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Vanessa Gerbelli faz o papel de Célia Diniz, mineira de Pedro Leopoldo, que sofreu com a perda de um filho de apenas 3 anos
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Ao que parece, os filmes com temática espírita vieram para ficar.
Depois de um ano marcado pelo sucesso de Chico Xavier e Nosso lar,
estreia em abril o terceiro filme baseado na obra do mais famoso médium
brasileiro, que relata a história verídica de três mães que mudaram a
trajetória de suas vidas depois que receberam mensagens vindas do plano
espiritual. Como no caso do longa de Daniel Filho, As mães de Chico
Xavier é inspirado num livro de Marcel Souto Maior – Por trás do véu de
Ísis –, uma investigação jornalística sobre a psicografia. “Marcel é
ateu. Depois de escrever a biografia de Chico Xavier resolveu se
aprofundar na questão da psicografia – onde existe charlatanismo e onde
há seriedade – e foi investigar histórias de mães. A partir do livro, o
roteirista Emmanuel Nogueira começou a pesquisar personagens nos livros
de Chico Xavier. Viajou para Pedro Leopoldo, São Paulo, Uberaba e,
depois de várias entrevistas, escolheu três histórias”, explica Luís
Eduardo Girão, produtor do filme.
Uma
das mães escolhidas foi a mineira Célia Diniz, que perdeu um filho de
apenas 3 anos. Natural de Pedro Leopoldo, ela já conhecia o trabalho de
Chico Xavier, pois seu pai trabalhava com ele na Fazenda Modelo. Na
época que procurou o médium ele já havia se mudado para Uberaba. Ela
viajou para o Triângulo Mineiro e encontrou consolo numa mensagem
psicografada de seu filho.
“Levar para o cinema a minha história
é uma oportunidade de dizer para as mães que também perderam um filho
que elas vão superar a dor, que a vida continua, que nossos filhos
estão vivos em outra dimensão e que a separação é passageira, que vai
haver um reencontro”, explica Célia. Ao assistir ao filme, ela ficou
impressionada com o trabalho da atriz Vanessa Gerbelli. “Ela
interpretou a minha situação com tanto carinho e respeito que,
assistindo, pensava que a dor era dela também. Foi um processo
interessante, descobri com o filme o que daquela dor ainda existe
dentro de mim. Depois de perder um filho ninguém fica do mesmo tamanho.
Ou você se destrói na depressão e na doença ou então se fortalece”,
explica Célia.
As outras mães relatadas no filme são paulistas.
Ruth, personagem de Via Negromonte, tem um filho viciado em drogas que
comete suicídio. E Lara, interpretada por Tainá Muller, enfrenta o
dilema de uma gravidez não planejada. “As três mães estão vivas e
participaram da realização do filme. A mãe do rapaz drogado está bem
idosa e aparece dando um depoimento”, conta Girão.
Também estão no
elenco os atores Herson Capri, Caio Blat e Nelson Xavier, que volta a
interpretar o médium depois do filme de Daniel Filho. A maior parte das
filmagens foi realizada no Ceará, em Guaramiranga, Fortaleza e
Pacatuba, e as últimas cenas foram registradas em Pedro Leopoldo. “Este
filme vai tocar num ponto-chave que é o ser humano Chico Xavier e o
mandamento dele de amor ao próximo. Ele não apenas dava a mensagem,
chorava junto, compartilhava a dor. Era pelas histórias que Chico
gostava de ser lembrado, não pelos alimentos ou pelo dinheiro que
doava. Ele gostava de ajudar as mães, confortá-las”, afirma Girão.
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