Contou-nos José Jorge, grande amigo e excelente médium de efeitos físicos, atualmente residindo na cidade de São José do Rio Preto - SP, que, certa vez, já alta madrugada, estava na fila para cumprimentar Chico Xavier, ainda na antiga Comunhão Espírita-Cristã, aqui, em Uberaba. Cansado e sonolento, José Jorge se impacientava, aguardando o contato com o médium, o qual, como sempre, não revelava a menor pressa no atendimento aos que o procuravam. A fila parecia não andar, e o visitante, bocejando seguidamente, começara a ter estranhos pensamentos... De pé, à ponta da mesa, onde recebia os cumprimentos, ao fim da reunião, e dialogava com os necessitados de umas palavras de conforto e de orientação, Chico se mantinha imperturbável, de quando em quando percorrendo com o olhar a pequena multidão que se aglomerava no recinto, da qual o companheiro a que nos referimos se destacava dos demais pela elevada altura.
Eram já quase 2 horas da madrugada, e José Jorge, que não se animava a ir embora, após ter consultado pela enésima vez o relógio, formulou, contrariado, um pensamento mau:
- "O Chico está gordo!... E, sorrindo desse jeito, está parecendo um sapo..."
Decorridos mais uns 30 minutos de espera, nosso confrade estava, finalmente, diante do Chico. Como sucede com todos quantos dele se aproximam, José Jorge, esquecido o sono, desmanchava-se em gentilezas, apertando-lhe a mão com alegria:
- "Chico amigo, como é que você está?"
Continuando a sorrir, com o hábito de levar a mão à boca, tendo entre os dedos a inseparável esferográfica, Chico respondeu:
- "Gordo, meu filho, gordo e parecendo um sapo... Mas estou bem, graças a Deus!"
Desnecessário dizer que, apesar do extremo cansaço, naquela madrugada, José Jorge, já em casa, não conseguiu dormir...
E quem, nesse caso, o conseguiria?