(...) Chico [Xavier] retoma a palavra: “Peço licença aos presentes (éramos cinco ou seis pessoas presentes à entrevista, os de sua equipe e o repórter) para tocar num assunto muito debatido e causa de muito sofrimento no mundo de hoje: os problemas do sexo com seu cortejo de desencontros, infidelidades, distorções e anomalias”.
Reproduzo a seguir, de memória, o que o inigualável médium afirmou com segurança e clareza nessa ocasião. Se as palavras de que se valeu não foram exatamente estas, o sentido do que disse é absolutamente fiel, isto é, sem distorções.
Depois de indagar do repórter se eu era médico (duas vezes Chico Xavier me endereçou a mesma pergunta) e diante de minha negativa, ele prossegue: “O sexo foi criado por Deus para ser, além do ato procriativo, motivo de prazer e de alegria para os seres humanos. Nada há nele de vergonhoso ou menos nobre. Sabemos o que aconteceu: durante séculos as manifestações sexuais estiveram refreadas dentro de um círculo muito restrito, por alguns que tinham interesse na repressão de suas expressões e anseios. Isso foi possível até certo tempo; passado este, deu-se a grande explosão. Súbito, as antigas barreiras foram derrubadas, muitos tabus e proibições afundaram na avalanche e, então, o diâmetro do círculo aumentou largamente. (Nesse ponto, Chico Xavier toma um lápis e desenha dois círculos: um com dois centímetros de diâmetro e outro, por fora deste, com seis centímetros de diâmetro). Que aconteceu depois? Séculos de repressão psicológica muito rígida redundaram numa libertação que ultrapassou os limites mesmo deste círculo mais amplo (Chico Xavier risca linhas paralelas que transpõem os limites do círculo maior) e atingiu o terreno dos extremismos sempre perigosos e potencialmente causadores de grandes males no futuro”.
Fonte: O Triângulo Espírita | Uberaba (MG), 20 de setembro de 1974.
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Do livro “Novo Mundo“ | Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel | Ideal - Instituto de Divulgação Editora André Luiz