturas, encarnadas ou não, se aproximem de sua fonte augusta e generosa, quando desejarem, a fim de lhe sorverem a preciosa linfa do esclarecimento superior.

Contudo, para que se ampliem tais benefícios, é mister nos preparemos mediante o esforço, penoso, mas indispensável, da exemplificação de tudo quanto há de belo e sublime na Doutrina Espírita.

Há a necessidade de preparação moral e também cultural, sob pena de resvalarmos no despenhadeiro de lastimáveis enganos. Há necessidade de segurança doutrinária e de firmeza evangélica, a fim de que, empolgados pela excelcitude do Espiritismo, não lhe conspurquemos a pureza, não lhe desvirtuemos as finalidades, não lhe alteremos a simplicidade.

Nesta hora de renovação e trabalho, a palavra do Mestre repercute com a oportunidade dos dias apostólicos: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o Pai que está nos céus”.

Os bons sentimentos, as tarefas de solidariedade, a divulgação consciente e esclarecida dos princípios doutrinários, à luz do Evangelho, através da palavra escrita ou falada, são elementos valiosos para que o Espiritismo se afirme como o consolador prometido por Jesus, levando a humanidade à imprescindível edificação íntima.
Fileiras adentro de nossa Doutrina, o problema essencial não deve ser o da estatística. O importante, como garantia de felicidade individual, é que recolhamos do Espiritismo tudo que nos torne melhores e dignos, esclarecidos e conscientes.

Reduzido grupo de companheiros humildes e sinceros realizará obra mais duradoura do que a que se levantar sobre os alicerces do entusiasmo excessivo e delirante de companheiros fascinados pelo brilho das revelações extraterrenas. Há mais grandeza no crente idealista e sincero que trabalha e serve, estuda e medita, extraindo do estudo e da meditação os frutos do aperfeiçoamento interior, do que no companheiro equivocado que se inclina à evidência do próprio nome e ao destaque da própria personalidade, eclipsando a parte mais sagrada da vida — o Evangelho e a Doutrina.

A luz dos primeiros discípulos do Mestre brilha, ainda, em nossos dias, no entanto, eles foram apenas doze. As legiões romanas, simbolizando as glórias do mundo, jazem sepultadas no pó do esquecimento.

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Fonte: PERALVA SOBRINHO, José Martins; PERALVA, Basílio (Org.). Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito. Belo Horizonte: Vinha de Luz Editora, 2009. p. 110-112.
Nota da Editora: Reformador, dezembro de 1958. p. 273-274. Reformador é uma revista de divulgação da Doutrina Espírita, editada mensalmente pela Federação Espírita Brasileira (FEB). É uma das mais antigas publicações de seu gênero, em circulação no Brasil (desde 1883, no formato original de jornal). Com a fundação da FEB, em 1884, o periódico foi por ela incorporado, passando a ser o seu principal órgão de divulgação, voltado para a difusão de artigos doutrinários, fatos e trabalhos desenvolvidos pela entidade, assim como pelas entidades afiliadas em todo o país. In: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformador>. Acesso em: 12 nov 2009.

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Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado
08/07/2021
 


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