Artigo. O Cidade Conecta preparou lançamentos, periódicos, de artigos do escritor, expositor e articulista José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Martins Peralva, como era conhecido. Ele, que foi um dos grandes representantes do movimento espírita no Brasil, escreveu os seguintes livros: “Estudando a mediunidade”, “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e evolução”, editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e “Mensageiros do bem”, editado pela UEM.
Os artigos publicados fazem parte do livro “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”. Trata-se uma coletânea de textos disponibilizados nos jornais “O Luzeiro”, periódico de sua terra natal, Sergipe, “Síntese” e “Estado de Minas”, ambos de Minas Gerais, e na revista “Reformador” da FEB. Geraldo Lemos Neto, responsável pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, foi quem coletou o material com a família Peralva, para que a comunidade espírita tivesse a oportunidade de conhecer mais de perto Martins Peralva.
A dinâmica do Evangelho
Maio | 1959
“As palavras que eu vos disse são espírito e vida.” — Jesus
O Evangelho é, todo ele, um compêndio de esclarecimento e renovação. Examinando a essência de suas parábolas e alegorias, isto é, o substrato de seus ensinos e de suas magníficas sentenças, encontrará sempre o estudante a palavra do Mestre esclarecendo e induzindo as criaturas à realização íntima.
Os versículos evangélicos, representando o divino pensamento de Jesus, nosso Mestre e Senhor, contém aquele dinamismo atuante que nos impulsiona o coração para definitivas aquisições, no campo do sentimento, ao mesmo tempo que nos orienta a inteligência para reais expressões do conhecimento superior.
Traduzindo atividade constante, movimento e ação para o bem e para a luz, as lições do Cristo não permitem que o aprendiz estacione na indolência, furtando-se à renovação interior. Se é verdade que em suas páginas encontramos o calor que aquece e reanima almas combalidas ou vacilantes, aconselha o bom senso, todavia, assimilemos do Evangelho, especialmente, a substância renovadora que nos compele ao trabalho, ao estudo, à fraternidade.
O Evangelho é, todo ele, um convite ao reajustamento. O verbo do Cristo, segundo as anotações de João no capítulo 6, versículo 63, é claro e preciso quanto ao sentido dinâmico da doutrina que nos legou. Prevendo que possivelmente procuraríamos acomodar os seus ensinos a pontos de vista e concepções utilitaristas, advertia Jesus: “As palavras que vos disse são espírito e vida”.
A estagnação é incompatível com a essência do Cristianismo. Ante os maravilhosos clarões evangélicos, tudo se movimenta, se rejubila, se expande. Braços fraternos se estendem para ajudar e servir — sob o impulso do Evangelho. Corações amorosos, tocados do divino sentimento da compaixão, abrigam companheiros exaustos, recebendo-lhes, pacientemente, as dolorosas confissões.
O Evangelho é bálsamo nas chagas que sangram, mas é, também, luz nas trevas que amedrontam e confundem. É orvalho que suaviza e embeleza, mas é, igualmente, força que cria, estímulo que renova, energia que agita poderes latentes do espírito humano, concitando-o ao encontro consigo mesmo. Na feição de mensagem consoladora, reflete a doce misericórdia de Jesus, que, das elevadas esferas, desceu até a nossa pequenez e indigência. Na sua feição dinâmica, ergue-nos a mente e o coração para os anseios superiores que sublimam e divinizam.
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