Livro, presente de amigo — Livro espírita, presente de irmão
O livro é um dos
maiores veículos de comunicação — traz embutido, em suas páginas, o poder da
mensagem. Ele é de fundamental importância no contexto educacional. Na
impressão das letras, eterniza-se, pois as palavras faladas se perdem no ar, ao passo
que a escrita perdura nos escaninhos da alma.
No começo, os livros eram rolos
ou tabuinhas. Depois da invenção da imprensa, e com a secularização da cultura,
os livros se multiplicaram ao infinito e até surgiu uma ciência, a
biblioteconomia, para organizá-los e permitir que milhões de pessoas pudessem
usufruir de seu conteúdo.
A primeira biblioteca de que se
tem notícia data de 3.300 anos. Seu construtor, o faraó Ramsés II — é o que informa Diodoro da Sicília,
historiador grego que viveu um século antes de Cristo. Na porta do edifício não estava
escrito, como alguém poderia supor, "Biblioteca Pública Ramsés II", mas "Tesouro dos remédios da
alma", o que dá bem a medida da importância atribuída pelos egípicios a
seus escritos.
Quanto à invenção da imprensa,
temos algo de interessante a narrar — a história de João Gutemberg, o homem a
que se costuma chamar "o pai da imprensa", é entremeada de lendas, cuja veracidade é um tanto quanto discutível.
Em primeiro lugar, o sobrenome
de Gutemberg não devia ser Gutemberg— como o de sua mãe — mas Gensfleisch, o sobrenome paterno. É possível,
porém, que João não gostasse de carne de ganso (que é o que significa gensfleisch,
em alemão). E tem mais: quando ele nasceu, embora rudimentar, a imprensa já
existia, ultraprimitiva, toda feita à base de carimbos e blocos de madeira.
Não estamos querendo tirar o
mérito de Gutemberg. Ele foi o primeiro a usar a prensa de imprimir, rápida e
eficiente, que introduziu na Europa. Graças, portanto, a Gutemberg é que se
tornou possível a transmissão da palavra escrita. Não podemos negar.
A partir desse momento, o homem
não parou de aperfeiçoar cada vez mais a escrita e a forma de divulgá-la. É
através da leitura que o homem aprende, se educa e se comunica, levando a
palavra escrita aos mais longínquos torrões do nosso planeta.
Alguns autores, antes mesmo de Allan Kardec,
escreveram a respeito da pluralidade das existências, das coisas espirituais.
Mas o livro espírita surgiu justamente no século XIX, com a publicação de
"O livro dos espíritos”, em 18 de abril de 1857, e uma nova luz surgiu no firmamento
de nossas próprias incompreensões.
Com o advento do Espiritismo, o
Velho Mundo foi sacudido pela novel Doutrina, as encomendas e pedidos de livros espíritas cresceram
assustadoramente, quase que em proporções geométricas, causando furor nos
leitores ávidos de notícias da Boa Nova.
Com o livro espírita, estava
criado o intercâmbio entre o mundo espiritual junto ao mundo físico, por meio
da abençoada mediunidade de psicografia, e graças a esses livros foram-se desfazendo, uma a uma, as amarras que inibiam o homem na busca da verdade.
O primeiro livro espírita
editado em terras brasileiras foi de autoria do professor francês, radicado na corte do Rio de Janeiro,
Cassimir Lieutand, em 1860. Foi publicado em francês com o título "Temps
sont arrivés". Quem dá essa informação é o historiador Ubiratan Machado,
no livro "Os intelectuais e o Espiritismo" — Editora Antares.
Enquanto isso, cresceram as
editoras com a publicação de livros e mais livros, trazendo-nos a mancheias as
mais autênticas notícias de além-túmulo.1
_______________________
1 Atualmente
existem mais de 200 editoras espíritas. Algumas se utilizam da Internet para divulgar seus lançamentos. Nos
centros espíritas são oferecidos gratuitamente jornais e mensagens espíritas,
além de biblioteca com uma boa quantidade de livros espíritas para empréstimo
ou para venda. (Nota de João Cabral, presidente da ADE-Sergipe)
Chico Xavier lendo mensagens psicografadas em Uberaba, Minas Gerais.
Artigo de autoria de Wilson Longobucco, compulsado da Revista Espírita Allan Kardec — Ano IV — nº 15 — Fevereiro/abril de 1992 | Enviado por João Cabral - Presidente da ADE-Sergipe
16/10/2009