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Notícia

O Natal de Chico Xavier — Dezembro de 1984





Por vários anos, Chico, em companhia de alguns companheiros do Grupo Espírita da Prece, de Uberaba, e de irmãos de Goiânia (à frente o casal Prof. Múcio e Dona Elba M. Álvares), sempre levou verdadeiro presente de Natal aos internos - cerca de oitocentos - da Colônia Santa Marta e Vila São João, nas proximidades de Goiânia, reduto de sofrimento e carência, que recebe inavaliável assistência três vezes por semana, ano todo, das equipes do Centro Espírita Allan Kardec, dirigido pelo referido casal, que realiza enorme trabalho assistencial nas periferias daquela capital.

Eram nove horas e meia do dia 18 de dezembro de 1984, quando Chico e a caravana citada chegaram à Colônia. Multidão imensa mistura-se aos doentes - caravanas de irmãos hansenianos de Anápolis e da região. Repórteres de jornais, rádios e TVs já estavam a postos.

Chico, por entre a multidão, começa a visita, abraçando e beijando enfermos diversos que se colocaram na vanguarda para recepção, à entrada do pavilhão principal. E aí tem início a mais singular jornada de luz e amor que nos foi dado, por irresgatável bênção, presenciar. Toca-se o ambiente, a cada passo, de sublimadas vibrações que nos alcançam a todos, com envolvente e suave sensação da presença de alcandorados espíritos. Pela alegria, pelo brilho dos olhos de cada um dos doentes, e a emoção que nos assalta a todos, pudemos avaliar o que sentiam os pobres e sofredores, os perseguidos e humilhados, quando da presença do Cristo na Terra: todos procuravam o melhor lugar para ver, tocar e sentir aquilo que emanava da presença do divino Amigo. É como se Jesus estivesse agora também presente, antecedendo o Natal que todos esperavam!

São centenas e centenas de enfermos, criaturas assinaladas pelas mais variadas formas de lesões, deformações, mutilações e cicatrizes pelo corpo. Por entre júbilos e emoções, coração a coração, Chico dá o sorriso e o aperto de mão, o abraço e o beijo, e para cada um - parecendo que Chico conhece pessoalmente um por um - a palavra de consolo, orientação, indicação de remédio (sempre que solicitado), além da importância em dinheiro que deu a todos. Exclamações tocantes e espontâneas são ouvidas, como: "Chico, a sua presença nos dá força para viver", ao que Chico retruca sempre: "Eu é que vim buscar forças" e repete para os acompanhantes:"Todo ano, eu tenho que vir aqui me reabastecer; recebo, através da esperança e da conformação, da fé e das vibrações de amor que aqui me transmitem, o reforço para prosseguir na luta". E ainda: "Chico, Deus lhe pague o amor que nos dá!".

Dona Maria Eunice nos conta que da vez anterior (1983), houve também esta comovente declaração: "Chico, graças a Deus que eu sou leproso e assim estou aqui", diz um enfermo de braços cruzados sobre o peito, "recebendo este abraço e ajuda de amor de seu coração!".

Certa doente, não conseguindo vencer a multidão, permanece a alguma distância do Chico. Mais tarde, este se lembra dela e confidencia a Dona Elba que sentiu o coração da enferma em vibração e deixa com a ela uma lembrança para aquela senhora.

Chico prossegue percorrendo enfermarias e pavilhões e ouve, num deles, as palavras de otimismo e de esperança, e as canções cantadas, com muita vida, sentimento e arte, pelo interno Nelson Pereira, criatura
das mais populares na Colônia (embora destituída da visão física dos dois olhos, e de uma perna, além da enfermidade), por suas efusivas manifestações de alegria e entusiasmo, confiança e aceitação, a todos os que o visitam.

Agora, caminhando para o encerramento, já perto das 3 da tarde, demandamos para o Centro Espírita Jésus Gonçalves, na Vila São João, próxima de Goiânia, onde novas emoções e júbilos marcam a visita. No recinto do Centro, momentos antes da chegada do Chico, muita expectativa e emoção. Chico, ao entrar, é tocado por nova surpresa: um coral de cerca de 20 crianças, filhos dos enfermos da Colônia, canta "Noite de Paz"; emoções e lágrimas são notadas em todos os semblantes durante a tocante manifestação. A dirigente do Centro faz, com palavras nascidas do fundo da alma, comovente recepção a todos. A seguir, é solicitada a prece inicial a cargo de Dona Maria Eunice; a leitura evangélica "Amar ao próximo como a si mesmo" à irmã Elba; e o comentário à companheira Ondina. Chico psicografou do querido benfeitor Emmanuel a linda página "Recado de Natal". Sentida prece do confrade Cássio Ramos encerra a reunião e Chico lê a instrutiva e oportuna mensagem. Mais algumas palavras da direção do Centro que Chico, visivelmente contente e emocionado, agradece, salientando o amor e o carinho ali mais uma vez recebidos, reafirmando, como sempre, que obtém forças para seu trabalho, através da lição de fé e conformação, esperança e coragem recolhidas ali de todos os corações.

Sob as mais vivas efusões de júbilo e gratidão aos céus pelas bênçãos inesquecíveis de tão edificante encontro de luz, todos se retiram, retornando Chico e os companheiros para a chácara do Prof. Múcio e Elba, onde a todos é servido o lanche e a conversação continuou oferecendo também o alimento espiritual colhido na palavra sempre edificante e esclarecedora de nosso querido médium.


Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora
05/12/2011
 


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