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Notícia

Chico e a pena de morte




“E quem é o meu próximo?”
(Lucas, 10: 29)

Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais.
Chico Xavier

O “Pinga Fogo”, programa da extinta TV Tupi, de 1971, publicado pela Versátil Vídeo, é inestimável repositório de lições, dentre as quais se destaca a sábia resposta que Chico Xavier deu a uma das perguntas do repórter Saulo Gomes, que lhe pediu posicionamento sobre a pena de morte, praticada em diversos países e que se discutia no Brasil naquele momento. Registre-se a coragem do jovem jornalista em tratar do tema macabro que a ditadura militar fomentava como meio de intimidação e meta de punição para seus opositores, como, aliás, nos bastidores e porões covardemente utilizou contra muitos, como os mais de trezentos brasileiros e brasileiras, cujos corpos até hoje estão desaparecidos, permanecendo impunes até hoje os responsáveis por tais arbitrariedades e violência.

Chico, sempre modesto, dizendo que Emmanuel, seu guia espiritual, o orientava na resposta, se referiu à necessidade de reeducação criminal, citando o exemplo da Penitenciária Agrícola de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Reconheceu a necessidade de se coibir o crime, mas também assegurar ao infrator oportunidades de reparação de seus erros, até os passíveis de condenação à pena capital.

Com a voz embargada, Chico prosseguiu dando nova interpretação à parábola do bom samaritano, considerada tradicionalmente somente como louvação à prática da caridade. Chico lembrou que quase todos os personagens foram qualificados: os salteadores, o sacerdote, o levita, o samaritano e o hospedeiro, menos a figura central da narrativa, apresentada apenas como “um homem”. Perguntou quem poderia ser aquele homem, respondendo que poderia ser, inclusive, um criminoso passível de condenação à morte, mas nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo não perdeu tempo em discutir de quem se tratava: era um homem que requeria amparo e auxílio, fosse quem fosse, e isso bastava.´

Assim, brilhou outra vez a vanguarda de temas que ligam o céu à Terra, antecipando questões ainda não assimiladas. Externando máxima ternura, sabedoria e entendimento, Chico demonstrou com firmeza, com base no Evangelho, que a pena de morte não se justifica em nenhuma hipótese, pois mesmo aos que praticam os maiores erros deve ser assegurada possibilidade de reabilitação.

Antonio Baracat

Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Antonio Abdalla Baracat Filho
07/02/2011
 


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