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Notícia

Chico confessa ser a reencarnação de Allan Kardec


      Entre as dezessete entrevistas que compõem o livro A Volta de Allan Kardec, de minha autoria (edição Feego, 2008 – 3ª edição), gostaria de rememorar, para o prezado leitor, apenas uma das provas incontornáveis: a tácita aceitação de Chico de que é ele a reencarnação de Allan Kardec.

      Trata-se do diálogo que Geraldo Lemos Neto, de Belo Horizonte, mantivera com o médium, em Uberaba. Mas para que o fato não seja tão fragmentário, faz-se preciso apontar o precedente da parte nuclear da questão. Eis, pois, uma síntese do fato, às p. 93-96, da referida obra:

       "(...) c) Donde vem a sua convicção de que Chico Xavier é a reencarnação de Allan Kardec?

Resposta – Distinto amigo Weimar, inicialmente quero dizer que não comungava da ideia de Chico Xavier ser a reencarnação de Allan Kardec, mas com o passar dos anos fui colecionando fatos e ocorrências que não me deixaram quaisquer dúvidas a esse respeito. Inicialmente, a primeira pessoa a tocar nesse assunto comigo foi minha tia-avó Nair Machado Paschoal, contemporânea de Chico desde a sua meninice em Pedro Leopoldo. Contou-me ela que participando de uma reunião no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, na hora aprazada dos comentários evangélicos, enquanto Chico psicografava, subitamente, ao pegar o livro para os estudos da noite, ao invés do retrato de Kardec, que todos conhecemos, ela teve uma visão do próprio Chico em sua capa. Tia Nair contou-me que ficou vivamente impressionada com o episódio e, a partir daí, passou a observar a postura de Chico em torno do codificador. E muitos da família Machado de Pedro Leopoldo passaram também a anotar o que se segue. Observamos todos que ao se referir a Allan Kardec, o querido Chico nunca o elogiava. Ele sempre fazia questão de falar sobre o trabalho dos espíritos que Kardec sistematizou. Em nossas conversas particulares, em sua residência, Chico nos contava casos muito curiosos da intimidade de Allan Kardec. Relacionava os amigos mais íntimos do codificador, sua predileção por este ou aquele compositor, detalhes de seu relacionamento com sua esposa Amélie Boudet e também detalhes sobre a edição de suas obras, e tudo isso com um grau de intimidade impressionante! Parecia-nos que ele revivia a França do século XIX! Certa ocasião, no Centro Espírita União, em São Paulo, o dia era o 3 de outubro e naturalmente todos comentaram com brilhantismo sobre a personalidade de Kardec, tendo em vista a comemoração de seu aniversário terrestre. Novamente, a cena se repetiu. Ao chegar a vez de Chico falar, ele elogiou o trabalho dos espíritos,  referiu-se à assistência da Espiritualidade Maior em torno do codificador, mas não emitiu uma palavra sequer sobre Kardec! Tia Nair lá estava mais uma vez anotando com suas observações a reação de Chico e não guardou mais dúvidas de que Kardec estava mesmo diante de seus olhos, reencarnado na personalidade de Chico. Ao final do encontro, ao abraçá-lo para as despedidas, Chico jocosamente lhe perguntou: 'Nair, minha nega, você acha que eu falei bobagem?' e deu boas gargalhadas! A partir daí, nossa convicção sobre o assunto foi aumentando. Certa feita perguntei-lhe, à queima-roupa: 'Chico, o que o senhor poderia nos dizer sobre Allan Kardec?' E ele, depois de longo  silêncio, nos respondeu: 'É, Geraldinho, pode-se dizer que ele está trabalhando muito!' e deu boas risadas! Quando nos integramos na década de 80, à diretoria da União Espírita Mineira, presidida então pela nossa saudosa Dona Neném Aluotto, verificamos ser essa a convicção clara e cristalina de todos os integrantes daquela diretoria, especialmente Dona Neném e o Sr. Martins Peralva. Vim a saber, por eles, que no início da década de 1970 Peralva se dispôs a escrever um artigo para publicação no jornal O Espírita mineiro, assumindo a tese da reencarnação de Kardec em Chico Xavier. Tudo estava pronto para a publicação do mencionado artigo, quando o telefone tocou em sua residência, altas horas da noite. Era Chico Xavier, solicitando dele que tirasse o artigo em pauta do jornal, justificando que ele traria muita complicação para sua tarefa de psicografia, e informando-o de que ainda não era época para aquelas considerações. Disse-lhe o Chico que o espírito de Emmanuel lhe dizia que o assunto viria a público muito mais tarde. Como dizia Peralva, Chico com muita simplicidade, confirmou a tese, pedindo a Peralva que aguardasse o tempo. Pois bem, quando da publicação do livro de Adelino da Silveira, Kardec prossegue, que publicamente aborda o assunto, recebemos, com surpresa, um exemplar dele em casa autografado pelo próprio Chico. Daí pensamos logo que Chico estava endossando publicamente o assunto. Preparamos-nos para ir a Uberaba, para, finalmente, perguntar a ele se, de fato, era ele a reencarnação de Kardec. Chegamos a Uberaba e começamos a conversar, eu, ele e Eliana da Cunha Borges, irmã de Vivaldo da Cunha Borges, que residia com ele. Durante o almoço, nos faltou a coragem para fazer a pergunta direta, mas foi ele mesmo, o Chico, quem me socorreu, indagando-me: 'Geraldinho, o que é que você achou sobre o livro do Adelino que lhe enviei?' Ao que, surpreso, respondi, de pronto: 'Chico, acho que é a expressão da verdade!' Perguntou-me ele por que eu achava isso e passei a relatar os casos de que tivera conhecimento a respeito do assunto, como os que aqui relatei em torno de tia Nair Machado Paschoal, de Dona Neném Aluotto e do Sr. Martins Peralva.  Devolvi a ele a pergunta: 'E o senhor, Chico, o que é que me diz sobre isso?' Chico, visivelmente emocionado, olhou firmemente para o alto e começou a chorar. Passou a mão diante dos olhos, como se estivesse descortinando lembranças e visões que nós não poderíamos acompanhar. E, então, arrematou para definir todas as minhas convicções: 'É uma coisa muito curiosa esse fato, Geraldinho, porque desde quando eu tinha 5 anos de idade, na minha meninice em Pedro Leopoldo, eu guardo as páginas do Evangelho segundo o Espiritismo integralmente na memória!' Todos choramos copiosamente diante daquela revelação espontânea. A emoção nos dominou os corações. Visivelmente comovido, Chico levantou-se e entrou em um dos quartos de sua casa. Alguns minutos depois, como a selar aquele nosso entendimento fraterno, ofertou-nos outro exemplar do livro Kardec prossegue, novamente guardando carinhosa dedicatória. Para mim, portanto, não há dúvidas a respeito! Chico Xavier é a reencarnação de Allan Kardec!"

Algum tempo depois o médium Antônio Baduy recebeu a mensagem A volta de Allan Kardec, numa das reuniões da Commetrin, diante de mais de 550 pessoas. Chico não só endossou a mensagem, autorizando a diretoria da União Espírita Mineira a publicá-la no jornal O Espírita mineiro, como também passou ele mesmo a divulgá-la entre os amigos e companheiros de lides doutrinárias.”

Goiânia, 29/11/2009.

Weimar Muniz de Oliveira é magistrado aposentado, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame), presidente do Lar de Jesus, Diretor da Federação Espírita do Estado de Goiás (Feego) e membro do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira (FEB).




Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz - Serviço Editorial
01/12/2009
 


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