O Cidade Conecta preparou lançamentos, periódicos, de artigos do escritor, expositor e articulista José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Martins Peralva, como era conhecido. Ele, que foi um dos grandes representantes do movimento espírita no Brasil, escreveu os seguintes livros: “Estudando a mediunidade”, “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e evolução”, editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e “Mensageiros do bem”, editado pela UEM.
Os artigos publicados fazem parte do livro “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”. Trata-se uma coletânea de textos disponibilizados nos jornais “O Luzeiro”, periódico de sua terra natal, Sergipe, “Síntese” e “Estado de Minas”, ambos de Minas Gerais, e na revista “Reformador” da FEB. Geraldo Lemos Neto, responsável pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, foi quem coletou o material com a família Peralva, para que a comunidade espírita tivesse a oportunidade de conhecer mais de perto Martins Peralva.
Os melhores frutos
Agosto | 1959
“E agora, por que te deténs?” — Atos
Segundo as anotações de Lucas, em Atos dos Apóstolos, o bondoso velhinho Ananias, depois de restabelecer, em Damasco, a visão física de Saulo, perguntou-lhe: “E agora, por que te deténs?”
Semelhante interpelação pode ser comparada à advertência de Jesus a Publius Lentulus, o nobre senador romano: “Soou para teu espírito, neste momento, um minuto glorioso, se conseguires utilizar tua liberdade para que seja ele, em teu coração, doravante, um cântico de amor, de humildade e de fé”.
Toda vez que, no sofrimento ou pela compreensão, acordamos para as realidades espirituais, há sempre, da parte do céu, indagações ou advertências que induzem à responsabilidade individual, ao trabalho e ao progresso. O coração leal e generoso de Publius Lentulus recebeu ainda do Mestre a incisiva advertência: “Ninguém poderá agir contra a tua própria consciência, se quiseres desprezar, indefinidamente, este minuto ditoso”.
O voluntarioso Saulo ouviu, por sua vez, de Ananias, indagação não menos incisiva: “E agora, por que te deténs?” ou, segundo outras traduções, “E agora, por que te demoras?”
Tempos depois, transformado para a luz do Evangelho, renascido para as claridades da Boa Nova, o extraordinário bandeirante oferecia, à humanidade, eloquente testemunho de que o apelo de Ananias ressoara, proveitosamente, no seu mundo consciencial, já exaustivamente trabalhado no trato constante com as Escrituras. O futuro mostraria, igualmente, o antigo senador romano realizando magnífica obra de universalização do Evangelho.
Saulo e Publius Lentulus — almas leais, sinceras e no íntimo profundamente generosas — deixaram que o orvalho da renovação com Jesus perfumasse, em definitivo, a nobre sementeira de suas almas, favorecendo, pela conduta firme e inabalável, a consolidação do idealismo e do conhecimento superior, elegendo, ambos, por fim — PAULO DE TARSO e EMMANUEL — o apostolado evangélico por sublime e permanente roteiro.
Se Paulo é um símbolo inconfundível do passado, Emmanuel é uma realidade do presente, que ouvimos, sentimos e respeitamos. Diretos ou não, ostensivos ou velados, os convites e as advertências continuam a descer para os homens em porções relativas às necessidades de cada aprendiz, concitando-nos à arregimentação dos recursos da boa vontade, a fim de que superemos atitudes, hábitos e ideais profundamente enraizados.
Os melhores e mais belos frutos da vida são reservados àqueles que conseguem enxergar, em todos os acontecimentos, preciosas lições. Lições que induzam o espírito ao despertamento legítimo, a fim de que, sem nos determos, o progresso real se efetive, sob as bênçãos de Jesus, assegurando-nos a felicidade na Terra e no Espaço.