"(...) Chico [Xavier] cuida para que não se diga que o estão "endeusando" e comenta que já se fala sobre isso. Tentando evitar que tal aconteça, toma providências, mas não conseguirá impedir que ao longo de sua existência e de sua tarefa na mediunidade seja, realmente, "endeusado" por aqueles que se deslumbram com o fenômeno; por aqueles que o bajulam na tentativa de conseguirem algum privilégio; por outros que o admiram até às raias do fanatismo; por aqueles, enfim, que se julgam no dever de endeusá-lo para exprimirem os sentimentos de afeto e gratidão que lhe dedicam.
Nesse particular, é bom que expliquemos a nossa condição de comentaristas da correspondência entre Chico Xavier e Wantuil de Freitas.
O que fazemos é a tentativa de dar a conhecer a dimensão espiritual dessa criatura extraordinária que é o nosso Chico Xavier. Sem quaisquer laivos de fanatismo ou endeusamento. Tão-somente a simples e pura constatação de uma figura humana ímpar, de um autêntico missionário dos tempos modernos. Assim, não se pode deixar de enfatizar os grandes e decisivos momentos de uma vida que é verdadeiro exemplo para todos nós.
Não tememos a crítica daqueles que presumirão encontrar nas nossas palavras o elogio fácil, o endeusamento e até o fanatismo. Porque, em verdade, só existe em nossa alma admiração e respeito que crescem a cada passo, na medida em que vamos penetrando no mundo pessoal de Chico Xavier, através dessas cartas. E se nós não reconhecermos na sua veneranda figura - pelo que ele já realizou e realiza, pelo que nos inteiramos de sua existência singular - um verdadeiro apóstolo do bem, forçoso é admitir que nos deixamos vencer pela indiferença e que perdemos totalmente a sensibilidade. (...)"
Do livro: Testemunhos de Chico Xavier - Suely Caldas Schubert - FEB – Federação Espírita Brasileira