Milton Felipeli fala sobre a visão espírita dos sonhos |
O corpo físico possui uma reserva limitada de energia e no decorrer do dia acontece um desgaste da mesma o que leva o corpo à necessidade de sua reposição. Esta necessidade é o que sugere o cansaço e a sensação de sono. Diz-se sensação porque o espírito não dorme, portanto, não tem a necessidade de repouso. O corpo “exige” o recolhimento e conduz o espírito à experiências fora do corpo. Enquanto o corpo descansa permite o fenômeno de desprendimento do espírito. A essas experiências também denominamos “sonhos”. No programa Transição, exibido pela Rede TV no último dia 5 de junho, um dos pesquisadores mais importantes da Doutrina Espírita, Milton Felipeli, falou sobre a interpretação dos sonhos na visão espírita. Segundo Felipeli, na ciência, Freud explica em seu livro “A Interpretação dos Sonhos”: “Sonho é a estrada que conduz à realidade da inconsciência”. Para Freud, os instintos reprimidos eram manifestados através dos sonhos. A psicologia diz que sonhar é um momento especial do ser em que ocorre a inatividade do corpo físico. Podemos considerar 4 tipos de sonhos:
• sonhos fisiológicos – por influência orgânica vive-se situações alucinatórias. Conforme nos explica Allan Kardec em O Livro dos Espíritos – Cap. 8 - “Emancipação da Alma” (400 a 412):
402 – Como avaliar a liberdade do espírito durante o sono? “Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros espíritos, neste mundo ou em outro. Quando dizeis: tive um sonho esquisito, horrível, mas que não tem nada de real, enganais-vos; é, muitas vezes, a lembrança dos lugares e das coisas que vistes ou que vereis numa outra existência, ou num outro momento. O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito se empenhe em superar suas amarras e investigar o passado ou o futuro… O sonho é a lembrança do que o espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.” Milton Felipeli explica que os sonhos demonstram três importantes fatos:
• relação entre o espírito e a matéria Recordação dos sonhos O sonho é a realidade das atividades do espírito, ou seja, uma lembrança do que o espírito viveu durante o sono. Seja uma recordação da infância ou vidas passadas, muitas vezes associada à vida presente, com uma projeção do futuro. Porém, nem sempre é possível e preciso a lembrança dos sonhos, pois poderia causar acontecimentos desagradáveis, devido à falta de desenvolvimento da alma de forma que permita um maior entendimento e aceitação. Segundo Milton Felipeli, a maior dificuldade está na interpretação dos sonhos. As lembranças são, geralmente, associadas à vida encarnada e nem sempre é isso que acontece. Muitas vezes está relacionada às vidas passadas, porque o distanciamento do espírito amplia a memória das vidas anteriores. Felipeli explica que o espírito possui três atividades teóricas essenciais: a inteligência, a vontade e o pensamento, ultrapassando a linha do tempo.
Existem profissionais que fazem análises dos sonhos, porém é de suma
importância que se faça com seriedade e responsabilidade. Muitas vezes
essas análises trazem importantes informações que auxiliam no
aprimoramento e autoconhecimento do espírito. Envolvidos aos sentimentos
e emoções, nos sugestionamos às interpretações que julgamos serem as
verdadeiras. Sonhos premonitórios Algumas vezes, durante o sono, ocorre a ampliação da condição da inteligência e os sonhos são conduzidos de forma a encontrar caminhos para solucionar problemas. O conteúdo, associado às preocupações vividas durante o dia podem sugerir previsões de acontecimentos ou ainda sofrer influências de espíritos desencarnados através do pensamento. Situações do dia a dia também podem influenciar os sonhos, daí as referências com brigas, água, fogo, etc. Quando o fato sonhado acontece, pode ser pela capacidade de clarividência, ou seja, um tipo mediúnico que permite ver acontecimentos do mundo material, como forma de diagnosticar situações, estando ou não associada a vidência, que é o tipo mediúnico que permite o médium a ver espíritos, como explica Kardec em O Livro dos Médiuns – Cap. XIV – “Médiuns Videntes”: “168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os espíritos. As primeiras são frequentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço.” Encontros com encarnados e desencarnados nos sonhos Durante o sono o espírito se distancia do corpo físico, mas não fica inativo. Segundo o pesquisador Milton Felipeli, neste momento o encontro com entes queridos é possível da mesma forma com desafetos, de acordo com o pensamento, que nos liga uns aos outros com uma variedade de motivos. Nesses encontros também é possível dar e receber ajuda. Os motivos dos encontros entre encarnados durante os sonhos, estando ou não no mesmo local, também são variados: situações inacabadas desta ou de outras vidas, preocupações, discussões, muitas vezes familiares, que precisam de uma solução para auxiliar na evolução dos espíritos envolvidos. Esse fenômeno é chamado “erraticidade parcial”. É muito importante o preparo do espírito e do ambiente antes de dormir, principalmente às pessoas que tem o hábito de ver TV como um estímulo para o sono. O leitor encontra este artigo também em http://www.radioboanova.com.br/novo/noticia.php?NOTCODIGO=475 06/02/2012 |
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